quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

“O Papa está certo”, diz autoridade mundial no combate à AIDS


Eu sou um liberal nas questões sociais e isso é difícil de admitir, mas o Papa está realmente certo. A maior evidência que mostramos é que camisinhas não funcionam como uma intervenção significativa para reduzir os índices de infecção por HIV na África.

Esta é a afirmação do médico e antropólogo Edward Green, uma das  maiores autoridades mundiais no estudo das formas de combate à  expansão da AIDS. Ele é diretor do Projeto de Investigação e Prevenção da AIDS (APRP, na sigla em inglês), do Centro de            Estudos sobre População e Desenvolvimento da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Uma das instituições educacionais mais prestigiadas do mundo.

Na terça-feira, 17 de março, em entrevista concedida a jornalistas no avião papal rumo à África, Bento XVI afirmou que a AIDS não vai ser controlada somente com a distribuição de preservativos. Para o Pontífice, a solução é “humanizar a sexualidade com novos modos de comportamento”. Por estas declarações, o Papa foi alvo de críticas.

Dr.  Edward Green,  com 30 anos de experiência na luta contra a AIDS, tratou do assunto no siteNational Review Online (NRO) e foi entrevistado no Ilsuodiario.net.

O estudioso aponta que a contaminação por HIV está em declínio em oito ou nove países africanos. E diz que em todos estes casos, as pessoas estão diminuindo a quantidade de parceiros sexuais. “Abstinência entre jovens é também um fator, obviamente. Se as pessoas começam a fazer sexo na idade adulta, elas terminam por ter menor número de parceiros durante a vida e diminuem as chances de infecção por HIV“, explica.

Green também aponta que quando alguém usa uma tecnologia de redução de risco, como os preservativos, corre mais riscos do que aquele que não a usa. ”O que nós vemos, de fato, é uma associação entre o crescimento do uso da camisinha e um aumento dos índices de infecção. Não sabemos todas as razões para isto. Em parte, isso pode acontecer por causa do que chamamos ‘risco compensação‘”.

O médico também afirma que o chamado programa ABC (abstinência, fidelidade e camisinha – somente em último caso), que está em funcionamento em Uganda, mostra-se eficiente para diminuir a contaminação.
O governo de Uganda informa que conseguiu reduzir de 30% para 7% o percentual de contaminação por HIV com uma política de estímulo à abstinência sexual dos solteiros e à fidelidade entre os casados. O uso de camisinhas é defendido somente em último caso. No país, por exemplo, pôsteres incentivam os caminhoneiros - considerado um grupo de risco - a serem fiéis às suas esposas.

FONTE: http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=272608

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Refletindo alguns aspectos da nossa realidade


Estou vivendo dias de reflexão sobre nós mesmos, seres humanos. Tenho observado como somos diferentes e como essas diferenças nos enriquecem, mas também nos separam uns dos outros...

Vejam bem, estou falando daquilo que nós somos: humanos!!

Fico cada vez mais impressionado como perdemos tempo com coisas insignificantes: brigamos porque queremos que as pessoas pensem igual a nós, brigamos porque queremos controlar o mundo do nosso jeito, brigamos e nos frustramos porque as coisas não saem do modo como planejamos, não aceitamos que a vida é imprevisível e que existem muitas coisas que não podemos fazer ou controlar..

Fico estarrecido que, apesar de todo mundo falar que deseja um mundo melhor, com mais justiça, paz, bem estar para todos, nossos políticos parecem estar mais preocupados com seu bolso (falo dos maus políticos!) do que com esses valores. E a população não reage a isso!!! Assistimos ao nosso sistema de saúde e de educação (sistemas fundamentais para a formação do cidadão) afundarem sem nos queixarmos...

Se eu tenho meu diploma não importa se sei ler e escrever corretamente, ou se tenho capacidade de interpretar criticamente aquilo que vejo ou leio, se sou capaz de desenvolver o conhecimento adquirido nos anos acadêmicos, o importante é que com o diploma posso tentar arranjar um emprego bom e pronto!!!

O que está acontecendo???

Tenho lido muita coisa nesses dias e fico cada vez mais preocupado com o sentimento de indiferença diante de tantos problemas. Apesar de sabermos quais valores e atitudes podem nos fazer crescer, superar esta situação, parece que na prática preferimos ser desonestos, pegar o caminho “mais fácil” para “vencer” na vida, fazer as coisas de qualquer jeito, sem nos preocuparmos com as conseqüências.

Se não começarmos a mudar o modo como vivemos e educamos as próximas gerações temo pelo que o futuro nos reserva... Faltam ideais, falta garra, falta ação junto com a indignação, faltam atitudes de compromisso com a mudança do nosso país...

As Igrejas e as religiões estão em silêncio!! Fala-se alguma coisa, mas não se tomam atitudes mobilizadoras em vista de procurar mudanças. Parece que estamos preocupados em levar as pessoas para o “céu” sem nos preocuparmos se elas estão ou não vivendo aqui em uma situação de “inferno”.. Multidões procuram as Igrejas, religiões ou algum tipo de mística para preencher o vazio existencial que carregam de sentido e direção que lhes falta diante da instabilidade da vida, mas dar respostas a esta busca não pode ser uma anestesia diante da realidade, ao contrário, deve ajudar as pessoas a mergulharem na realidade comprometidas com sua transformação.

Estou cansado de ver a religião sendo usada apenas para “preencher um espaço” na vida das pessoas, quando ela deveria ser luz que orienta e anima toda a vida da pessoa humana.

Talvez minhas palavras soem pessimistas, ou talvez alguém as considere exageradas.. pode até ser as duas coisas, mas é como tenho percebido muitas coisas ultimamente...

Entretanto, tenho esperança, acredito na força transformadora que Deus colocou dentro de cada ser humano e é justamente por isso que escrevo, para tentar alcançar este lugar dentro de nós, para provocá-lo, para tentar acordá-lo desta anestesia em que se encontra.

Tenho esperança, mas não posso deixar de olhar o que está ao meu redor, e o que vejo é sofrimento, solidão, perda de sentido para viver, injustiça, exploração e miséria (espiritual e material).

Quero me comprometer cada vez mais com um caminho que leve em outra direção, que Jesus chamou de Reino de Deus: reino de justiça, fraternidade, solidariedade, vida, amor e paz.

Não escrevi aqui um texto para um jornal ou coisa assim, escrevi pensamentos que rondam minha mente e meu coração... Quis compartilhá-los com vocês na esperança de que possamos, juntos, refletir e agir, buscando soluções para tantos desafios que estão diante de nós..

Obrigado se você conseguiu ler até o final.

Podes concordar ou não com o que escrevi, mas o que não podes é ser indiferente a toda esta realidade.

Um forte abraço.

Pe. Augusto Lívio.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Vamos criar a CCMEF? (artigo de Ruth de Aquino)



Não há como deixar de transcrever o artigo de Ruth de Aquino publicado com o título desta postagem na revista 'Época' desta semana. A sugestão dela para a criação da CCMEF (Contribuição dos Corruptos Municipais, Estaduais e Federais) é muito criativa.
Vale a pena ler seu artigo:
 

"Quem falar que resolve a saúde sem dinheiro é demagogo.
Mente para o povo.”
 
