Interessante esta discussão. Li este artigo e pensei que outras pessoas poderiam encontrar aqui material para boa reflexão (concordando ou não com o que está escrito).
Vale a pena ler e ver que existem pessoas nas mais diversas realidades e religiões buscando respostas para os caminhos da fé nas religiões dentro de nosso atual contexto. Caminhos que gerem vida e liberdade conforme o projeto de Deus.
Eis o texto da reportagem com os seu devidos créditos:
"Se Deus é homem, então o homem é Deus, e a mulher lhe deve submissão e obediência". Essa ideia da filósofa norte-americana Mary Daly serviu à teóloga Margarita Pintospara lamentar a imagem patriarcal de Deus e suas consequências para as mulheres em praticamente todas as religiões. Esse foi o tema, no último sábado, de uma jornada de debates no Centro Cultural Nicolás Salmerón, intitulada A mulher nas religiões.
A reportagem é de Juan G. Bedoya, publicada no jornal El País, 03-04-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O evento foi organizado pela Associação para o Diálogo Inter-Religioso da Comunidade de Madri - ADIM, presidida por Pintos. "As religiões nunca se deram bem com as mulheres, que são as grandes esquecidas e perdedoras", foi uma das conclusões.
Santo Agostinho afirmou que a inferioridade da mulher pertence à ordem natural.Tomás de Aquino a define como um "homem imperfeito". Lutero fala das mulheres como inferiores de mente e de corpo por terem caído na tentação. E o atual bispo deGranada argumentou que "o homem está feito para o altar, e as mulheres, para parir".
Apesar de tudo isso, "as mulheres são as mais fiéis seguidoras das religiões, as melhores transmissoras das crenças e as que muitas vezes reproduzem o mesmo patriarcado que as submete", concluiu a teóloga Pintos.
Essas citações, na boca de algumas oradoras, projetaram uma situação, ainda inamovível, na qual só os homens podem ser sacerdotes na Igreja Católica, imãs no islã e rabinos no judaísmo ortodoxo. Mas nem os textos sagrados nem algumas tradições justificam essa marginalização, como demonstraram neste sábado Cristina Segura Graiño, catedrática de História Medieval da Universidade Complutense, e as representantes das confissões bahái (María Jesús Rodríguez de la Fuente), budismo soka gakkai (Inés Vázquez) e do Brahma Kumaris (Marta Matarín), entre outras conferencistas.
O teólogo Juan José Tamayo, que abriu a jornada, desenhou um panorama desolador sobre a relação mulher-religião, mas se mostrou otimista porque, disse, "surgiu uma nova forma de pensar e de reformular as crenças e as práticas religiosas". Ele se referia àteologia feminista.
Segundo o diretor da cátedra de Religiões da Universidade Carlos III, na teologia feminista as religiões poderiam encontrar uma saída a uma crise que não cessa.
"No século XIX, as religiões perderam a classe operária porque se colocaram do lado dos patrões e condenaram as revoluções que lutavam por uma sociedade mais justa. No século XX, perderam os jovens, os intelectuais por posições filosóficas e culturais integristas e antimodernas, e, se continuarem pela via patriarcal, neste século XXI, perderão as mulheres", sentenciou.
A reportagem é de Juan G. Bedoya, publicada no jornal El País, 03-04-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O evento foi organizado pela Associação para o Diálogo Inter-Religioso da Comunidade de Madri - ADIM, presidida por Pintos. "As religiões nunca se deram bem com as mulheres, que são as grandes esquecidas e perdedoras", foi uma das conclusões.
Santo Agostinho afirmou que a inferioridade da mulher pertence à ordem natural.Tomás de Aquino a define como um "homem imperfeito". Lutero fala das mulheres como inferiores de mente e de corpo por terem caído na tentação. E o atual bispo deGranada argumentou que "o homem está feito para o altar, e as mulheres, para parir".
Apesar de tudo isso, "as mulheres são as mais fiéis seguidoras das religiões, as melhores transmissoras das crenças e as que muitas vezes reproduzem o mesmo patriarcado que as submete", concluiu a teóloga Pintos.
Essas citações, na boca de algumas oradoras, projetaram uma situação, ainda inamovível, na qual só os homens podem ser sacerdotes na Igreja Católica, imãs no islã e rabinos no judaísmo ortodoxo. Mas nem os textos sagrados nem algumas tradições justificam essa marginalização, como demonstraram neste sábado Cristina Segura Graiño, catedrática de História Medieval da Universidade Complutense, e as representantes das confissões bahái (María Jesús Rodríguez de la Fuente), budismo soka gakkai (Inés Vázquez) e do Brahma Kumaris (Marta Matarín), entre outras conferencistas.
O teólogo Juan José Tamayo, que abriu a jornada, desenhou um panorama desolador sobre a relação mulher-religião, mas se mostrou otimista porque, disse, "surgiu uma nova forma de pensar e de reformular as crenças e as práticas religiosas". Ele se referia àteologia feminista.
Segundo o diretor da cátedra de Religiões da Universidade Carlos III, na teologia feminista as religiões poderiam encontrar uma saída a uma crise que não cessa.
"No século XIX, as religiões perderam a classe operária porque se colocaram do lado dos patrões e condenaram as revoluções que lutavam por uma sociedade mais justa. No século XX, perderam os jovens, os intelectuais por posições filosóficas e culturais integristas e antimodernas, e, se continuarem pela via patriarcal, neste século XXI, perderão as mulheres", sentenciou.
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