tag:blogger.com,1999:blog-77990602543123820542024-03-06T02:12:58.114-03:00Augusto LívioEste espaço está a serviço da reflexão sobre vários temas que sejam de interesse humano.
Quero compartilhar esses pensamentos com quem desejar.Augusto Líviohttp://www.blogger.com/profile/12620257419100663533noreply@blogger.comBlogger110125tag:blogger.com,1999:blog-7799060254312382054.post-73782956384138664792018-12-02T06:00:00.000-03:002018-12-02T06:00:05.546-03:00Conversando sobre a Escola sem Partido<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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Na semana passada fui convidado para conversar um pouco sobre o tema "Escola sem partido". A conversa aconteceu no programa Dinâmica do Direito na TV AD Mossoró.</div>
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Não fui como especialista, mas como professor, educador, que está acompanhando essa discussão.</div>
<div style="text-align: justify;">
Pela complexidade e pelo tempo para falar sobre o assunto não foi possível uma discussão mais profunda, porém foi possível tratar de alguns pontos importantes e trazer algumas provocações para que as pessoas se interessem mais pelo assunto.</div>
<div style="text-align: justify;">
Assistam ao vídeo:</div>
<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/fWI9sCZK5c8/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/fWI9sCZK5c8?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
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<br />
FONTE ORIGINAL: <a href="https://www.youtube.com/watch?v=fWI9sCZK5c8&feature=youtu.be" target="_blank">Dinâmica de Direito</a></div>
Augusto Líviohttp://www.blogger.com/profile/12620257419100663533noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7799060254312382054.post-6203625749724772052018-11-18T06:00:00.000-03:002018-11-18T06:00:03.979-03:00O combate ao clericalismo e as reformas de Francisco<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFjthuzfqLI-FLR1724ZM6QkUMOr9kodvMRclTG1UeejdLpsLNVRyXS1FYqZZUHYxQvX4v6MvNkK8W4jATHa7jp-WEd0iPeZmgn3EtFi_CYEUzhyMzaWOto0eRlqnHIqOUVSyyYrf1iFY/s1600/prete2%255B1%255D.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="261" data-original-width="470" height="177" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFjthuzfqLI-FLR1724ZM6QkUMOr9kodvMRclTG1UeejdLpsLNVRyXS1FYqZZUHYxQvX4v6MvNkK8W4jATHa7jp-WEd0iPeZmgn3EtFi_CYEUzhyMzaWOto0eRlqnHIqOUVSyyYrf1iFY/s320/prete2%255B1%255D.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="color: #333333; font-family: "georgia" , "times new roman" , "times" , serif; font-size: 17px; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "times new roman"; font-size: small; text-align: left;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="color: #333333; font-family: "georgia" , "times new roman" , "times" , serif; font-size: 17px; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "times new roman"; font-size: small; text-align: left;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="color: #333333; font-family: "georgia" , "times new roman" , "times" , serif; font-size: 17px; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "times new roman"; font-size: small; text-align: left;">FONTE DESTE TEXTO: </span><a href="http://www.ihu.unisinos.br/584595-clericalismo-esse-e-o-inimigo" style="font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; text-align: left;" target="_blank">Instituto Humanitas Unisinos </a></span></div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
<br />
<div style="list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: left;">
“Este artigo não é anticlerical. Ele é contra o <a href="http://www.ihu.unisinos.br/584117" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">clericalismo</a>, que necessita dos padres e dos leigos, duas categorias que não existem uma sem a outra.”</div>
<div style="list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: left;">
A opinião é do teólogo francês <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Bernard Paillot</strong>, professor do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Centro de Teologia Universitária de Rouen</strong>, na <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">França</strong>, em artigo publicado por <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Baptises.fr</strong>, 28-10-2018. A tradução é de <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Moisés Sbardelotto</strong>.</div>
</div>
<div>
<span style="color: #333333; font-family: "georgia" , "times new roman" , "times" , serif; font-size: 17px;"></span><br />
<h3 style="font-family: lato, sans-serif; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: "georgia" , "times new roman" , "times" , serif; font-size: 17px;">
Eis o texto.</span></h3>
<span style="color: #333333; font-family: "georgia" , "times new roman" , "times" , serif; font-size: 17px;">
</span></div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
<em style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">“Nem todos morriam, mas todos eram atingidos” (</em>“Os animais doentes de peste”<em style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">, La Fontaine)</em></div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
Não se trata de voltar à invectiva de <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Gambetta</strong> (<em style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">“Le cléricalisme, voilà l’ennemi”</em>, discurso de 4 de maio de 1877), mas de avançar com o nosso papa quando ele escreve: “O clericalismo, favorecido tanto pelos próprios sacerdotes quanto pelos leigos, gera uma divisão no corpo eclesial que beneficia e ajuda a perpetuar muitos dos males que hoje denunciamos”. Três cartas recentes do nosso papa, uma das quais destinada “ao povo de Deus”, levaram-me a redigir este texto [1].</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
Tento propor aqui uma reflexão teológica evocando alguns desvios nos quais se baseia o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">clericalismo</strong>.</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
Duas considerações preliminares:</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
- Este artigo não é anticlerical. Ele é contra o clericalismo, que necessita dos padres e dos leigos, duas categorias que não existem uma sem a outra. O denominador comum de todas as facetas do clericalismo é uma relação desigual entre padres e leigos, sendo os padres e os leigos corresponsáveis quando aceitam livremente essas relações insalubres (evidentemente, não se trata de condenar as vítimas, que, ao contrário, sofrem a relação!);</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
- também não se trata, aqui, de focar nos <a href="http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/582578-o-papa-aos-bispos-nao-ao-clericalismo-ele-provoca-abusos-sexuais-e-de-poder" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">abusos sexuais</a>, embora a revelação desse escândalo mundial tenha sido a ocasião das recentes cartas de <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Francisco</strong>. Muitos já se ocupam disso. Reconhecemos, com o nosso papa, que o clericalismo foi uma das condições da sua existência, da sua difusão e da sua impunidade até tempos recentes. Mas o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">clericalismo</strong> tem outros efeitos bem diferentes sobre as inteligências e as consciências. “Ele não só anula a personalidade dos cristãos, mas também tem uma tendência a diminuir e desvalorizar a graça batismal que o Espírito Santo pôs no coração do nosso povo”, escreve Francisco.</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
Eu escreverei sucessivamente sobre:</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
- o desvio de sentido de certas expressões;</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
- certos erros relativos ao sacramento da ordem;</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
- certas deformações do ministério presbiteral.</div>
<h3 style="color: #333333; font-family: Lato, sans-serif; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-align: justify;">
1. O clericalismo se aproveita de certas expressões mal compreendidas ou utilizadas erroneamente</h3>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
Uma dessas expressões é <em style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">“alter Christus”</em> e <em style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">“in persona Christi”</em> ou a sua variante <em style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">“in persona Christi capitis”</em> que, não traduzidas, são facilmente percebidas por alguns com uma aura de mistério, como uma espécie de “transfiguração” que contribui, erroneamente, para sacralizar o padre.</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
De acordo com a origem etimológica, em referência ao teatro grego antigo, devemos compreender “persona” como “papel”. Trata-se do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">papel desempenhado pelo padre nos sacramentos</strong>.</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
Assim, nas assembleias eucarísticas, o padre faz, <em style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">“in persona Christi”</em>, o relato da Última Ceia e pronuncia as palavras de Jesus, mas é Cristo que age através do padre, e não o padre que faz Cristo “aparecer”. Essa representação não se aplica aos atos e palavras não sacramentais do padre. Na vida religiosa atual e para as atividades profanas, o pároco não encarna Cristo na sua paróquia, nem o bispo na sua diocese.</div>
<h3 style="color: #333333; font-family: Lato, sans-serif; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-align: justify;">
2. Dois erros concernentes ao sacramento da ordem</h3>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"><em style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">A associação entre a ordenação e um grau superior de santidade</em></strong></div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
A associação entre a ordenação e um grau superior de santidade está em muitas mentes há muito tempo. Não era incomum ouvir: “Ele se tornou padre para salvar a sua alma”!</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
No decreto do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Vaticano II</strong> sobre o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">ministério</strong> e a<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"> vida dos padres</strong>, lemos um enunciado (<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"><em style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Presbyterorum ordinis</em></strong> §12) que pode parecer ambíguo, porque, mesmo que o artigo comece recordando que certos padres “já pela consagração do Batismo receberam com os restantes fiéis o sinal e o dom de tão insigne vocação e graça para que, mesmo na fraqueza humana, possam e devam alcançar a perfeição”, acrescenta: “Fazendo todo o sacerdote, a seu modo, as vezes da própria pessoa de Cristo, de igual forma é enriquecido de graça especial para que, servindo todo o Povo de Deus e a porção que lhe foi confiada, possa alcançar de maneira conveniente a perfeição d’Aquele de quem faz as vezes”. Mas a graça do sacramento da ordem é uma graça para os outros.</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
A ordenação não é um superbatismo, que constitui uma classe de supercristãos. Os <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Padres</strong> do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Concílio Vaticano II</strong> expressam firmemente: “Comum é a dignidade dos membros (do povo de Deus), pela regeneração em Cristo; comum a graça de filhos, comum a vocação à perfeição; uma só salvação, uma só esperança e uma caridade indivisa. Nenhuma desigualdade, portanto, em Cristo e na Igreja” (Constituição sobre a Igreja, <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"><em style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Lumen gentium</em></strong>, LG § 32).</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