Dilma está certa. É urgente. Em lugares remotos do Brasil, hospitais públicos são mais centros de morte que de cura. Não é possível “fazer mágica” para melhorar a saúde, afirmou Dilma. Verdade. De onde virá a injeção de recursos? A presidente insinuou que vai cobrar de nós, pelo redivivo “imposto do cheque”. Em vez de tirar a CPMF da tumba, sugiro criar a CCMEF: Contribuição dos Corruptos Municipais, Estaduais e Federais.
 
A conta é básica. A Saúde perdeu R$ 40 bilhões por ano com o fim da CPMF, em 2007. As estimativas de desvio de verba pública no Brasil rondam os R$ 40 bilhões por ano. Empatou, presidente. É só ter peito para enfrentar as castas. Um país recordista em tributação não pode extrair, de cada cheque nosso, um pingo de sangue para fortalecer a Saúde. Não enquanto o governo não cortar supérfluos nem moralizar as contas.
 
Uma cobrança de 0,38% por cheque é, segundo as autoridades, irrisória diante do descalabro da Saúde. A “contribuição provisória” foi adotada por Fernando Henrique Cardoso em 1996 e se tornou permanente. O Lula da oposição dizia que a CPMF era “um roubo”, uma usurpação dos direitos do trabalhador. Depois, o Lula presidente chamou a CPMF de “salvação da pátria”. Tentou prorrogar a taxação, mas foi derrotado no Congresso.
 
A CPMF é um imposto indireto e pernicioso. Pagamos quando vamos ao mercado e mesmo quando pagamos impostos. É uma invasão do Estado nas trocas entre cidadãos. Poderíamos dizer que a aversão à CPMF é uma questão de princípio.
 
Mas é princípio, meio e fim. Não é, presidente?
 
“Não sou a favor daquela CPMF, por conta de que ela foi desviada. Por que o povo brasileiro tem essa bronca da CPMF? Porque o dinheiro não foi para a Saúde”, afirmou Dilma. E como crer que, agora, não haverá mais desvios?
 
Como acreditar? O Ministério do Turismo deu, no fim do ano passado, R$ 13,8 milhões para uma ONG treinar 11.520 pessoas. A ONG foi criada por um sindicalista sem experiência nenhuma com turismo. Como acreditar? A Câmara dos Deputados absolveu na semana passada Jaqueline Roriz, apesar do vídeo provando que ela embolsou R$ 50 mil no mensalão do DEM.
 
Como acreditar? Os ministros do STF exigem 14,7% de aumento para passar a ganhar mais de R$ 30 mil. Você terá reajuste parecido neste ano? O orçamento do STF também inclui obras e projetos, como a construção de um prédio monumental para abrigar a TV Justiça. É prioridade?
 
O Congresso gasta, segundo a organização Transparência Brasil, R$ 11.545 por minuto. O site Congresso em Foco diz que cada um de nossos 513 deputados federais custa R$ 99 mil por mês. Cada um dos 81 senadores custa R$ 120 mil por mês. São os extras. E o Tiririca ainda não descobriu o que um deputado federal faz.
 
“É sério. Vamos ter de discutir de onde o dinheiro vai sair (para a Saúde).”
 
Tem razão, presidente. Mas, por favor, poupe-nos de seu aspirador seletivo.
 
A senhora precisa mesmo de 39 ministérios consumindo bilhões? Aspire os bolsos gordos da turma do Novais, do Roriz, do Sarney. Apele à consciência cívica dos políticos e juí­zes que jamais precisaram do Sistema Único de Saúde.
 
Vamos criar o mensalão da Saúde.
Um mensalão do bem, presidente. Corruptos que contribuírem serão anistiados. ONGs fantasmas, criadas com a ajuda de ministros & Cia., terão um guichê especial para suas doações.
O pessoal que já faturou por fora com a Copa está convocado a dar uns trocados para a Saúde.
 
Enfiar goela abaixo dos brasileiros mais um imposto, nem com anestesia. Um dia nossos presidentes entenderão o que é crise de governabilidade. Não é a revolta dos engravatados em Brasília nem a indignação dos corredores e gabinetes.
A verdadeira crise de poder acontece quando o povo se cansa de ser iludido.
 
Os árabes descobriram isso tarde demais.
Deitavam-se em sofás de sereias de ouro, cúmulo da cafonice.
Eles controlavam a mídia, da mesma forma que os companheiros do PT estão tentando fazer por aqui.
Não deu certo lá. Abre o olho, presidente.


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Falando sobre educação e tecnologia


Estava lendo a folha de São Paulo do Domingo 25/09/2011, no caderno sobre escola e fiquei impressionado com a reportagem que falava sobre o uso de tecnologias novas no processo educativo. Entretanto, não me refiro aqui sobre o uso de computador para os alunos do ensino médio em suas pesquisas de trabalhos, falo de netbooks para os alunos em fase de alfabetização, ou seja, aprender a ler e escrever já no computador, além do crescimento do uso de tablets também nas salas de aula.

Não sou contra a tecnologia, mas, assim como diz a reportagem, sou a favor do uso destes recursos dentro de um plano pedagógico bem definido que deve ajudar aos alunos a usarem desses equipamentos de forma a tirar deles o melhor proveito para sua própria educação, inclusive no uso responsável destas tecnologias.

Porém, o que me incomodou nesta reportagem foi o fato de que, se não tivermos cuidado, perderemos algo que é fundamental, mas que, aparentemente, parece que não tem importância: o ato de escrever com papel e lápis.

Veja, repito mais uma vez, não sou contra a tecnologia, pois eu mesmo gosto e procuro usá-la para agilizar minha vida. O problema é que o ato de escrever usando o “velho papel e lápis” não é algo dispensável, opcional, dentro do processo educativo. Acredito que as crianças durante toda a alfabetização, mesmo com o auxílio de tecnologia virtual, devem trabalhar prioritariamente com a tecnologia real, ou seja, manusear papel e lápis. Justificarei minha posição...

O ato de escrever não é somente mecânico, mas também cognitivo, ou seja, escrever exige muito mais do que o uso dos músculos da mão e do braço. Este processo exige uma ação cognitiva que ajuda no desenvolvimento do pensamento e no armazenamento de informações. No exercício motor do ato em si temos a interação entre o que o cérebro comanda e o que o corpo realiza no ato de escrever. Tudo isso, apesar de aparentemente imperceptível, é um conjunto de elementos que a criança e o jovem não podem perder sob a pena de, talvez, deixar de desenvolver algumas capacidades que lhe serão tão necessárias no futuro estudantil e profissional.

Facilmente encontramos crianças e jovens com déficit de atenção, dificuldade de concentrar-se em uma coisa de cada vez, dificuldade de leitura e compreensão (esses são os analfabetos modernos), com pressa pra tudo e pouca paciência para a reflexão. Acredito que o ato de escrever com o lápis e o papel ajudam a trabalhar todos esses problemas.

Vamos usar as tecnologias, vamos explorá-las em tudo o que pode nos auxiliar no processo educativo, mas tenhamos cuidado para não desprezar as coisas simples e a tecnologia básica do papel e lápis, pois muitas vezes, no mais simples encontramos o fundamental e insubstituível para a nossa vida inteira.

