segunda-feira, 29 de agosto de 2011

UM OLHAR SOBRE A JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE DE MADRID



Eu recebi a graça de poder participar da Jornada Mundial da Juventude – JMJ,  que aconteceu em Madrid neste ano de 16 a 21 de agosto.

Fui com muitas expectativas para viver estes dias, no desejo de observar e sentir a vida da juventude católica espalhada em tantos lugares, culturas e línguas diferentes.
Muitas coisas me chamaram a atenção e desejo compartilhá-las com você que parou para ler este texto, sem nenhuma pretensão de fazer uma reflexão teológica elaborada. Vamos falar de experiências e sentimentos, impressões e aprendizados...

A primeira coisa que me chamou a atenção foi a alegria e a cordialidade dos jovens. Mesmo sem sabermos a língua ou o nome, os gestos de gentileza, da alegria, o clima e o tratamento fraternos eram muito presentes na grande maioria dos participantes. Experimentei como realmente é universal o desejo de fraternidade e de diálogo entre todos nós, serem humanos que habitam este planeta.

Uma outra coisa que me chamou a atenção foi a sede de Deus, o desejo de experimentá-lo durante a jornada. Isto era claro nas celebrações, catequeses, via-sacra e na vigília com o Papa. A atitude de silêncio orante, mesmo sendo uma multidão de milhões, a atenção as palavras do Papa, mesmo não sendo na língua própria do cada povo, o canto e a dança como expressões de uma juventude alegre por seguir a Cristo, isto tudo revelaram-me como os jovens tem desejo por Deus que pode preencher suas vidas de sentido em plenitude.

Conversei com outros jovens, brasileiro ou não, e escutei histórias interessantes sobre santidade, palavra de Deus, celebração da Eucaristia, confissão, diferenças culturais e religiosas... Foram diálogos enriquecedores! Destaco uma das conversas na qual um jovem brasileiro compartilhava comigo uma descoberta que fez sobre a idéia de santidade. No seu alojamento estavam mais de 600 jovens de vários lugares diferentes, com línguas diferentes e costumes diferentes. Ele me dizia que observou vários jovens europeus que fumavam e se vestiam de modo que alguns de nós por aqui estranharíamos, mas ele observou que esses mesmos jovens começavam e terminavam o dia rezando juntos com fervor e devoção, liam a Bíblia durante o dia numa atitude bonita de fé e busca de seguir Jesus. Esse jovem, então, me disse o que descobriu: apesar do vestir diferente ou do mau hábito do cigarro (que é realmente um mau hábito, pois prejudica a saúde) esses jovens estavam fazendo um caminho de santidade verdadeiro e que não podemos reduzir o caminho de santificação e um simples conjunto de costumes, mas é preciso olhar o projeto fundamental de Deus. Ele descobriu algo que o ensinou a buscar melhor a santidade e a respeitar o caminho dos seus irmãos... Descobriu que não há um só modelo de santidade, mas só um caminho que é o seguimento de Jesus.

Outra coisa que me chamou a atenção foi o desejo dos jovens em ver e ouvir o Papa. Era perceptível como, para a grande maioria, era importante vê-lo e ouvi-lo. Como se buscassem respostas, referências, dentro de um mundo tão cheio de incertezas e dúvidas. Os jovens queriam ouvir uma palavra que os ajudasse a viver sua juventude cristã nos tempos de hoje e o Papa dirigiu várias palavras aos jovens. Suas palavras foram ouvidas com atenção, mas o desafio é muito grande para se ter respostas profundas em um momento como este. Entretanto, o Papa encorajou os jovens a viverem sua fé, convidou-os a cultivarem a civilização do amor projetando um futuro novo para o nosso mundo.

Mais do que os discursos, a vivência comunitária e as partilhas de vida nos diversos momentos da jornada foram, para mim, o ponto mais enriquecedor e iluminador desses dias. Os discursos estão publicados e os lerei com calma para ver melhor qual a mensagem que o Papa trouxe à juventude do mundo nesses dias.
Agora, ainda neste momento, estou a colher os frutos desses dias, ainda meditando em tudo o que vi, ouvi e toquei... Nos sinais do amor de Deus que pude experimentar. E já estou sonhando com a próxima jornada que será em nosso Brasil, no desejo que ela seja tão bela, significativa e rica de espiritualidade como foi a de Madrid.

Realmente só sabe o que é a JMJ que participou dela...

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