Afirmamos muito claramente que a <a href="http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/577790-o-papa-francisco-este-e-um-caminho-para-uma-santidade-ao-alcance-de-todos" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">santidade</a> não depende do estado de cada um – celibatário, casado, viúva, padre –, mas da sua resposta pessoal à graça que é concedida a todos, porque Deus quer que todas as pessoas sejam salvas.</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
<em style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"><strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">A ordenação e seus limites</strong></em></div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
O batismo é a única fonte de toda a vida cristã. Os sacramentos posteriores à iniciação cristã conferem uma “qualificação” própria. A ordem, assim como o matrimônio, consagra caminhos diferentes da vida batismal comum e confere àqueles que recebem o sacramento uma atitude nova e um lugar determinado na comunidade. Trata-se de uma modificação do modo de ser-para-os-outros, mas não de uma modificação da essência. Novamente, não existem super-humanos!</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Francisco</strong> recorda isso em sua <a href="http://www.ihu.unisinos.br/185-noticias/noticias-2016/554217-papa-francisco-denuncia-o-clericalismo-e-a-criacao-de-uma-elite-de-leigos-na-igreja" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">carta ao cardeal Ouellet</a>: “Nossa primeira e fundamental consagração afunda suas raízes em nosso batismo. Ninguém foi batizado padre nem bispo”.</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
No entanto, <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Pio X</strong>, na sua encíclica <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"><em style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Vehementer nos</em></strong> (1906), descreveu a Igreja como uma “sociedade de essência desigual que compreende duas categorias de pessoas”. E continuava: “Essas categorias são tão claramente distintas entre si que só no corpo pastoral residem o direito e autoridade necessários para promover e dirigir todos os membros rumo às finalidades sociais; e que a multidão não tem outro dever senão o de se deixar guiar e de seguir, como um dócil rebanho, os seus Pastores”, imagem ainda impressa em muitas mentes.</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
Se os <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Padres</strong> do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Concílio Vaticano II</strong> escreveram: “O <a href="http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/577830-grupo-de-padres-pede-mudanca-significativa-no-processo-de-formacao-sacerdotal" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">sacerdócio</a> comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial ou hierárquico se diferenciam essencialmente” (LG § 10), eles também enunciaram firmemente a igual dignidade de todos os batizados (§ 12). São os sacerdócios que diferem essencialmente, não os filhos de Deus!</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Francisco</strong> insiste: “Mas [...] essa afirmação da igual dignidade no seio da Igreja pode provocar e justificar [...] sentimentos de indignação quando essa dignidade, afirmada em linha de princípio, não parece honrada pela instituição, pelo seu discurso, pelas suas regras, pelas suas tradições, pela sua casuística etc., em relação às aspirações que emergem legitimamente nas consciências e nas comunidades”.</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
É desde o seminário que os desvios ocorrem. Os <a href="http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/571042-que-tipo-de-padre-forma-o-seminario" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">seminários</a> têm o efeito de integrar no espírito dos seminaristas um ordo, uma ordem constituída, que segue o espírito de <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Pio X</strong>e que não pode deixar de recordar o <em style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Ancien Régime</em> e as suas três ordens. E esse estado de espírito se desdobra facilmente em uma monarquia clerical que ignora que muitas questões devem ser tratadas segundo a subsidiariedade e a colegialidade (incluindo os leigos).</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
Por que alguns bispos mandam seus postulantes para uma instituição fora da sua diocese, embora uma parte dos estudos seja dispensada em sua própria diocese e permita que os leigos obtenham diplomas canônicos?</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
São inúmeros os pontos da vida das paróquias e das dioceses que deveriam envolver todos os batizados, os quais deveriam poder exercer responsabilidades de acordo com suas competências, mas são impedidos pelo espírito de poder que predomina sobre o do serviço junto a certos <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">padres e leigos </strong>“<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">clericalizados</strong>”!</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
Pelo contrário, vale a pena se debruçar sobre a iniciativa significativa e exemplar do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Papa Francisco</strong> na preparação dos <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">sínodos dos bispos sobre a família</strong> e depois no <a href="http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/583350-a-mesma-esperanca-pede-que-trabalhemos-por-derrubar-as-situacoes-de-precariedade-exclusao-e-violencia-a-que-esta-exposta-a-nossa-juventude-homilia-do-papa-francisco-na-abertura-do-sinodo-dos-jovens" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">sínodo sobre os jovens e a fé cristã</a>: ao contrário do costume relativo ao <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">clericalismo</strong>, ele pediu a participação de todos os batizados na preparação do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">documento de trabalho dos Padres sinodais</strong>! Uma preparação de baixo para cima! Algo jamais visto antes!</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
A mediação do padre não é absolutamente necessária. Ela é subordinada (à de Cristo), útil (se procede da misericórdia do Pai), mas não indispensável ao Espírito (que sopra onde quer).</div>
<h3 style="color: #333333; font-family: Lato, sans-serif; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-align: justify;">
3. O padre está a serviço dos batizados... mas, de fato, o poder suplanta o serviço muito frequentemente</h3>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
Nos Evangelhos, os apelos de Jesus (palavras e atos) ao serviço e à caridade são numerosos demais para serem lembrados aqui. Mas talvez possamos meditar sobre a interrogação que surge depois de lavar os pés dos discípulos: “Vocês compreenderam o que acabei de fazer?” (Jo 13, 12b). Podemos ler tanto um convite à reflexão quanto uma consternação diante das resistências humanas.</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Francisco</strong> escreve: “<a href="http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/567381-papa-os-padres-sao-escolhidos-nao-para-fazer-carreira-mas-para-servir" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">Somos chamados a servir os leigos, não a nos servirmos deles</a>”.</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
A propósito de desvios do serviço em poder, vejamos a realidade dos direitos dos fiéis na Igreja. Evocarei apenas dois aspectos, a título de exemplo.</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
<em style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"><strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">a) O direito de expressão</strong></em></div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
É um direito explicitado no <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Direito Canônico</strong> (formulado com o estilo que convém): “Os fiéis, segundo a ciência, a competência e a proeminência de que desfrutam, têm o direito e mesmo por vezes o dever, de manifestar aos sagrados Pastores a sua opinião acerca das coisas atinentes ao bem da Igreja, e de a exporem aos restantes fiéis, salva a integridade da fé e dos costumes, a reverência devida aos Pastores, e tendo em conta a utilidade comum e a dignidade das pessoas” (c. 212 § 3). E o cânone 221 § 1 afirma que “aos fiéis compete o direito de reivindicar legitimamente os direitos de que gozam na Igreja, e de os defender no foro eclesiástico competente segundo as normas do direito”.</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
<em style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Ad intra</em>, a expressão do cristão leva a evocar o <em style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">sensus fidei</em>. Este pode ser considerado, em nível pessoal, como uma capacidade de perceber a verdade da fé, recebida do Espírito Santo que “nos introduz a toda a verdade”. Em nível comunitário, embora o <em style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">sensus fidei</em>e a opinião pública não sejam da mesma natureza, eles estão intimamente ligados, mas não entraremos nessa distinção aqui. Deixaremos a questão em aberto: <em style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">vox populi vox Dei</em>?</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
Se o direito de expressão dos fiéis na Igreja é reconhecido, individualmente ou em associação, onde ele pode ser exercido? Existem lugares de expressão e de debate na Igreja? Infelizmente, na prática, muito frequentemente, constatamos que se escutam aqueles que se optou por escutar, e se ouvem aqueles que se tem a vontade de ouvir! É o que pode acontecer nos <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">sínodos diocesanos</strong>, que muitas vezes parecem ser lugares de reflexão e de diálogo para os fiéis. Mas eles são convocados, como conselhos, pelo bispo sobre um assunto que ele define e é ele, no fim, quem redige e promulga os decretos do sínodo e os transmite a <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Roma</strong>.</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
Assim, não é raro que os participantes nas <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">assembleias sinodais</strong> fiquem, ao mesmo tempo, entusiasmados com a iniciativa e frustrados com a impossibilidade de discutir certas questões ou a sua omissão no documento final.</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
<em style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Ad extra</em>, e apesar de padres e bispos não serem os porta-vozes dos fiéis, que absolutamente não participaram da sua nomeação, a mídia busca principalmente a palavra da hierarquia clerical do que a dos fiéis que, em sua grande parte, estão acostumados e resignados com esse fato. Assim, as declarações públicas dos leigos que tentam expressar suas diferenças são facilmente marginalizadas. Restam as redes sociais, em que, como em outros âmbitos, há de tudo, para o bem e para o mal.</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
<em style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"><strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">b) Direitos trabalhistas</strong></em></div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