Um abraço!

Pe. Augusto Lívio.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Partida trágica...

Esta postagem é apenas uma manifestação simples de alguém que sente a partida de um amigo.

Pe. Jerônimo, natural de Santa Luzia na Paraíba, foi meu contemporâneo de seminário, colega de turma de Pe. Carlinhos, Pe. Claudenis e Pe. Chadas de nossa diocese.

Convivemos por cinco anos no Seminário Arquidiocesano da Paraíba Imaculada Conceição. Ele concluiu os estudos um ano antes do que eu, em 2005, sendo ordenado padre, se não me engano, no ano seguinte.

No seminário sempre foi alguém de iniciativa e criativo. Gostava de cantar e realmente tinha uma bela voz. Gostava de esporte, de música, era esforçado nos estudos e querido nos trabalhos pastorais.
Trabalhamos juntos por um ano fazendo atividades pastorais na paróquia de Nossa Senhora da Assunção em Alhandra - PB, quando nos aproximamos e criamos uma boa relação de amizade.

Eu gostava do seu sorriso alegre e meio menino, do jeito como ele levava as coisas a sérios, mesmo que não fosse tão necessário, da dedicação que tinha diante das responsabilidades assumidas, do zelo em preparar a liturgia no seminário...

É verdade que ele tinha também seus defeitos. Alguns o achavam meio "nariz empinado" ou exibido, mas do que eu pude conhecê-lo isso era mais impressão do que realidade. Vou guardar as lembranças boas de nossa convivência no seminário, da boa amizade que tínhamos...

Depois que terminamos o tempo do seminário ele voltou para sua diocese em Patos e eu voltei para Mossoró. Perdemos aos poucos o contato, mas pude estar presente em sua ordenação.

O corre corre da vida e a distância nos afastou, nos falamos pouco nesses últimos tempos, mas o carinho da amizade continuou sempre presente.

Pe. Jerônimo exerceu seu ministério naquela Igreja Particular de Patos até recentemente, quando foi acometido de um sério problema de depressão e, por isso mesmo, encontrava-se com suas funções limitadas para poder dedicar-se ao cuidado de sua saúde.

No último dia 21/09 ele saiu da casa de seus parentes e desapareceu, provavelmente acometido de uma crise, permaneceu desaparecido até a tarde do dia 27/09, quando foi encontrado morto. Todos os sinais indicam que ele tirou a própria vida,  mas a perícia ainda estava examinando o corpo até este momento em que escrevo.

Quero deixar aqui a manifestação pública do meu pesar pela partida deste irmão de caminhada. Partiu cedo (aos 33 anos), partiu tragicamente, vai deixar saudade no coração dos amigos e familiares.
Quero também solidarizar-me com os familiares e o clero da diocese de Patos. Contem com nossas orações.

Dai, Senhor, a este teu servidor, Pe. Jerônimo, o descanso e a paz em teu Reino.
Perdoa suas fraquezas, concedei-lhe contemplar a Vossa face. AMÉM!

Pe. Augusto Lívio


quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A VONTADE DE DEUS: Festa de Santa Teresinha 2011

Estamos começando nossa festa, a festa do Seminário de Santa Teresinha.

Nesses dias estaremos bem ocupados por aqui com as celebrações, novenas, organizando a infraestrutura para bem vivermos esses dias...

Nosso tema deste ano "Eis me aqui, Senhor, para fazer a tua vontade!", nos convida a refletirmos sobre a vontade de Deus. Esperamos ajudar nossos seminaristas e todos os devotos e devotas da santa das rosas a pensar mais profundamente sobre a vontade de Deus em nossas vidas, na vida da Igreja e do mundo inteiro, e, porque não, de toda a criação.

Você é nosso convidado!

Nesses dias estarei bem envolvido com a festa, por isso, talvez não consiga postar nada por aqui...

Venha rezar e compartilhar conosco desses dias de oração.

Um forte abraço!!

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Meia-entrada para professor é direito ou privilégio?

Achei o assunto desta reportagem interessante, por isso estou postando. Espero que gostem..



Está aí uma boa decisão tomada pela Câmara Municipal de São Paulo, que acaba de ser aprovada: meia-entrada para professor ir a cinema, teatro e espetáculos.

Posso até imaginar que professores vão usar esse recurso com entretimento de baixa qualidade. Mas o fato é que, sem uma bagagem cultural, a capacidade de o professor estimular o aluno é muito menor. Professor em contato permanente com a cultura é o contato permanente com a criatividade.

Alguns podem dizer que meia-entrada para professor seria um privilégio, afinal por que não estender também para médicos. Ou garis.

Certamente não será essa a grande solução para a melhoria do professor. É algo que depende de treinamento constante, de benefícios para atrair talentos e de melhores condições de trabalho. Mas ajuda.

Como o professor é estratégico para formar todo um país, um projeto específico para ajudá-lo a vivenciar mais cultura terá um efeito propagador. Daí que tenho defendido há tempos o uso da cidade como espaço educativo, com suas inúmeras possibilidades gratuitas ou acessíveis.

Se dependesse de mim, haveria até mesmo descontos para a compra de livros e banda larga de internet. Afinal, professor que não lê (e são muitos, podem acreditar) jamais conseguirá ser um bom professor.

Gilberto Dimenstein, 54, integra o Conselho Editorial da Folha e vive nos Estados Unidos, onde foi convidado para desenvolver em Harvard projeto de comunicação para a cidadania.



domingo, 11 de setembro de 2011

PENSANDO NA VIDA E NA MORTE


Estes últimos dias têm sido para mim marcados por situações muito desafiadoras. Pessoas próximas, amigas e conhecidas, enfrentam momentos difíceis de doenças graves e uma querida amiga faleceu. Tudo isso me tem feito pensar, então senti o desejo de escrever sobre isso tudo...

Estava me lembrando de uma conversa que tive com alguém há muito tempo atrás sobre se era bom ou não dizer a alguém que está com uma doença grave que sua vida está em risco ou, se for o caso, que sua doença não tem cura e que ela irá morrer dentro de algum tempo.

Essa pessoa dizia que era melhor não dizer nada porque a pessoa poderia ficar deprimida ou desesperada e isso pioraria seu quadro, mas eu defendia a idéia de que se fosse comigo eu gostaria de saber. Mais ainda, eu achava (e ainda acho) que tinha o direito de saber sobre meu estado, pois isso seria determinante para a qualidade de vida do tempo que me restasse.

Lembrei-me desta conversa diante das situações que tenho vivido nestes dias em contato com tanto sofrimento de pessoas próximas a mim...

Acredito que a vida é um dom, um presente que recebemos e que viver é realmente algo maravilhoso, entretanto, também sei que a vida é frágil e limitada, somos todos mortais e a realidade da morte é nossa companheira constante... diria mais, nossa companheira inseparável, mesmo que silenciosa e discretamente despercebida.
Fugir dessa realidade é negar um fato: não podemos fugir dela.

