segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Falando sobre educação e tecnologia


Estava lendo a folha de São Paulo do Domingo 25/09/2011, no caderno sobre escola e fiquei impressionado com a reportagem que falava sobre o uso de tecnologias novas no processo educativo. Entretanto, não me refiro aqui sobre o uso de computador para os alunos do ensino médio em suas pesquisas de trabalhos, falo de netbooks para os alunos em fase de alfabetização, ou seja, aprender a ler e escrever já no computador, além do crescimento do uso de tablets também nas salas de aula.

Não sou contra a tecnologia, mas, assim como diz a reportagem, sou a favor do uso destes recursos dentro de um plano pedagógico bem definido que deve ajudar aos alunos a usarem desses equipamentos de forma a tirar deles o melhor proveito para sua própria educação, inclusive no uso responsável destas tecnologias.

Porém, o que me incomodou nesta reportagem foi o fato de que, se não tivermos cuidado, perderemos algo que é fundamental, mas que, aparentemente, parece que não tem importância: o ato de escrever com papel e lápis.

Veja, repito mais uma vez, não sou contra a tecnologia, pois eu mesmo gosto e procuro usá-la para agilizar minha vida. O problema é que o ato de escrever usando o “velho papel e lápis” não é algo dispensável, opcional, dentro do processo educativo. Acredito que as crianças durante toda a alfabetização, mesmo com o auxílio de tecnologia virtual, devem trabalhar prioritariamente com a tecnologia real, ou seja, manusear papel e lápis. Justificarei minha posição...

O ato de escrever não é somente mecânico, mas também cognitivo, ou seja, escrever exige muito mais do que o uso dos músculos da mão e do braço. Este processo exige uma ação cognitiva que ajuda no desenvolvimento do pensamento e no armazenamento de informações. No exercício motor do ato em si temos a interação entre o que o cérebro comanda e o que o corpo realiza no ato de escrever. Tudo isso, apesar de aparentemente imperceptível, é um conjunto de elementos que a criança e o jovem não podem perder sob a pena de, talvez, deixar de desenvolver algumas capacidades que lhe serão tão necessárias no futuro estudantil e profissional.

Facilmente encontramos crianças e jovens com déficit de atenção, dificuldade de concentrar-se em uma coisa de cada vez, dificuldade de leitura e compreensão (esses são os analfabetos modernos), com pressa pra tudo e pouca paciência para a reflexão. Acredito que o ato de escrever com o lápis e o papel ajudam a trabalhar todos esses problemas.

Vamos usar as tecnologias, vamos explorá-las em tudo o que pode nos auxiliar no processo educativo, mas tenhamos cuidado para não desprezar as coisas simples e a tecnologia básica do papel e lápis, pois muitas vezes, no mais simples encontramos o fundamental e insubstituível para a nossa vida inteira.

Um abraço!

Pe. Augusto Lívio.

2 comentários:

  1. padre a romaria termina de 13:00 ou as 16:00 por favor me comunique o meu email walisoncross2010@hotmail.com sou da paróquia de Ir.Lindalva e São Cristóvão

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  2. Claro, é verdade, as vezes as tecnologias, esse mundo novo, essa correria nos sufocam tanto, que paramos pra refletir onde ficaram as coisas simples...

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