A <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Igreja</strong> expressou-se amplamente sobre o assunto com uma rica e abundante “doutrina social”, concernente ao <a href="http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/568186-encontro-do-papa-francisco-com-o-mundo-do-trabalho" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">mundo do trabalho</a>, aos seus papéis, às suas regras... E na prática, dentro das instituições, organizações e comunidades eclesiais? Cada vez mais, os <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">leigos</strong> exercem – na maioria dos casos voluntariamente, mas às vezes também sob formas de emprego assalariadas – funções diversas nas instituições eclesiais. Aí frequentemente também reina o <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">clericalismo</strong>, porque as responsabilidades importantes raramente são confiadas aos leigos, e estes, muito frequentemente, ainda permanecem em uma situação de subordinação ao clero, seja qual for o nível das suas competências e/ou da natureza religiosa ou profana da tarefa.</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
Inversamente, também é verdade que alguns leigos se apropriam de certas funções e não aceitam que estas sejam questionadas ou possam ter um fim.</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
Mais gravemente, em nome do “serviço à Igreja”, muitos abusos se perpetuam às custas dos fiéis leigos e/ou de religiosos: superação dos horários de trabalho combinados, salários muitas vezes baixos ou até inexistentes. Aliás, foi somente a partir de 1997 que os bispos franceses adotaram um “estatuto do pessoal leigo da Igreja da França”, que foi seguido, há nove anos, pela implementação das primeiras convenções coletivas em 2016 que levaram à constituição de um acordo setorial entre os representantes dos empregadores e dos sindicatos.</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
E, nesse mesmo ano, um <a href="http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/576618-o-trabalho-quase-gratuito-das-irmas" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">artigo publicado no dia 1º de março no L’Osservatore Romano</a> lançava um alerta sobre o<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"> trabalho “(quase) gratuito” das freiras</strong> a serviço de bispos e de cardeais. Esses fatos certamente não são uma exclusividade romana. Eles também fazem parte do <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">clericalismo</strong> em favor de seus autores e/ou beneficiários, já que o abuso de autoridade gera uma exploração que pode se tornar sórdida.</div>
<h3 style="color: #333333; font-family: Lato, sans-serif; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-align: justify;">
Em conclusão</h3>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
Não podemos senão aderir em pensamento, palavras e ações às injunções do nosso papa que escreve: “Tudo o que for feito para<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"> erradicar a cultura de abuso</strong> das nossas comunidades, sem uma participação ativa de todos os membros da Igreja, não conseguirá gerar as dinâmicas necessárias para uma saudável e realista transformação”; “É impossível imaginar uma conversão do agir eclesial sem a participação ativa de todos os integrantes do povo de Deus”, e ainda: “É a hora dos <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">leigos</strong>, mas parece que o relógio parou!”.</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
A Igreja “é como que o sacramento, ou sinal, e o instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano” (LG 1). A Igreja não é somente o meio, mas também a própria mensagem.</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
E, como escreveu <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Francisco</strong>: “A visibilidade e a sacramentalidade da Igreja pertencem a todo o povo de Deus (cf. LG 9-14), e não apenas a uns poucos eleitos e iluminados”.</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Francisco</strong> nos chama a uma conversão radical e a uma “revolução” das práticas para todos os católicos, porque nós somos todos, mais ou menos, atingidos pela peste do <a href="http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/581975-o-clericalismo-e-um-componente-da-crise-dos-abusos-sexuais-na-igreja-entrevista-com-stephane-joulain" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">clericalismo</a>. Cinco séculos depois da <a href="http://www.ihuonline.unisinos.br/edicao/514" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">Reforma Protestante</a>, uma nova Reforma é necessária para pessoas e instituições. Ela só será possível através de Igrejas e comunidades locais das quais se deve reconhecer a diversidade sem desconhecer a universalidade na comunhão. <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Francisco</strong> expressa isso de uma maneira lapidar: “Não se podem dar diretrizes gerais para uma organização do povo de Deus dentro de sua vida pública”.</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
Essa <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">nova Reforma</strong>, não só espiritual, mas também funcional e institucional, <em style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">sine qua non</em>, deverá se basear na promoção da dignidade dos batizados, na sua formação, na sua colaboração responsável. O sacerdócio ministerial, em todos os níveis da hierarquia clerical, cumprirá então a sua missão junto aos fiéis leigos pelo serviço essencial da comunhão e da unidade na diversidade.</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
Se a Igreja de Cristo realmente “subsiste” na <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Igreja Católica</strong> (cf. LG 8), ela deverá mostrá-la nos fatos e na reforma de suas instituições. Caso contrário, essa <strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Igreja Católica Romana</strong>, cada vez mais desacreditada, será cada vez mais desertada pelos fiéis de Cristo; seu anúncio e sua participação no advento do Reino não serão mais audíveis e correrão fortemente o risco de passar ainda mais por outros canais.</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Nota</strong>:</div>
<div style="color: #333333; font-family: georgia, "times new roman", times, serif; font-size: 17px; list-style: none; padding: 10px 0px; text-align: justify;">
[1] As recentes cartas a que o autor se refere são a <a href="http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/letters/2016/documents/papa-francesco_20160319_pont-comm-america-latina.html" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">“Carta do Papa Francisco ao Cardeal Marc Ouellet”</a>, 19-03-2016, a <a href="http://w2.vatican.va/content/francesco/es/letters/2018/documents/papa-francesco_20180531_lettera-popolodidio-cile.html" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank"><em style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">“Carta del Santo Padre Francisco al Pueblo de Dios que peregrina en Chile”</em> </a>, 31-05-2018, e a <a href="http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/letters/2018/documents/papa-francesco_20180820_lettera-popolo-didio.html" rel="noopener noreferrer" style="color: #fc6b01; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" target="_blank">“Carta do Papa Francisco ao Povo de Deus”</a>, 20-08-2018.</div>
<br />
<br /></div>
Augusto Líviohttp://www.blogger.com/profile/12620257419100663533noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7799060254312382054.post-7455335938017286152018-11-05T06:00:00.000-03:002018-11-05T06:00:05.249-03:00“Deus acima de todos!?”<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPUGIczZKTZkolJFLwqxBrGFTcnpuS5i1zsg5hL8slR5dtSgj2505Mu5Cn8y1PK36zvNx78LWT5iWqtd2HReSGGeCzJZ_JrN9hfOyUHdySojSwwrcBRedkrz9osMfdIAPkZ1hhvhKwGAU/s1600/biblia-e-bandeira-brasil%255B2%255D.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="228" data-original-width="330" height="221" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPUGIczZKTZkolJFLwqxBrGFTcnpuS5i1zsg5hL8slR5dtSgj2505Mu5Cn8y1PK36zvNx78LWT5iWqtd2HReSGGeCzJZ_JrN9hfOyUHdySojSwwrcBRedkrz9osMfdIAPkZ1hhvhKwGAU/s320/biblia-e-bandeira-brasil%255B2%255D.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Autoria: Marcos
Maciel de Souza Araújo<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/Deus%20acima%20de%20todos%20-%20artigo%20de%20opini%C3%A3o.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></b></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span></b><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">No
dia 28 de outubro de 2018, os brasileiros foram as urnas e elegeram, com um
pouco mais de 55% dos votos válidos, o deputado Jair Bolsonaro para presidente
da república. A campanha desse ano foi especialmente marcada por extremismos,
que resultaram em discursos de ódio e divisões em diversas esferas da
sociedade, como nas famílias e até na Igreja. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O
presidente eleito representa a extrema direita e surgiu no quadro político
brasileiro como uma resposta aos governos anteriores maculados pela corrupção
que desencadeou uma grande crise política e econômica. Nisso se destaca o
partido dos trabalhadores (PT) que, por ser o partido que estava à frente do
poder executivo nacional e ter uma parte significativa dos seus líderes
acusados e até presos por corrupção, acabou se tornando o grande representante
dos grupos corruptos, ainda que não seja o único partido incluído e nem o que
mais tem integrantes envolvidos em escândalos. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Bolsonaro, apesar de, ao longo de
sua vida política, ter feito várias declarações polêmicas e de cunho
preconceituoso, homofóbico, xenofóbico, misógino e racista, fez uma campanha em
nome da “moral, dos bons costumes, da família tradicional e de Deus”, para isso
usou como lema de sua campanha e de sua chapa a frase “Brasil a cima de tudo e Deus
acima de todos”. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Agora, após o resultado, parece-me
que o presidente eleito continuará com o seu bordão e talvez até o torne lema
pessoal de sua gestão, haja vista que já em seus discursos como presidente
eleito continua a usá-lo, sempre o utilizando para finalizar os seus
pronunciamentos. Essa frase se tornou como que sua assinatura após cada
discurso, se tornou uma espécie de “amém” usado pelos cristãos, se tornou o
ponto alto onde, ao ser pronunciada, os seus apoiadores entram em euforia. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Acredito
que a primeira parte da frase “Brasil a cima de tudo”, para um presidente da
república está corretamente empregada, afinal é dever dele colocar os
interesses nacionais, o desenvolvimento do país e o bem comum da população como
prioridade e acima de qualquer interesse ou benefício pessoal ou de terceiros. Porém
até que ponto cabe a segunda parte do “Deus acima de todos”? Será que seria
ético e correto sua utilização por um representante do estado? E até mesmo no
discurso teológico, seria ela benéfica para os que ainda não possuem uma fé
madura ou esclarecida? E, afinal, qual seria esse Deus? <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Bom, começo respondendo a essas
indagações partindo do campo político, ético e jurídico. Para isso, lembro que já
em seu compromisso constitucional no dia da posse, o presidente promete
“manter, defender e cumprir a constituição”, assim sendo, ele torna-se o
primeiro representante desta. Partindo deste ponto, recordamos que, conforme o
inciso VI do artigo 5º, bem como o inciso I do artigo 19 da Constituição
Federal, o Brasil se configura como um Estado laico, logo, defende a liberdade
de qualquer crença, mas não professa nenhuma e consequentemente se mantém neutro.