Então, precisamos saber viver cada dia, cada momento, sem cair em imediatismos, mas sabendo que nossa vida constrói também a vida dos outros, por isso não posso ser irresponsável com a minha.
Minha vida está em relação com tudo: as pessoas, as coisas, o mundo ao meu redor. Viver é, então, mais do que aproveitar o que puder sem pensar no amanhã, mas é viver bem cada momento pensando no amanhã: no meu e no de todos os demais.

Diante da realidade da morte também não quero ter medo ou fugir, pois é uma perda de tempo. Quero abraçá-la e saber acolhê-la em minha vida como um momento a mais, que não se pode evitar para sempre.
Saber que um dia vou morrer, ou, talvez, saber que tenho um tempo limitado de vida por causa de uma enfermidade, me dá a oportunidade de melhorar a qualidade do tempo que me resta, avaliar o que devo fazer com mais cuidado, procurando tirar o máximo de proveito de cada coisa.

Porém, eu sei que este modo de pensar não é o das outras pessoas. Algumas pensam assim, outras, certamente pensariam em “quebrar tudo”, “chutar o pau da barraca”, entrariam em desespero ou cairiam numa vida entregue a todos os excessos possíveis. Isto significa que diante da realidade da morte se revela a nossa verdade mais fundamental: os meus verdadeiros pensamentos, valores, a verdade de quem sou eu...

Isto não é impressionante??!! Parece que somente nesta hora, diante desta realidade certa e intransferível que é a nossa morte, é que confirmamos ou revelamos a verdade de quem nós somos.

Meu Deus, como o ser humano perde seu tempo com tantas bobagens, e nisto perde a si mesmo também! Gastamos nosso precioso tempo lutando por coisas que, no final, veremos que nada são: lutamos por cargos, por dinheiro, por sucesso, por poder, por reconhecimento, por saúde, por conforto, por tantas coisas, mas no final vemos que esquecemos o que era mais importante: dizer a quem está perto de nós que o amamos, perdoar ao invés de gastar tempo precioso odiando, andar mais devagar e saborear a beleza do que está no caminho de nossa vida (amigos, familiares, a natureza, a arte, a música, um bom livro), encher nosso coração de bons sentimentos e pensamentos que nos elevam e nos fazem ver como a vida (e a vida de cada ser) é bonita.

Lembro-me agora de Renata, uma querida amiga falecida nesses dias. Jovem ainda partiu devido a complicações de uma enfermidade que estava tratando. Lembro-me dela porque nestes dias ouvi tantas coisas bonitas sobre ela, sobre sua alegria, sua capacidade de cativar as pessoas, de aproximar os amigos, sua simplicidade, sua atenção com os outros, tantas qualidades surgiram e foram lembradas com carinho e saudade por tantas pessoas que tiveram a alegria de conhecê-la e de conviver com ela. Partindo jovem ela deixou de viver muitas coisas ainda, porém, acredito que esses testemunhos mostram que ela viveu bem aquilo que lhe foi possível e isto é o mais importante.

Quantas pessoas vivem até a velhice e no final não tem nada a agradecer ou a recordar que realmente tenha sido bonito, significativo, que mereça ser recordado. Quando olham para trás se perguntam: “o que fiz da minha vida?”. Isto sim é mais triste e mais terrível do que a própria morte, pois se da morte não fugimos, pois não temos poder para mudá-la, de uma vida sem sentido podemos fugir, mudar, escolher o caminho, por mais difícil que seja a vida de cada pessoa. Não escolher saber viver bem a própria vida é insanidade, é desperdiçar este presente maravilhoso que é viver.

Bem, amigos e amigas, este texto é mais um desabafo do que um pensamento bem ordenado. Sei que muitas idéias devem estar meio perdidas pelo caminho, mas penso que este assunto não dá para falar simplesmente de modo acadêmico, técnico. Quis falar de modo muito pessoal e compartilhar com vocês estes pensamentos e sentimentos.

Espero que isso ajude a vocês a refletirem sobre tudo isso também.
Vamos viver bem a vida para saber abraçar nossa morte quando ela chegar sem desespero ou pesar. Saber viver é fundamental para saber morrer..

Eu quero aprender as duas coisas. Peço a Deus que me ajude a alcançar esta graça!

Pe. Augusto Lívio.

domingo, 4 de setembro de 2011

“Odres novos para vinho novo”



Tenho pensado muito, nestes dias, após a Jornada Mundial da Juventude de Madrid, sobre o desafio de evangelizar nos dias atuais.
Percebo que nossa prática está, muitas vezes, marcada por uma mentalidade, um modo de pensar a fé e sua transmissão, que não correspondem ao modo de pensar e sentir da “nova” messe que se apresenta diante de nós neste novo milênio.

Vou tentar explicar o que quero dizer....

Nos últimos 500 anos, a Igreja (e quando falo Igreja, me refiro a sua totalidade: clero, religiosos e leigos) evangelizou no ocidente, em sua maior parte, dentro de um ambiente de cultura cristã, ou seja, num ambiente no qual, se as pessoas não conheciam o evangelho ou viviam em comunidades eclesiais, as pessoas conheciam e aceitavam a pessoa de Jesus com todas as afirmações dogmática relativas a Ele e, deste modo, falar de Jesus, anunciar que Ele é o Filho de Deus que veio ao mundo por amor a nós e deu sua vida como grande doação de amor para nossa salvação, sempre foi claramente compreendido e aceito. Então, a evangelização se tornou um processo de conscientização, de levar as pessoas a tomarem consciência e a sentirem como algo próximo, real, pessoal, aquilo que elas, em geral, já sabiam de modo cultural e conceitual. Essas pessoas eram, e ainda são hoje, convidadas a (re)descobrirem o valor e a beleza da fé que conhecem, mas não experimentam em suas vidas.

Entretanto, existe uma realidade nova, que cresce a cada dia devido ao processo de secularização crescente no mundo. Esta realidade é a das pessoas que nascem sem receber nenhuma catequese cristã, algumas foram até batizadas, mas somente isto. Outras foram educadas distantes do contato com o mundo religioso, olhando a religião (ou as religiões) como uma espécie de curiosidade cultural, filosofia de vida, etapa primitiva do processo evolutivo do ser humano, um fenômeno a ser estudado pelas ciências humanas e por aí vai...

O discurso dogmático não funciona com essas pessoas... Dizer coisas do tipo: “Jesus é o Senhor”, ou “Jesus é Deus, nosso salvador”, ou ainda “Quem segue a Jesus encontrará a salvação”, tem tanto efeito como usar uma peneira para tapar o sol. Essas pessoas escutam este discurso e dizem: “ daí?”, “Isso é o que você diz, é a tua verdade, mas eu penso diferente”, “isso é história para criança, quem ainda acredita numa fantasia dessas?”

O que fazer? Como evangelizar neste contexto? Estas perguntas têm me perseguido há alguns anos e voltaram com muita força durante a Jornada Mundial da Juventude, pois vi esta contradição presente: jovens que se declaravam fiéis e fervorosos no desejo de seguir Jesus, e jovens que não viam sentido nenhum em tudo aquilo e, por isso mesmo, protestavam contra a Jornada.
Nos discursos se dizia: “Jesus é o único que pode dar sentido a vida dos jovens”. Porém, isto não quer dizer nada para esta nova geração que cresce a margem da fé cristã...