Embora segundo o índice do IBGE de 2010, a maioria da população brasileira
(estatisticamente 86,8%) se declare cristã (católicos e protestantes), existe
uma parcela significativa (13,2%) que não professam a fé cristã ou até mesmo
que não professam nenhuma fé<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/Deus%20acima%20de%20todos%20-%20artigo%20de%20opini%C3%A3o.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Entendo
que a partir do momento em que é eleito, o presidente se torna o presidente de
todos os cidadãos, independente das suas concepções morais e religiosas
devendo, portanto, governar para todos, sem excluir as minorias. Somando todos
esses fatos, presumo que não é ético para o presidente, nas atividades do
exercício do seu cargo, manter ou insistir num discurso religioso como fonte,
amparo ou argumento de suas realizações. Isso, obviamente, não quer dizer que
em sua intimidade ou fora das suas atividades oficiais ou em colocações que não
se refiram ao governo, ele não possa professar sua fé e suas convicções, mas,
pelo contrário, nessas situações ele até o deve fazer como resposta a sua
fé.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Partindo para o campo da análise
teológica, o primeiro questionamento que fazemos é a respeito de qual é o Deus
que a frase se refere, afinal, mesmo no nosso país, existe uma variedade de
culturas e religiões, por conseguinte, variadas imagens de Deus. No entanto,
pelas declarações e pela história de fé de Bolsonaro, fica evidente que se
refere ao Deus dos cristãos. Na teologia, e até mesmo na psicologia, algumas
correntes defendem que a imagem que temos de Deus relaciona-se diretamente com
quem somos, com o que nos tornamos ao longo da vida ou com o que aspiramos e
defendemos. Por isso, quando ouço Bolsonaro afirmar sobre o “Deus acima de
todos”, fico refletindo qual seria a imagem de Deus que ele tem, já que em suas
famosas declarações polêmicas chegou a defender a tortura e a pena de morte,
negou que existiu a ditadura no brasil e mesmo sobre essa afirmou que “o erro
da ditadura foi torturar e não matar”<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/Deus%20acima%20de%20todos%20-%20artigo%20de%20opini%C3%A3o.docx#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>; demonstrou
por diversas vezes intolerância com quem pensa diferente, sobretudo com os
homossexuais, chegando ao ponto de afirmar que <span style="background: white;">"Seria
incapaz de amar um filho homossexual. Não vou dar uma de hipócrita aqui:
prefiro que um filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por
aí. Para mim ele vai ter morrido mesmo [...]"<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/Deus%20acima%20de%20todos%20-%20artigo%20de%20opini%C3%A3o.docx#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="background: white; line-height: 107%;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a></span>.
Deixou também claro em uma entrevista o seu racismo ao afirmar que os filhos
dele foram bem educados e não correria o risco de namorarem com uma negra<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/Deus%20acima%20de%20todos%20-%20artigo%20de%20opini%C3%A3o.docx#_ftn5" name="_ftnref5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>, e
não menos grave considerou a mulher inferior ao homem, como por exemplo quando
afirmou que não empregaria uma mulher com o mesmo salário do que o dele por ser
homem<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/Deus%20acima%20de%20todos%20-%20artigo%20de%20opini%C3%A3o.docx#_ftn6" name="_ftnref6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Para
qualquer um que conhece pelo menos o básico do Evangelho, fica clara a
distância de coerência entre todos esses posicionamentos e a mensagem
evangélica, que defende sobretudo a dignidade humana e o respeito fraterno. Bom,
talvez Bolsonaro, até pela sua trajetória militar, acostumado com o
autoritarismo, com a hierarquia, com o uso da força e da violência para vencer
o inimigo, tenha de fato uma visão desse Deus que está acima de todos, que está
na posição do “comandante e chefe” do universo, onde todas as criaturas nada
mais são do que seus comandados que devem obedecer sem qualquer tipo de
questionamento, ou caso contrário receberão a punição devida. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Grande parte dos apoiadores de
Bolsonaro parecem compartilhar da mesma visão que ele do “Deus acima de todos”.
Não obstante, há um fato em peculiar que não podemos deixar passar
despercebido, que é o do perfil do eleitor. De modo geral, se observou que as
elites e as classes dominantes brasileiras, ou seja, o pessoal “de cima”,
apoiaram a candidatura de Bolsonaro, enquanto que as pessoas mais pobres, oprimidas
ou que fazem parte dos grupos de “minoria”, ou seja, o pessoal “de baixo”,
decidiram se posicionar contra, o maior fato disto é que na região nordeste,
que é a região mais pobre do Brasil<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/Deus%20acima%20de%20todos%20-%20artigo%20de%20opini%C3%A3o.docx#_ftn7" name="_ftnref7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>,
Bolsonaro foi derrotado em todos os estados e com uma diferença expressiva.
Esta observação, me leva a pensar que embora para muitos pobres Deus seja “tudo
na vida” deles, não é ainda esse Deus acima deles, ou pelo menos não esperam
que Ele esteja, como todos os outros, acima deles, mas com eles. Me encanta
muito a sabedoria do pessoal simples, pobre, marginalizados ou excluídos, pois
apesar de sua pouca instrução, são capazes de falar profundamente de Deus, pois
o que eles conhecem de Deus não são o que leram em livros, mas verdades de
experiências de vida que tiveram com Deus, são testemunhos autênticos e
verdadeiros, carregados de fé e piedade. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Neste ponto, como acadêmico de
teologia, acredito que quem opta por não ficar com o discurso do “Deus acima de
todos”, se aproxima com maior sublimidade do que Deus realmente revelou a todos
nós sobre Ele em toda a história do plano divino da Salvação. Ao observar a
dinâmica de Deus ao decorrer de toda a Sagrada Escritura, chego à conclusão de
que Deus realmente nunca quis estar acima de todos, mas que, ao contrário, quis
estar e habitar entre os seus (Ex 25,8), e mais do que isso, quis estar dentro
do coração do homem (Ez 36,26). O maior argumento desse querer de Deus de não
ser tratado de modo excedente, é o próprio Jesus Cristo, que como nos diz o
hino cristológico de Fl 2, 6-11, abriu mão de ser tratado como um Deus, e se
despojou tomando a forma de escravo, ou seja, do menor entre todos. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Por estes fatos, revelados a nós por
meio das escrituras sagradas, prefiro ficar com a posição do “Deus entre nós”.
De um Deus que sempre quis estar próximo e entrar na dinâmica da vida humana,
que faz do homem a sua imagem e semelhança e confia a criação ao seu domínio,
para que juntos, lado a lado, a governassem (Gn 1,1 – 2,25), que caminha com o
seu povo (Ex 15,22 – 18,27), que estabelece a sua morada entre os seus (Ex 40,34-38).
Prefiro reconhece-lo como um Deus que se fez homem igual a nós, exceto no
pecado, mas que se inclina para ficar na altura do pecador (Jo 8,6-11), que mesmo
sendo mestre e senhor retira seu manto, símbolo de sua dignidade, e lava os pés
dos seus discípulos (Jo 13,1-20) sinal de servidão, humildade e caridade.
Sobretudo, ao contemplar os atos de Jesus, que sempre se faz presente entre o
povo, que dá atenção aos menos privilegiados, que devolve a dignidade a quem
julgavam não ter, que nunca buscou prestígio para si, é que me dificulta e até
me impede de chegar a dimensão de um Deus que dizem querer ser tratado “acima
de todos”. Não consigo perceber esse Deus distante, que está o tempo todo no
alto, que me faz não parecer digno de me aproximar, que fica além do véu no
santo dos santos... afinal, se está acima de todos, não está perto de nós. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Deus é simples, por isso consigo
contemplar e ver a presença dele no meu irmão que é feito a imagem e semelhança
Dele, que faz parte de um corpo místico, que se deifica porque Deus se
humanizou. É bem verdade que Deus é e está na Glória, mas não podemos esquecer
que essa Glória se manifestou sobretudo na cruz, que teve de passar pela
fragilidade humana para lucra-la também à nós. E sim, Deus também é majestoso e
poderoso, contudo sabemos que para Deus o poder só tem sentido quando significa
serviço e caridade prestada, por essa razão, conjecturo que Deus é o maior,
pois se fez o menor. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Aqui,
lembro-me da Eucaristia e percebo que Ele continua a se fazer o menor, pois
embora não precisasse, quer Ele continuar se fazendo presente de modo real na
fragilidade e na pequenez de uma hóstia consagrada, hóstia essa que ao
recebermos mesmo miseráveis como somos, nos permite entrar em comunhão com Ele,
já aqui, participantes da Glória final que há de vir. Deus não está longe, mas
está ao nosso lado, Deus está dentro de todos nós, Deus está no céu com os que
foram salvos, por isso Ele é tão grande. Nosso <i style="mso-bidi-font-style: normal;">abbá, </i>nosso “paizinho”, está pertinho, está onde quer que estejamos,
e é com nossa vida doada aos outros, que glorificamos a Ele que se faz presente
nos nossos irmãos, mesmo os mais ínfimos. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Definitivamente, não gosto da frase
“Deus acima de todos”, e até acho muito arriscado utilizá-la em discursos de
evangelização, pois ela intrinsicamente dá uma ideia de distância, de
indignidade e de opressão. Presumo que um pecador ou até mesmo quem ainda não
conheceu a mensagem de Deus, ao ouvi-la fica ainda mais receoso de se aproximar
por se julgar desmerecedor de algo tão elevado, o que resulta na incapacidade
deste de não experimentar desse amor tão pleno e transbordante de humildade.
Não utilizar e não concordar com a frase “Deus acima de todos”, não quer dizer,
como alguns possam alegar, que estou querendo diminuir o tamanho de Deus, pelo
contrário, creio sim, que é o maior, o mais poderoso, o mais digno de louvor,
porém, assim o é por Ele ser o primeiro a entrar na dinâmica do “Quem quiser
ser o maior, que seja o menor” (Lc 22,26).<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Tenho consciência clara, enquanto
teólogo em formação, que é perigoso achar que podemos ver Deus só do nosso
jeito, ou que Ele caiba apenas em minha visão. Por essa razão, reconheço que
Ele é muito mais do que imagino ou defendo, que Ele transborda todas as minhas
limitações, que Ele supera todo o meu intelecto, no entanto, confio que Ele se
revela em meu coração e me permite conhece-lo para dar a conhecer. Minha
teologia é o maior sinal do reconhecimento da minha incapacidade de falar
perfeitamente de Deus, por isso, além da minha vida sacramental, que me
comunica Deus, também recorro ao estudo para tentar fazer a minha pequena parte
de evangelizador. Posso chegar até a cometer erros teológicos ou dizer
asneiras, mas Deus que conhece perfeitamente o meu íntimo, sabe que a minha
intenção nada mais é do que tentar mostrar aos meus irmãos o melhor caminho
para entrar na dinâmica do Reino de Deus. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">É
urgente a nossa necessidade de conversão sincera, precisamos anunciar com nossa
vida a presença de Deus entre nós, não dá para ficar apenas no discurso
apontando para o alto, para alguém que está longe e esquecer dos que estão pelo
caminho e ao nosso lado, por isso o meu grito de ordem é “DEUS NO CORAÇÃO DE
TODOS”. </span><span style="font-family: Times New Roman, serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/Deus%20acima%20de%20todos%20-%20artigo%20de%20opini%C3%A3o.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> Graduando em teologia pela
Faculdade Diocesana de Mossoró – FDM.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/Deus%20acima%20de%20todos%20-%20artigo%20de%20opini%C3%A3o.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Disponível em: <</span><a href="https://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/o-ibge-e-a-religiao-cristaos-sao-86-8-do-brasil-catolicos-caem-para-64-6-evangelicos-ja-sao-22-2/"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">https://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/o-ibge-e-a-religiao-cristaos-sao-86-8-do-brasil-catolicos-caem-para-64-6-evangelicos-ja-sao-22-2/</span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">> Acesso em: 31/10/2018.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/Deus%20acima%20de%20todos%20-%20artigo%20de%20opini%C3%A3o.docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Disponível em: <</span><a href="https://exame.abril.com.br/brasil/frases-polemicas-do-candidato-jair-bolsonaro/"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">https://exame.abril.com.br/brasil/frases-polemicas-do-candidato-jair-bolsonaro/</span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">> Acesso em: 31/10/2018.</span><o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn4" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/Deus%20acima%20de%20todos%20-%20artigo%20de%20opini%C3%A3o.docx#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> Disponível em: < </span><a href="https://www.terra.com.br/noticias/brasil/bolsonaro-prefiro-filho-morto-em-acidente-a-um-homossexual,cf89cc00a90ea310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">https://www.terra.com.br/noticias/brasil/bolsonaro-prefiro-filho-morto-em-acidente-a-um-homossexual,cf89cc00a90ea310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html</span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> > Acesso em: 31/10/2018<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn5" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/Deus%20acima%20de%20todos%20-%20artigo%20de%20opini%C3%A3o.docx#_ftnref5" name="_ftn5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> Disponível em: <</span><a href="https://oglobo.globo.com/politica/bolsonaro-diz-na-tv-que-seus-filhos-nao-correm-risco-de-namorar-negras-ou-virar-gays-porque-foram-muito-bem-educados-2804755"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">https://oglobo.globo.com/politica/bolsonaro-diz-na-tv-que-seus-filhos-nao-correm-risco-de-namorar-negras-ou-virar-gays-porque-foram-muito-bem-educados-2804755</span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">> Acesso em: 31/10/2018<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn6" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/Deus%20acima%20de%20todos%20-%20artigo%20de%20opini%C3%A3o.docx#_ftnref6" name="_ftn6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Disponível em: <</span><a href="https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2018/08/29/interna_politica,702643/luciana-gimenez-confirma-que-bolsonaro-disse-que-pagaria-menos-mulher.shtml"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2018/08/29/interna_politica,702643/luciana-gimenez-confirma-que-bolsonaro-disse-que-pagaria-menos-mulher.shtml</span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> > Acesso em: 31/10/2018</span><o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn7" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/Deus%20acima%20de%20todos%20-%20artigo%20de%20opini%C3%A3o.docx#_ftnref7" name="_ftn7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Disponível em: < </span><a href="https://super.abril.com.br/comportamento/onde-estao-os-pobres-do-brasil/"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">https://super.abril.com.br/comportamento/onde-estao-os-pobres-do-brasil/</span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> > Acesso em: 01/11/2018<o:p></o:p></span></div>
</div>
</div>
<br /></div>
Augusto Líviohttp://www.blogger.com/profile/12620257419100663533noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7799060254312382054.post-54028847680706094292018-09-09T06:00:00.000-03:002018-09-09T06:00:06.285-03:00Um povo sem memória - Uma nação violenta<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglBQyvoD-htD5g0g6onQWH_WQP1YmmJ8ct-8TKkCpPh4zvIyE_CY5mmIyJTiv2hbB2guNMwMJ8hEs7Iccy2juBIy_bvDp78Kjszddch04UWWGjpIQJsr_jzaOPAR6dqKiZ5A6oFIO0s-k/s1600/300px-Jos%25C3%25A9_Joaquim_da_Rocha_-_O_beijo_de_Judas_e_Pedro_cortando_a_orelha_de_Malchus.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" border="0" data-original-height="342" data-original-width="300" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglBQyvoD-htD5g0g6onQWH_WQP1YmmJ8ct-8TKkCpPh4zvIyE_CY5mmIyJTiv2hbB2guNMwMJ8hEs7Iccy2juBIy_bvDp78Kjszddch04UWWGjpIQJsr_jzaOPAR6dqKiZ5A6oFIO0s-k/s320/300px-Jos%25C3%25A9_Joaquim_da_Rocha_-_O_beijo_de_Judas_e_Pedro_cortando_a_orelha_de_Malchus.jpg" title="Pintura Traição de Judas e Pedro fere o servo Malco" width="280" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Pintura Traição de Judas e Pedro fere o servo Malco</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Esta semana que termina foi
muito intensa! <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Começamos com o terror do
incêndio que destruiu o Museu de História Natural do Rio de Janeiro, destruindo
obras e materiais insubstituíveis no que se refere à história, à pesquisa
arqueológica, à memória, à arte. Por outro lado, terminamos a semana com o
trágico atentado contra a vida do candidato a presidência, Jair Bolsonaro,
durante uma caminhada no interior de Minas Gerais, perpetrado por um rapaz que
parece ter uma posição política radical e oposta à do candidato.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Esses acontecimentos, um abrindo
a semana e o outro praticamente fechando a semana, me fizeram pensar um pouco
sobre o que estamos vivendo no Brasil e o que podemos dizer, à luz da mensagem
cristã, diante desse quadro...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">O povo da Bíblia tem como uma de
suas fortes características o “fazer memória”, o recontar para conservar,
valorizando seu passado e tomando dele o significado e sentido para viver o
presente e olhar para o futuro. A celebração da Páscoa Judaica, por exemplo,
tem a bela característica de fazer presente o passado do seu povo, recordando
sua história de escravidão, sofrimento e de como Deus agiu em seu favor. Desse
modo, o povo conserva sua memória e anima sua esperança em Deus como aquele que
sempre caminha com seu povo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Guardar a memória não é um
capricho, ou uma questão de valor artístico de algo. Guardar a memória é
garantir a identidade, é saber de onde viemos, quem somos hoje e o porquê somos
assim hoje, em que acertamos e em que erramos pelo caminho já percorrido, para
podermos olhar para o futuro e vermos o que poderemos ser, o que deveremos
evitar, o que aprendemos com os erros cometidos, em que precisamos mudar para
amadurecermos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"> A destruição do museu é um símbolo para todos
nós, um convite para não deixarmos que a nossa memória se perca, pois jamais
seremos um povo realmente unido, fraterno, justo, que promove a vida e a
dignidade das pessoas, se não tivermos memória do nosso passado, da nossa
história. Facilmente cairemos nos mesmos erros já cometidos, escolheremos os
mesmo caminhos tortos e confusos da violência e da opressão como meios para
solucionar nossos problemas como país, esquecendo que esses caminhos jamais
promovem o bem das pessoas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">A violência sofrida pelo
candidato, já quase no final da semana, é o sinal simbólico do que afirmamos
acima. Alguém acha que com violência se pode resolver o problema que lhe
incomoda e parte para o ataque. Discursos de ódio e teorias da conspiração tem
ganhado terreno nas redes sociais. Não se discute o que é mais simples e
evidente: uma vida humana foi ameaçada pela intolerância, mesmo que tenha sido
a vida de alguém que tem um discurso violento e intolerante.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Nos evangelhos é abundante a
presença da temática da tolerância e do respeito. Gosto especialmente quando
recomenda “pagar o mal com o bem” (cf. Rm 12,21; I Pe 3,9). Acho ousadíssimo
esse conselho evangélico, difícil diante do nosso instinto de vingança
revestido de uma roupagem de “justiça”. Jesus ensinou com a própria vida isso!