Comecei, então, a pensar que modelo de evangelização poderia funcionar neste novo tempo, nesta “mudança de época” em que vivemos.
Percebi que o modelo “tradicional” (que não quer dizer da tradição da Igreja) baseia-se em um modelo teológico conhecido como “teologia de cima”, ou seja, se parte de conceitos já estabelecidos pela Tradição e pelo Magistério como verdades fundamentais da fé (por exemplo, Jesus é humano e divino) e, partindo disto se realiza uma reflexão explicativa, para provar este conceito como verdadeiro. A evangelização que segue este modelo parte do anúncio de que Jesus é o Senhor, de que Deus nos ama, de que Jesus nos salvou na cruz, e, partindo deste kerigma, se constrói o discurso para que a pessoa compreenda este anuncio, o acolha e faça sua adesão de fé.

Este modelo de evangelização não alcança esta nova realidade crescente no mundo, como já expliquei acima. Este modelo toca aqueles que têm algum referencial cristão ou tem uma abertura e uma busca por esse encontro com Deus de modo muito consciente. Porque para quem não tem o referencial cristão, esta busca pode estar sendo respondida em outra experiência religiosa...

Existe outro modelo de evangelização, também baseado em um modelo teológico conhecido como “teologia de baixo”, que me parece um caminho de resposta ao desafio da evangelização nas novas realidades de hoje. Este modelo parte da realidade do evangelizador e dos seus interlocutores. Parte das experiências da vida concretas, tentando perceber seu sentido mais profundo numa perspectiva cristã de seguimento de Jesus, procurando viver, sentir, se relacionar partindo dos valores do evangelho de Jesus. Neste processo o primeiro passo é a vida, a forma de viver, o sentido com o qual se vive e, a partir disso, descobrir no dia-a-dia esta presença ressuscitada de Jesus, até chegar ao ponto da descoberta mais fantástica: Ele é Deus-conosco!

Neste modelo o evangelizador anuncia com a vida que seguir Jesus é o verdadeiro caminho da felicidade do ser humano. Quando falo evangelizador não estou me referindo simplesmente a um indivíduo que vai como missionário anunciar o evangelho em algum lugar. Estou me referindo a pessoas que, vivendo em comunidade, compartilham o estilo de vida de Jesus: no amor, no perdão, na solidariedade, na oração, na justiça, na caridade, na esperança... Foi deste modo que os primeiros cristãos provocaram e atraíram quem estava ao seu redor, sendo um sinal no mundo da presença de Jesus. Este modelo de evangelização convida as pessoas não a ouvirem discursos primeiro, mas a ouvirem a vida que se apresentava diante delas e, sendo provocadas a experimentar, elas podem fazer a experiência do que significa viver conforme a Boa Notícia de Jesus. Fazendo o caminho elas poderão descobrir quem é Jesus, reconhecer que realmente a vida encontra pleno sentido nEle, que só sendo Deus para nos trazer tão profunda e bela verdade: somos filhos amados por Deus, salvos por seu amor e chamados a viver uma vida nova.

Este modelo é bem mais exigente do que o primeiro, pois o outro pode cair no intelectualismo: discurso e conceitos bonitos, mas que não passam de palavras para seus ouvintes e que podem ser facilmente manipulados ideologicamente.

O segundo modelo é existencial: a vida é o critério de base, a busca do seguimento feliz e ousado que gera questionamentos à mentalidade e aos valores da cultura presente, fazendo perguntar-se se “este modo de viver é realmente o melhor”, “o que move estas pessoas a viverem assim e de onde vem sua alegria, sua felicidade, pois não vivem nossos valores, vivem outros, aprendidos com um ‘tal Jesus’”. Aqui a manipulação é mais difícil, pois somente fazendo a experiência é que se compreende em profundidade o significado da mensagem evangélica.

Estou persuadido de que este é o caminho, mas também descobri que ele é bem mais exigente. O cristão que deseja levar ao mundo a boa notícia de Jesus de Nazaré, o Deus-conosco, o Senhor da cruz, o ressurrecto dentre os mortos, precisará de uma conversão de mentalidade, de modelo de evangelização, pois estamos profundamente marcados pelo modelo “de cima”... Facilmente queremos empurrar “goeala a baixo” dos outros verdades prontas e acabadas. Mudar esta postura não é fácil...

Por isso, a mensagem do evangelho que intitula esta reflexão: “Odres novos para vinho novo”. Os odres somos nós e o vinho novo é este modelo de evangelização “de baixo”. Se não mudarmos, se não fizermos uma conversão de mentalidade, este vinho novo vai se perder e nós também nos perderemos.
Depois poderei fazer outro texto fundamentando melhor esta proposta de evangelização. Por hora, só queria compartilhar esta reflexão que me levou a esta descoberta provocadora e provocativa... Sinto que converter-me neste contexto será um caminho difícil...

A você que está lendo e conseguiu chegar ao final eu peço: se concorda comigo, se acha que vale a pena fazer este caminho, por favor, não me deixe só! Pode ser que juntos consigamos o que sozinhos jamais seríamos capazes..

Vamos tentar... “Tudo vale a pena mesmo que a fé seja pequena!”

Um abraço!

Pe. Augusto Lívio

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

UM OLHAR SOBRE A JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE DE MADRID



Eu recebi a graça de poder participar da Jornada Mundial da Juventude – JMJ,  que aconteceu em Madrid neste ano de 16 a 21 de agosto.

Fui com muitas expectativas para viver estes dias, no desejo de observar e sentir a vida da juventude católica espalhada em tantos lugares, culturas e línguas diferentes.
Muitas coisas me chamaram a atenção e desejo compartilhá-las com você que parou para ler este texto, sem nenhuma pretensão de fazer uma reflexão teológica elaborada. Vamos falar de experiências e sentimentos, impressões e aprendizados...

A primeira coisa que me chamou a atenção foi a alegria e a cordialidade dos jovens. Mesmo sem sabermos a língua ou o nome, os gestos de gentileza, da alegria, o clima e o tratamento fraternos eram muito presentes na grande maioria dos participantes. Experimentei como realmente é universal o desejo de fraternidade e de diálogo entre todos nós, serem humanos que habitam este planeta.

Uma outra coisa que me chamou a atenção foi a sede de Deus, o desejo de experimentá-lo durante a jornada. Isto era claro nas celebrações, catequeses, via-sacra e na vigília com o Papa. A atitude de silêncio orante, mesmo sendo uma multidão de milhões, a atenção as palavras do Papa, mesmo não sendo na língua própria do cada povo, o canto e a dança como expressões de uma juventude alegre por seguir a Cristo, isto tudo revelaram-me como os jovens tem desejo por Deus que pode preencher suas vidas de sentido em plenitude.

Conversei com outros jovens, brasileiro ou não, e escutei histórias interessantes sobre santidade, palavra de Deus, celebração da Eucaristia, confissão, diferenças culturais e religiosas... Foram diálogos enriquecedores! Destaco uma das conversas na qual um jovem brasileiro compartilhava comigo uma descoberta que fez sobre a idéia de santidade. No seu alojamento estavam mais de 600 jovens de vários lugares diferentes, com línguas diferentes e costumes diferentes. Ele me dizia que observou vários jovens europeus que fumavam e se vestiam de modo que alguns de nós por aqui estranharíamos, mas ele observou que esses mesmos jovens começavam e terminavam o dia rezando juntos com fervor e devoção, liam a Bíblia durante o dia numa atitude bonita de fé e busca de seguir Jesus. Esse jovem, então, me disse o que descobriu: apesar do vestir diferente ou do mau hábito do cigarro (que é realmente um mau hábito, pois prejudica a saúde) esses jovens estavam fazendo um caminho de santidade verdadeiro e que não podemos reduzir o caminho de santificação e um simples conjunto de costumes, mas é preciso olhar o projeto fundamental de Deus. Ele descobriu algo que o ensinou a buscar melhor a santidade e a respeitar o caminho dos seus irmãos... Descobriu que não há um só modelo de santidade, mas só um caminho que é o seguimento de Jesus.

Outra coisa que me chamou a atenção foi o desejo dos jovens em ver e ouvir o Papa. Era perceptível como, para a grande maioria, era importante vê-lo e ouvi-lo. Como se buscassem respostas, referências, dentro de um mundo tão cheio de incertezas e dúvidas. Os jovens queriam ouvir uma palavra que os ajudasse a viver sua juventude cristã nos tempos de hoje e o Papa dirigiu várias palavras aos jovens. Suas palavras foram ouvidas com atenção, mas o desafio é muito grande para se ter respostas profundas em um momento como este. Entretanto, o Papa encorajou os jovens a viverem sua fé, convidou-os a cultivarem a civilização do amor projetando um futuro novo para o nosso mundo.

Mais do que os discursos, a vivência comunitária e as partilhas de vida nos diversos momentos da jornada foram, para mim, o ponto mais enriquecedor e iluminador desses dias. Os discursos estão publicados e os lerei com calma para ver melhor qual a mensagem que o Papa trouxe à juventude do mundo nesses dias.
Agora, ainda neste momento, estou a colher os frutos desses dias, ainda meditando em tudo o que vi, ouvi e toquei... Nos sinais do amor de Deus que pude experimentar. E já estou sonhando com a próxima jornada que será em nosso Brasil, no desejo que ela seja tão bela, significativa e rica de espiritualidade como foi a de Madrid.

Realmente só sabe o que é a JMJ que participou dela...

domingo, 14 de agosto de 2011

Com a mochila pronta: Jornada Mundial da Juventude

Olá amigos e amigas!

Estou postando apenas um pequeno comunicado: estarei nos próximos dias participando da Jornada Mundial da Juventude, em Madrid, Espanha. Ficarei com um grupo de nossa diocese por lá até o dia 26, então, provavelmente, não postarei nada no blog.
Entretanto, se eu tiver oportunidade e acesso a net, tentarei fazer breves postagens relatando da experiência da Jornada. Vamos ver o que vai acontecer...

De qualquer modo, deixo meu abraço e espero nos reencontrarmos em breve.

Até breve! (ou será "hasta la vista" ??)

Pe. Augusto Lívio.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Dia Internacional da Juventude - 12 de agosto


Mensagem do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, para o Dia Internacional da Juventude.
“Mudar nosso Mundo” é mais do que o tema do Dia Internacional da Juventude deste ano, é uma inspiração para todos os jovens em todos os momentos.
Muitos dos mais de um bilhão de jovens do mundo não têm a educação, a liberdade e as oportunidades que merecem. No entanto, apesar dessas limitações – e, em alguns casos, por causa delas – jovens estão se mobilizando em grande número para construir um futuro melhor. Ao longo do último ano, eles conquistaram resultados impressionantes, derrubando ditaduras e enviando ondas de esperança entre as regiões e ao redor do mundo.
Os jovens são dotados de mentes abertas e uma percepção aguçada das tendências emergentes, e estão levando suas energias, ideias e coragem para alguns dos mais complexos e importantes desafios enfrentados pela família humana. Eles frequentemente entendem melhor do que as gerações mais velhas que as diferenças religiosas e culturais podem ser superadas para alcançar nossos objetivos compartilhados. Eles estão se levantando pelos direitos das pessoas oprimidas, inclusive daqueles que sofrem com a discriminação baseada em gênero, raça e orientação sexual. Eles estão enfrentando questões sensíveis a fim de parar a propagação do HIV. E eles são muitas vezes os principais defensores da sustentabilidade e dos estilos de vida verde.
A comunidade internacional deve continuar trabalhando em conjunto para expandir as oportunidades para estes jovens homens e mulheres, e responder às suas demandas legítimas por dignidade, desenvolvimento e trabalho decente. Deixar de investir em nossa juventude é uma falsa economia. Investimentos em jovens pagarão grandes dividendos em um futuro melhor para todos.
Este Dia marca o fim do Ano Internacional da Juventude, um marco na advocacia global pelo e para os jovens do mundo. Minha esperança é de que esta experiência possa agora fornecer um fundamento para aprofundar ainda mais o aproveitamento do talento e da energia dos jovens. Para eles eu digo: vocês têm a oportunidade de mudar o mundo. Aproveitem-na.
FONTE: 
http://unicrio.org.br/dia-internacional-da-juventude-%E2%80%93-12-de-agosto-de-2011/

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Ter filho não é pra todo mundo


Este texto não é uma reflexão com perspectiva religiosa, mas considerei-a interessante por oferecer um ponto de vista que tenta olhar com objetividade o desafio da família hoje, em especial, na educação dos filhos..
Vale a pena dar uma olhada.


Vamos ser francos: quem realmente tem capacidade para se dedicar a uma criança como deveria. Faça a análise antes de ter uma
por José Martins Filho

Será que todos os seres humanos precisam ser pais? Não sei. Cuidar bem de uma criança, além de ser de sumária importância, dá um trabalho danado. Crianças choram à noite, nem sempre dormem bem, precisam de cuidados especiais, de limpeza, de banho, alimentação, ser educadas e acompanhadas até a idade adulta. E, principalmente: crianças precisam da presença dos pais, sobretudo as menores, que requerem a mãe na maior parte de seu tempo. Não é dando dois beijinhos pela manhã antes de ir para a creche, ou colocando a criança para dormir à noite, que será possível transmitir segurança, afeto e tranquilidade. Escuto muito a seguinte frase: “Doutor, o que interessa é a qualidade do tempo junto e não a quantidade”. Duvido. Diga ao seu chefe que você vai trabalhar apenas meia hora por dia, mas com muita qualidade. Certamente ele não vai gostar. Seu filho também não. 