Ele foi duro em algumas ocasiões, discutiu e atacou aqueles que faziam oposição
a sua mensagem, mas nunca fechou-lhes as portas do diálogo, nem incentivou
ninguém a matar em seu nome ou a usar de violência para defendê-lo. No episódio
de sua prisão, quando Pedro puxa uma espada (um discípulo armado!!) para
defender a vida de Jesus, o próprio Jesus o repreende afirmando que “quem vive
pela espada, perece pela espada” (cf. Mt 26,51-52; Jo 18,10-11). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Não podemos, como cristãos,
entrar nessa dinâmica de desrespeito pela nossa memória como povo e de
acreditar que a violência é o único caminho para resolver os problemas que
enfrentamos atualmente em nossos pais. A nossa atitude deve ser a da
misericórdia, da justiça, do amor fraterno, da luta pela dignidade humana,
assim como Jesus fez e ensinou.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Cada um de nós teremos, durante
nossas breves vidas nessa existência, difíceis decisões a tomar, posturas a
assumir, escolhas a fazer. Não há opção de vida que não tenha consequências
para nós mesmos e para todos os que nos cercam. As escolhas de Jesus pelos
pobres, pelos pecadores, pelos pequeninos, em fim, por aqueles que eram tidos
por “gente má” pelas classes dominantes de seu tempo, essas escolhas tiveram
consequências em sua vida: perseguição, calúnias, exclusão, violência contra
sua vida. Entretanto, no devido momento, o Pai dá a resposta e coloca Jesus no
posto de Senhor e Juiz da história, tornado-o um escândalo para os que o
rejeitaram e perseguiram e um sinal de salvação para os que creram nEle e se
deixaram transformar em suas vidas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Esses dois acontecimentos tem
revelado, nesses dias, o que há de escondido em muitos corações e,
infelizmente, parece que ainda temos nos deixado levar pelos caminhos da
indiferença, do descaso, do ódio e da vingança.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Mantenhamos viva a nossa
memória, defendamos nossas riquezas históricas, culturais e artísticas, pois
elas nos garantem o amadurecimento de nossa identidade como pessoas e como
nação. Defendamos a vida e o direito de viver, independente de nossas simpatias
e antipatias, mesmo que seja a vida de alguém que pode, potencialmente, ser uma
ameaça para a nossa, pois a vida é um dom precioso.<o:p></o:p></span></div>
<span style="line-height: 150%;"><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Procuremos novos
caminhos iluminados pela Boa Notícia de Jesus!</span></div>
</span></div>
Augusto Líviohttp://www.blogger.com/profile/12620257419100663533noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7799060254312382054.post-81556309137509792262018-09-02T06:00:00.000-03:002018-09-02T06:00:06.317-03:00O Evangelho da Política segundo Jesus Cristo<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHd7DB7FYKg13XaLYwPM2Tera9d7JbW0wd6Rjolx4_NRSRJRO8800ncQFJ9o4cd2Klojk3jVm_FtyjhHzJEI-pY3cGcSaGQqSwP7ZBrj9HL-tb1DVaghVM_CGUlqa_ma2g6nQ5fJL83Mg/s1600/Jesus-ensinando%255B1%255D.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="373" data-original-width="800" height="149" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHd7DB7FYKg13XaLYwPM2Tera9d7JbW0wd6Rjolx4_NRSRJRO8800ncQFJ9o4cd2Klojk3jVm_FtyjhHzJEI-pY3cGcSaGQqSwP7ZBrj9HL-tb1DVaghVM_CGUlqa_ma2g6nQ5fJL83Mg/s320/Jesus-ensinando%255B1%255D.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Estamos
em tempos de eleições e algumas das frases mais comuns que escutamos entre
cristãos é que “política não se discute”; “não se mistura religião com
política”; “religião não tem nada a ver com política”; “política não presta, é
coisa suja, o que eu quero é distância” etc...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">É
um tipo de reação comum diante do quadro de frustração e decepção que sentimos devido
aos vários casos de corrupção que estão aparecendo a cada dia nos noticiários.
As pessoas têm adotado e reforçado a ideia de que política não presta, que é
uma coisa ruim e que, por isso, deveríamos nos afastar e cada um cuidar da
própria vida. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Quando
se tenta discutir questões relativas à política na Igreja, muitas pessoas tem a
sensação de que se está tocando em algo “impuro”, que “isso” não deveria estar
alí, no nosso lugar sagrado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">O
problema é que desenvolvemos uma visão distorcida do que é a política e do que
é a participação política na sociedade. Reduzimos a política apenas às eleições
e ao sistema de governo é não percebermos o nosso papel e participação em toda
essa realidade. Ignorar a política não vai mudar o fato de que é por meio da
política (seja uma boa política seja uma má política) que todos nós somos
governados e que é por meio dela que a vida e a morte de milhares de pessoas
são decidias.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Ao
nos voltarmos para os Evangelhos e observarmos a vida e as ações de Jesus,
somos forçados a voltar nosso olhar para as questões políticas, pois as ações
de Jesus tinham elementos políticos e provocaram reações políticas em relação a
ele.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Não
podemos ser ingênuos em nossa leitura das Escrituras e achar que Jesus e seus
discípulos vivam a margem da realidade da Palestina no século I d.C.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">O
povo de Israel estava oprimido sob o controle político e econômico do Império
Romano. Aconteciam revoltas populares e líderes carismáticos, movidos por sua
fé no Deus de Israel, organizavam grupos de luta e resistência a essa
dominação. Os camponeses sofriam com os pesados tributos e muitos perdiam suas
propriedades ou eram vendidos como escravos juntamente com sua família para
pagar as dívidas que só cresciam.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">No
campo religioso e social a vida do povo era regida pela Lei de Moises. Essa Lei
era aplicada pelas lideranças religiosas que, por sua vez, deveriam manter o
delicado equilíbrio entre a crescente revolta do povo e os interesses do
Império Romano. O Sumo Sacerdote tinha, junto com o Grande Conselho (Sinédrio),
autoridade para governar o povo judeu no que concerniam seus costumes e
tradições, desde que não fizessem oposição ao controle romano.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Desse
modo, os líderes religiosos acabavam colaborando para agravar a situação de
exploração do povo, além de interpretar e aplicar a Lei de Moisés de forma
excludente, jogando a margem religiosa uma parte da população que não se
comportava segundo as normas exigidas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Jesus
nasceu, cresceu, viveu e exerceu seu ministério público dentro dessa realidade.
Suas palavras e atitudes não se deram à margem desse contexto, ao contrário,
elas penetravam nesse contexto, questionavam, criticavam, ofereciam outras
perspectivas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Jesus
tomou posição, ou seja, partido por um lado. Não dá para transformar a
sociedade sem ter uma posição clara. Os Evangelhos nos oferecem uma perspectiva
da posição de Jesus. Isso não é ruim, pois é a partir de uma posição clara que
qualquer pessoa pode estabelecer critérios de valor para o todo da realidade
que o cerca. Ao fazer isso, Jesus atraiu para próximo de si pessoas e grupos,
assim como provocou rejeição e perseguição por parte de outras pessoas e grupos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUX_nHThyq9kEBoEVryOhPLAPk9vugFbllNJ_q5oet9VURi-yxExHlKk8oUg5s2_tAm2a6hY3kGmHtL-oiRGKIaoF410EXWofdlA7cuxy_W_1IFo56XgYSQ9QoEWHs-ghWtfc6DBAPwk8/s1600/Carpinteiro%255B1%255D.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="308" data-original-width="400" height="246" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUX_nHThyq9kEBoEVryOhPLAPk9vugFbllNJ_q5oet9VURi-yxExHlKk8oUg5s2_tAm2a6hY3kGmHtL-oiRGKIaoF410EXWofdlA7cuxy_W_1IFo56XgYSQ9QoEWHs-ghWtfc6DBAPwk8/s320/Carpinteiro%255B1%255D.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Jesus
era de uma classe social muito específica, ele era operário (carpinteiro) que
vivia em uma vila pobre na Galileia chamada Nazaré. Ele conhecia bem como
funcionavam as estruturas de opressão e exclusão política e religiosa de seu
tempo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Ao
exercer seu ministério, Jesus mostrou suas posições e valores na prática:
andava próximo das pessoas que foram excluídas do sistema social, econômico e
religioso ajudando-as a recuperar sua dignidade e sua esperança; criticou os
ricos e poderosos de seu tempo por sua ambição, por não reconhecer naqueles que
eles exploravam seres humanos que tinham o direito de viver com respeito e
dignidade; reinterpretou o discurso religioso que condenava e excluía as
pessoas que não se encaixavam nas exigências legalistas das lideranças
religiosas, resgatando essas pessoas de uma atitude de medo e distanciamento de
Deus por acreditarem que eram indignas de se aproximar de Dele etc.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Para
aquelas pessoas que defendem o discurso de que Jesus “veio para salvar a
todos”, quero afirmar que é verdade, Ele veio para salvar a todos! Entretanto,
ele oferece essa salvação a partir de uma posição clara, do lugar de quem sente
na pele e na vida o peso da opressão e da exclusão. Por isso ele aparece
exigente com os ricos e poderosos, paciente e compassivo com os pequeninos e
fracos. Para ambos Ele oferece a salvação, mas não nas mesmas condições.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Essas
posições de Jesus eram posições políticas porque questionavam, criticavam e
denunciavam o que estava acontecendo ao seu redor. No Evangelho segundo Lucas
encontramos uma lista de “ais” dirigida aos que exploravam o povo e se apoiavam
em suas riquezas (cf. Lc 6,24-26); ao criticar o Templo e suas autoridades no
Evangelho segundo Mateus (cf. Mt 23,13-31), Jesus denuncia desautoriza a forma
como eles interpretavam as Escrituras e oprimiam o povo; ao fazer curas em dia
de sábado, que era proibido segundo a interpretação corrente da Lei de Moises
(cf. Mt 12,1-14), Jesus oferece outra interpretação baseada na misericórdia e
na justiça, devolvendo o direito das pessoas poderem se aproximar de Deus sem
medo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Desse
modo, um forte grupo de opositores o perseguiu até conseguir condená-lo a morte
(cf. Mc 3,6). Essa perseguição não foi gratuita, não foi por uma antipatia
subjetiva, mas foi porque as posições de Jesus incomodaram, ameaçaram posições
de poder e de privilégios, desmascararam aos falsos discursos, desnudando
mecanismos de controle e de exploração.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Acho
muito estranho que muitos cristãos, nesse momento em que nos encontramos no
Brasil, afastem-se da política e deixem que a “sorte” ou o “destino” resolva a
situação. Precisamos olhar para Jesus, ao qual seguimos e de quem recebemos o
nome de cristãos, e procurar entender quais foram suas posições e escolhas para
aprendermos a nos colocar também politicamente nesse contexto atual.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Precisamos
ser capazes de olhar para além de nossos interesses pessoais e pensarmos nos
pequeninos e pobres que são os que mais sofrem quando não se busca o bem comum
no sistema político. Precisamos nos posicionar de modo que, especialmente,
aqueles que não tem acesso aos recursos necessários para sobreviver possam ter
suas vidas e direitos defendidos. Precisamos dar voz e vez para aqueles que,
sozinhos, não têm como serem ouvidos nas suas necessidades. <o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjL29nB-A5Z67HLXo1-irzMxV9FlUPWGqWGCcQA1Jg3p3edK2GOfHeThUSmm97CyREWU6Rh8WAccA_WNWkDurMdKiwI_ehUyQYJxMRp8JFPRbFYP-vSDrF8xqXxJHQRFuwFpwFDnDZOKz0/s1600/escribas-final%255B1%255D.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjL29nB-A5Z67HLXo1-irzMxV9FlUPWGqWGCcQA1Jg3p3edK2GOfHeThUSmm97CyREWU6Rh8WAccA_WNWkDurMdKiwI_ehUyQYJxMRp8JFPRbFYP-vSDrF8xqXxJHQRFuwFpwFDnDZOKz0/s320/escribas-final%255B1%255D.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Precisamos
entender que, assumindo uma posição ou ficando indiferentes, sempre tomamos uma
posição e, desse modo, sempre expressamos o que pensamos e o que defendemos. Todas
as escolhas que fazemos diante das decisões relativas a nossa vida em sociedade
são posições políticas e tem consequências e, mesmo não escolhendo um lado, já
se está fazendo uma escolha e assumindo uma posição.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"> Assumir uma posição, escolher um lado, não
significa que estaremos sempre certos ou que acertaremos sempre em nossas
escolhas, mas significa que estamos buscando caminhos para melhorar nossa vida
em sociedade (ou talvez não, se estivermos sendo movidos pelo desejo de poder e
ambição). O importante é entendermos que se temos uma posição clara sabemos
onde estamos e podemos enxergar melhor para onde vamos caminhando<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Jesus
tinha uma posição juntamente com seus discípulos, as autoridades romanas tinha
uma posição, as autoridades judaicas também tinham sua posição. No embate entre
essas posições, Jesus foi morto para que sua voz não mais incomodasse.
Entretanto, Deus ressuscitou Jesus e sua voz continua a ecoar entre nós até os
dias atuais. Deus também tomou partido, tomou partido por Jesus e contra os que
o condenaram injustamente. Deus também tem posições!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Que
cada um de nós possa meditar à luz do Evangelho nesses tempos de campanha e de
eleições. Que cada um de nós procure fazer suas escolhas olhando para as
escolhas de Jesus, buscando aprender com Ele o que pode ser realmente bom para
todos, começando por aquilo que promova a vida e a dignidade dos pobres e excluídos.
Cada pessoa é livre para se posicionar politicamente, mas se somos cristãos,
não podemos nos posicionar sem considerar as escolhas de Jesus, pois são elas
que devem iluminar as nossas escolhas políticas também.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Nenhum
de nós tem 100% de certeza de fazer as escolhas corretas, podemos errar em
nossas escolhas políticas, mas se a intenção continuar iluminada pelo caminho e
escolhas de Jesus, podemos sempre recomeçar, pois Jesus nos ensinou que no
caminho, se a gente errar, existe a conversão e a misericórdia do “Abbá”
(“painho do céu”). <o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrHL3ZU1BpqDFa9isGCV1fL7TVzdAyOEhGgctWT9hxz0vyWleo3R-PIyoDm0_F1QXHOEDP0BGNCj8ezMQxV6XWGn3ZvZ6385xQU8cMGHEf_TncT6nG8OTA6w8FNU8iNfXspvhBqyGt07Y/s1600/cura_lepra_20150213083205%255B1%255D.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="340" data-original-width="606" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrHL3ZU1BpqDFa9isGCV1fL7TVzdAyOEhGgctWT9hxz0vyWleo3R-PIyoDm0_F1QXHOEDP0BGNCj8ezMQxV6XWGn3ZvZ6385xQU8cMGHEf_TncT6nG8OTA6w8FNU8iNfXspvhBqyGt07Y/s320/cura_lepra_20150213083205%255B1%255D.jpg" width="320" /></a></div>
Desejo a todos um caminho de eleições iluminado pela Boa Notícia de Jesus para construirmos juntos o que Jesus ensinou, um mundo de irmãos e irmãs, de fraternidade, justiça e paz! </div>
</span><div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">“Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância.” (Jo 10,10b)</span></div>
</div>
Augusto Líviohttp://www.blogger.com/profile/12620257419100663533noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7799060254312382054.post-53007180479392502192018-08-26T06:00:00.000-03:002018-08-26T06:00:14.283-03:00Papa Francisco fala sobre os casos de abuso nos Estados Unidos<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5Jbo0SglPDjrjm4Qly7MEnqsKew3P29xWeAIzYC0ELrQJutqtVRrte5OS_qWzJJ71px93CwH0ytvm_OiLZScezG1dY3S1VP9gyS8DWd_y8nv4JrQ8jHmM-Hd6pMW073e-1w86OpBy8Pc/s1600/is.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="219" data-original-width="341" height="205" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5Jbo0SglPDjrjm4Qly7MEnqsKew3P29xWeAIzYC0ELrQJutqtVRrte5OS_qWzJJ71px93CwH0ytvm_OiLZScezG1dY3S1VP9gyS8DWd_y8nv4JrQ8jHmM-Hd6pMW073e-1w86OpBy8Pc/s320/is.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> O Papa Francisco publicou nesse último dia 20/08/2018 uma carta a todo Povo de Deus manifestando-se sobre as denúncias de abusos cometidos por religiosos nos Estados Unidos por aproximadamente 70 anos, atingindo cerca de 1.000 pessoas. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Na postagem desta semana resolvi reproduzir a carta, pois é uma carta significativa e que se posiciona com seriedade diante dessa situação tão dramática.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
FONTE: <a href="http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/letters/2018/documents/papa-francesco_20180820_lettera-popolo-didio.html" target="_blank">Site do Vaticano</a></div>
<br />
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">CARTA DO PAPA
FRANCISCO<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">AO POVO DE DEUS</span><o:p></o:p></div>
<br /><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Tahoma, sans-serif;">«Um membro sofre? Todos os
outros membros sofrem com ele» (<i>1 Co </i>12, 26). Estas palavras de São
Paulo ressoam com força no meu coração ao constatar mais uma vez o sofrimento
vivido por muitos menores por causa de abusos sexuais, de poder e de
consciência cometidos por um número notável de clérigos e pessoas consagradas.