Sejamos sinceros, nem todo mundo está disposto a arcar com esse ônus. Talvez seja melhor adiar um projeto de maternidade, e mesmo abrir mão dessa possibilidade, do que ter um filho ao qual não se pode dar atenção, carinho e presença constante. Lembre-se que é preciso dedicar um tempo razoável: brincar junto, fazer os deveres de casa, educar, colocar limites.  Como fazer tudo isso e ainda continuar no mercado de trabalho? Usando seu horário de almoço para comer junto com seu filho. Fazendo visitas na creche durante o dia. Passeando no final de semana, em atividades em que a criança seja prioridade, como praia, parques, jogos em conjunto. Por favor, isso não inclui shopping center.  Sou obrigado a fazer todas essas coisas? Claro que não. Mas ser pai e ser mãe também não é uma obrigação, sobretudo nos dias de hoje em que a vida oferece infinitas possibilidades. Trata-se de uma escolha. E, como toda escolha, pressupõe que você abra mão de outras tantas. O que se propõe? A volta da mulher à condição de dona de casa? Também não. O que se propõe é a conscientização da paternidade e maternidade. 
A infância determina a vida de todos nós. Ela é fundamental para a existência humana. Na esfera psíquica, os primeiros dois anos significam a base da construção de uma personalidade saudável. A violência, a agressividade, a falta de ética, a amoralidade dos tempos modernos não são apenas fruto de dificuldades econômicas e sociais, mas da falta de amor, educação, limites.  Com a vida moderna, as crianças passaram a ocupar um papel secundário ou terciário na vida familiar. Lembre-se de que o futuro da humanidade vai depender dessas crianças que, provavelmente, chegarão aos 100 anos de idade. Fico triste quando, no consultório, a mãe não pode estar presente, ou o pai. E nem mesmo a avó: apenas a babá.  Deveríamos fazer uma análise tranquila antes da maternidade ou da paternidade. Queremos mesmo mudar nossa vida? Vamos ter condições de participar intensamente da vida desse novo ser? Se lograrmos essa consciência, tenho certeza de que o mundo irá melhorar. 

quarta-feira, 20 de julho de 2011

A Igreja secreta e os clérigos clandestinos da Europa comunista

Quero compartilhar este artigo que nos permite conhecer uma realidade da Igreja que muitos de nós jamais teve acesso. Uma realidade de perseguição e de luta para manter acessa a chama da fé... 
Você não precisa concordar... Leia e reflita!


Ao longo dos 41 anos do regime comunista no antigo país do bloco do Leste, uma rede subterrânea de grupos e indivíduos manteve viva a fé católica, chegando ao ponto de ordenar homens casados e mulheres. Na semana passada, suas conquistas foram tardiamente homenageadas.

A reportagem é de Christa Pongratz-Lippitt, publicada na revista inglesa The Tablet, 08-04-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Foi em uma comovente cerimônia na Igreja da cidade das Nações Unidas, Viena, no sábado da semana passada, 21 anos após a queda da Cortina de Ferro, que o maior e mais conhecido grupo subterrâneo da antiga Tchecoslováquia – chamado de "Koinótés" e fundado pelo falecido bispoFelix Maria Davidek (foto) – recebeu oPrêmio pela Liberdade na Igreja daFundação Herbert-Haag, concedido anualmente a pessoas e instituições "por ações corajosas dentro da cristandade".

Embora sendo uma figura controversa e polêmica, o carisma de Felix Maria Davidek e seus extraordinários dons já foram reconhecidos por muitos homens da Igreja Católica, incluindo bispos e cardeais.Davidek reconheceu os sinais dos tempos, e sua resposta foi profética.
Situações desesperadoras – neste caso, a severa perseguição por um dos regimes ateus mais implacáveis – merecem remédios desesperados, e Davidek ordenou homens casados e mulheres ao sacerdócio católico. As estratégias de sobrevivência que ele tomou iluminam o potencial da Igreja para a reforma, que nunca acaba com a morte dos reformadores.
Já antes da invasão comunista em 1948, Davidek ficou fascinado com a ideia deTeilhard de Chardin de uma progressão evolutiva rumo a uma consciência cada vez maior. Ele estava convencido de que, além de estudar filosofia e teologia, os seminaristas deveriam ter uma formação universitária ampla e também estudar as humanidades e as ciências.

Enquanto ele era seminarista na Tchecoslováquia sob a ocupação alemã durante aSegunda Guerra Mundial, ele sonhava em fundar uma universidade católica. Após a ordenação, em 1945, Davidek continuou seus estudos universitários. Ele fez medicina e, finalmente, obteve um doutorado em psicologia. Ao mesmo tempo, ele fundou o "Atheneum", um curso preparatório para jovens católicos, homens e mulheres, que não haviam sido autorizados a participar das escolas secundárias durante a ocupação alemã, com o objetivo de prepará-los para a matrícula e permitindo-lhes assim estudar teologia.

Em 1948, entretanto, os comunistas tomaram o poder. Davidek continuou com seus cursos no Atheneum em segredo, mas logo ficou sob a vigilância da polícia e foi preso. Seus companheiros presos disseram que ele era um prisioneiro particularmente audacioso que frequentemente se rebelava e, consequentemente, passou longos períodos em isolamento. Durante seus 14 anos de encarceramento, ele anotou em pedaços de papel higiênico seus planos meticulosos para a sobrevivência da Igreja em uma ditadura comunista e ateia.

Perseguição

Os anos 1950 foram o pior período da perseguição à Igreja na Tchecoslováquia. As faculdades de teologia das universidades foram fechadas. Apenas dois seminários católicos foram autorizados a permanecer abertos, e ambos foram colocados sob controle estatal. Os bispos haviam proibido os seminaristas de frequentar esses seminários controlados pelo Estado, e logo muitos deles foram presos. Uma sede depois da outra acabou ficando abandonada, e a polícia secreta observava de perto todas as atividades da Igreja.
Quando foi libertado em 1964, Davidek imediatamente começou a colocar seus planos em ação. Ele logo foi capaz de reunir muitos católicos comprometidos em torno dele. Eles chamaram seu grupo de "Koinótés" (derivado de “koinonia”, palavra grega que significa comunidade) e reuniam-se regularmente em segredo à noite e nos fins de semana, já que era obrigatório ter um emprego durante o dia.

Davidek ensinou uma grande variedade de temas e, secretamente, convidou clérigos proeminentes como oradores convidados. Graças a amigos que as haviam trazido às escondidas do exterior, ele também foi capaz de estudar as conclusões do Concílio Vaticano II e as obras de Karl Rahner, Yves Congar, Henri de Lubac e outros teólogos muito conhecidos da época junto com seus alunos.

O maior desafio era garantir um número suficiente de sacerdotes fidedignos nos quais pudesse confiar que não iriam colaborar com o regime. Até 1967, os candidatos foram enviados ao exterior para serem ordenados clandestinamente na Alemanha ou naPolônia. Tanto o arcebispo de Cracóvia, Karol Wojtyla, que mais tarde viria a ser oPapa João Paulo II, e o cardeal Joachim Meisner, de Colônia, então bispo deBerlim, ordenaram sacerdotes tchecoslovacos clandestinamente nessa época.

Davidek sabia que nunca iria obter permissão para deixar o país. Por isso, ele enviouJan Blaha, um jovem químico que participava de conferências no exterior e era membro do Koinótés, a Augsburg, onde foi ordenado sacerdote clandestinamente pelo bispoJosef Stimpfle. Poucos meses depois, em Praga, em outubro de 1967, Blaha foi sagrado bispo por Dom Peter Dubovsky, um jesuíta eslovaco, que também havia sido ordenado clandestinamente. Dom Blaha, então, consagrou Felix Davidek. Todas essas ordenações e consagrações foram, desde então, devidamente reconhecidas e declaradas como válidas pelo Vaticano.

A partir de então, o Koinótés se tornou o núcleo de uma rede clandestina de grupos católicos comprometidos da Tchecoslováquia. Davidek estava convencido de que a Igreja só poderia sobreviver e cumprir seu mandato em pequenas entidades e que, como na Igreja primitiva, cada grupo deveria ter seu próprio bispo. Por isso, ele logo ordenou um número considerável deles.

Depois que os tanques soviéticos destruíram a efêmera Primavera de Praga de 1968,Davidek vivia com medo de que os comunistas pudessem, a qualquer momento, tentar liquidar completamente a Igreja toda, deportando todos os clérigos para a Sibéria. Por isso, ele consagrou bispos de apoio, de "reserva", para assumir caso tal situação se verificasse.
Ele também ordenou homens casados, em primeiro lugar para o rito greco-católico, onde isso é costume. A Igreja greco-católica tinha sido dissolvida pelos comunistas e incorporada à força à Igreja Ortodoxa, e todos os seus bispos haviam sido presos. Muitos dos seus membros tornaram-se mártires, mas alguns escaparam e foram para a clandestinidade. O Koinótés trabalhou em estreita colaboração com eles.

Mais tarde, Davidek também ordenou homens casados de rito latino como sacerdotes "birrituais", que eram autorizados a celebrar em ambos os ritos. Ele consagrou até um bispo casado. Uma das principais razões para essas iniciativas era que as autoridades muito improvavelmente suspeitariam que homens casados fossem padres na católicaMorávia de rito latino.

Ordenação de mulheres

Davidek também chegou a ordenar um pequeno número de mulheres. Há já algum tempo, ele vinha discutindo o papel das mulheres na Igreja, nos encontros do Koinótés. Ele estava convencido de que, como as mulheres eram batizadas, distribuíam a Comunhão aos doentes e tiveram o seu lugar como diaconisas na hierarquia da Igreja do primeiro milênio, elas apenas estavam excluídas do sacerdócio por razões históricas e não dogmáticas. Sua principal razão para a ordenar mulheres era pastoral. As mulheres nas prisões femininas – especialmente as religiosas que estavam presas em grande escala e eram muitas vezes expostas a terríveis torturas sexuais – não tinham ninguém para cuidar de suas necessidades espirituais, enquanto que, nas prisões masculinas, geralmente havia vários padres entre os prisioneiros homens.
Em dezembro de 1970, ele convocou um "sínodo pastoral" especial para discutir o papel das mulheres na Igreja, mas, quando ele colocou a ordenação feminina em votação, a metade dos membros do Koinótés que compareceram votaram contra. A questão dividiu a comunidade e se tornou um marco na sua história. Poucos dias depois, no entanto, Davidek ordenouLudmila Javorová (foto), um membro proeminente do Koinótés, e mais tarde fez dela o seu vigário-geral, cargo no qual ela permaneceu até a sua morte em 1988.

Eu me lembro que discuti a respeito de Dom Davidek e de sua ordenação de homens casados e de mulheres com o arcebispo John Bukovsky, em Viena, no final dos anos 1990.Bukovsky, que hoje está aposentado, me disse que o Vaticano havia lhe enviado a uma missão de investigação na Tchecoslováquia, no verão de 1977. Ele conseguiu falar com DomDavidek por várias horas, disse ele, e sabia que Davidek havia ordenado homens e mulheres casados. "Fiquei muito surpreso ao ser recebido pela sua vigária-geral, vestida de branco e trajando uma cruz", acrescentou. As ordenações eram ilícitas mas válidas, ele destacou naquele tempo, e disse que Roma havia sido totalmente informada.

As "reordenações"

Quando a Cortina de Ferro caiu em 1989, muitos sacerdotes e bispos ordenados clandestinamente, especialmente os do Koinótés, tinham primeiro grandes esperanças de que Roma lhes permitiria formar uma prelatura pessoal especial, de forma que pudessem continuar seu trabalho. Demorou anos para resolver o seu status de ordenação, já que as ordenações clandestinas raramente eram estabelecidas por escrito. A maior parte deles teve que concordar em ser condicionalmente reordenado, no caso de suas ordenações não serem válidas. Um certo número de padres casados foram depois assumidos pela reestabelecida Igreja greco-católica.

Em 1992, aqueles que se recusaram a ser reordenados foram proibidos de praticar seu ministério sacerdotal sob a ameaça de excomunhão. E em todo esse tempo, é claro,Ludmila Javorová e suas colegas foram completamente ignoradas. Na cerimônia de premiação, ela disse: "O trabalho foi iniciado. Outros devem continuar. Mesmo que o Vaticano considere o assunto encerrado, é minha firme convicção que, em algum momento no futuro, esse dossiê será reaberto".

Durante muitos anos depois de 1989, sempre que eu me encontrava com qualquer um desses padres clandestinos – algo que eu fazia e continuo fazendo regularmente –, eles ainda esperavam contra toda a esperança que Roma mudaria de opinião. Eles me pediam para não publicar entrevistas e se recusavam a criticar os poderes de Roma de qualquer forma que isso pudesse prejudicar a sua causa. Gradualmente, à medida que os mais velhos morriam e seus números diminuíam, eles perceberam que haviam sido entregues à sua sorte. E mesmo assim eles continuaram sendo o que eram desde o início – católicos comprometidos, humildes e fiéis.

Na cerimônia de entrega do prêmio em Viena, o Koinótés de Dom Davidek foi pela primeira vez reconhecido publicamente por aquilo que foi – um valente esforço para assegurar a sobrevivência da Igreja sob perseguição. No seu “laudatio”, o teólogo suíço Hans Küng, professor da Universidade de Tübingen, o professor Hans Jorissen, ex-professor de dogmática da Universidade de Bonn e provavelmente o principal especialista em Igreja clandestina fora da antiga Tchecoslováquia, e o professor Walter Kirchschläger, da Universidade de Lucerna, lamentaram o potencial que se perdera. Como o professor Jorissen disse, "o conceito de uma re-evangelização missionária da República Tcheca, que hoje é um dos países mais secularizados da Europa, poderia ter usado as experiências da Igreja clandestina, que foi, e ainda poderia ser hoje, um modelo para a re-evangelização".
Essa mensagem é repetida em um novo livro sobre a Igreja clandestina da então Tchecoslováquia, Die verratene Prophetie (A profecia traída), editado por Erwin Koller, pelo professor Küng e por Peter Krizan, e publicado em alemão pela editora Exodus, de Lucerna.
Dom Dusan Spiner, que também foi vigário-geral de Davidek, disse na cerimônia de premiação: "O mundo secular não é um continente de bárbaros e pagãos, a quem devemos levar a mensagem do evangelho. Ele é o nosso mundo e a nossa herança, e é nesse mundo que devemos viver com coragem, como uma comunidade da Igreja".

Dom Spiner e Ludmila Javorová foram a Viena para receber o Prêmio da Fundação Herbert-Haag em nome do Koinótés. Eles foram aplaudidos de pé, especialmente quando anunciaram que iriam usar o dinheiro para as comemorações do aniversário de Dom Davidek, que completaria 90 anos em setembro.


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