Um crime que gera profundas feridas de dor e impotência, em primeiro lugar nas
vítimas, mas também em suas famílias e na inteira comunidade, tanto entre os
crentes como entre os não-crentes. Olhando para o passado, nunca será
suficiente o que se faça para pedir perdão e procurar reparar o dano causado.
Olhando para o futuro, nunca será pouco tudo o que for feito para gerar uma
cultura capaz de evitar que essas situações não só não aconteçam, mas que não
encontrem espaços para serem ocultadas e perpetuadas. A dor das vítimas e das
suas famílias é também a nossa dor, por isso é preciso reafirmar mais uma vez o
nosso compromisso em garantir a protecção de menores e de adultos em situações
de vulnerabilidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Tahoma, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: justify;">
<i><span style="color: black; font-family: Tahoma, sans-serif;"><b>1. Um membro
sofre?</b></span></i><span style="color: black; font-family: Tahoma, sans-serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Tahoma, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Tahoma, sans-serif;">Nestes últimos dias, um
relatório foi divulgado detalhando aquilo que vivenciaram pelo menos 1.000
sobreviventes, vítimas de abuso sexual, de poder e de consciência, nas mãos de
sacerdotes por aproximadamente setenta anos. Embora seja possível dizer que a
maioria dos casos corresponde ao passado, contudo, ao longo do tempo,
conhecemos a dor de muitas das vítimas e constamos que as feridas nunca
desaparecem e nos obrigam a condenar veementemente essas atrocidades, bem como
unir esforços para erradicar essa cultura da morte; as feridas “nunca
prescrevem”. A dor dessas vítimas é um gemido que clama ao céu, que alcança a
alma e que, por muito tempo, foi ignorado, emudecido ou silenciado. Mas seu
grito foi mais forte do que todas as medidas que tentaram silenciá-lo ou,
inclusive, que procuraram resolvê-lo com decisões que aumentaram a gravidade
caindo na cumplicidade. Clamor que o Senhor ouviu, demonstrando, mais uma vez,
de que lado Ele quer estar. O cântico de Maria não se equivoca e continua a se
sussurrar ao longo da história, porque o Senhor se lembra da promessa que fez a
nossos pais: «dispersou os soberbos. Derrubou os poderosos de seus tronos e
exaltou os humildes. Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos
vazias» (<i>Lc</i> 1, 51-53), e sentimos vergonha quando percebemos que o
nosso estilo de vida contradisse e contradiz aquilo que proclamamos com a nossa
voz.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Tahoma, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Tahoma, sans-serif;">Com vergonha e arrependimento,
como comunidade eclesial, assumimos que não soubemos estar onde deveríamos
estar, que não agimos a tempo para reconhecer a dimensão e a gravidade do dano
que estava sendo causado em tantas vidas. Nós negligenciamos e abandonamos os
pequenos. Faço minhas as palavras do então Cardeal Ratzinger quando, na <a href="http://www.vatican.va/news_services/liturgy/2005/via_crucis/po/station_09.html"><span style="color: black;">Via Sacra escrita para a Sexta-feira Santa de 2005</span></a>,
uniu-se ao grito de dor de tantas vítimas, afirmando com força: «Quanta sujeira
há na Igreja, e precisamente entre aqueles que, no sacerdócio, deveriam
pertencer completamente a Ele! Quanta soberba, quanta autossuficiência!... A
traição dos discípulos, a recepção indigna do seu Corpo e do seu Sangue é
certamente o maior sofrimento do Redentor, o que Lhe trespassa o coração. Nada
mais podemos fazer que dirigir-Lhe, do mais fundo da alma, este grito: <i>Kyrie</i>, <i>eleison</i> –
Senhor, salvai-nos (cf. <i>Mt</i> 8, 25)» (Nona Estação).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: justify;">
<i><span style="color: black; font-family: Tahoma, sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: justify;">
<i><span style="color: black; font-family: Tahoma, sans-serif;"><b>2. Todos os outros
membros sofrem com ele.</b></span></i><span style="color: black; font-family: Tahoma, sans-serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: justify;">
<i><span style="color: black; font-family: Tahoma, sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Tahoma, sans-serif;">A dimensão e a gravidade dos
acontecimentos obrigam a assumir esse facto de maneira global e comunitária.
Embora seja importante e necessário em qualquer caminho de conversão tomar
conhecimento do que aconteceu, isso, em si, não basta. Hoje, como Povo de Deus,
somos desafiados a assumir a dor de nossos irmãos feridos na sua carne e no seu
espírito. Se no passado a omissão pôde tornar-se uma forma de resposta, hoje
queremos que seja a solidariedade, entendida no seu sentido mais profundo e
desafiador, a tornar-se o nosso modo de fazer a história do presente e do
futuro, num âmbito onde os conflitos, tensões e, especialmente, as vítimas de
todo o tipo de abuso possam encontrar uma mão estendida que as proteja e resgate
da sua dor (cf. Exort. ap. <a href="http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/apost_exhortations/documents/papa-francesco_esortazione-ap_20131124_evangelii-gaudium.html#A_unidade_prevalece_sobre_o_conflito"><i><span style="color: black;">Evangelii gaudium</span></i><span style="color: black;">, 228</span></a>).
Essa solidariedade exige que, por nossa vez, denunciemos tudo o que possa
comprometer a integridade de qualquer pessoa. Uma solidariedade que exige a
luta contra todas as formas de corrupção, especialmente a espiritual «porque
trata-se duma cegueira cómoda e autossuficiente, em que tudo acaba por parecer
lícito: o engano, a calúnia, o egoísmo e muitas formas subtis de
autorreferencialidade, já que “também Satanás se disfarça em anjo de luz” (<i>2
Cor</i> 11, 14)» (Exort. ap. <a href="http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/apost_exhortations/documents/papa-francesco_esortazione-ap_20180319_gaudete-et-exsultate.html#A_corrup%C3%A7%C3%A3o_espiritual"><i><span style="color: black;">Gaudete et exultate</span></i><span style="color: black;">,
165</span></a>). O chamado de Paulo para sofrer com quem sofre é o melhor
antídoto contra qualquer tentativa de continuar reproduzindo entre nós as
palavras de Caim: «Sou, porventura, o guardião do meu irmão?» (<i>Gn</i> 4,
9).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Tahoma, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3Rg8hQcjR3_Fzc1_Di6Yl39o6GlyUdSnsneW05bNzb4RwkvFbGAnbQM6FgK6C5f2sW2SkP58tfSBSJ9JOU-zJno96KSqutlxEcqNaDzAU3-n_0lZL0u1h_z9dBossFx8rfdK8y04n670/s1600/is.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="196" data-original-width="341" height="183" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3Rg8hQcjR3_Fzc1_Di6Yl39o6GlyUdSnsneW05bNzb4RwkvFbGAnbQM6FgK6C5f2sW2SkP58tfSBSJ9JOU-zJno96KSqutlxEcqNaDzAU3-n_0lZL0u1h_z9dBossFx8rfdK8y04n670/s320/is.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Tahoma, sans-serif;">Reconheço o esforço e o
trabalho que são feitos em diferentes partes do mundo para garantir e gerar as
mediações necessárias que proporcionem segurança e protejam a integridade de
crianças e de adultos em situação de vulnerabilidade, bem como a implementação
da “tolerância zero” e de modos de prestar contas por parte de todos aqueles
que realizem ou acobertem esses crimes. Tardamos em aplicar essas medidas e
sanções tão necessárias, mas confio que elas ajudarão a garantir uma maior
cultura do cuidado no presente e no futuro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Tahoma, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Tahoma, sans-serif;">Juntamente com esses esforços,
é necessário que cada batizado se sinta envolvido na transformação eclesial e
social de que tanto necessitamos. </span><span style="font-family: Tahoma, sans-serif;">Tal transformação exige conversão pessoal e
comunitária, e nos leva dirigir os olhos na mesma direção do olhar do Senhor.
São João Paulo II assim o dizia: «se verdadeiramente partimos da contemplação
de Cristo, devemos saber vê-Lo sobretudo no rosto daqueles com quem Ele mesmo
Se quis identificar» (Carta ap.</span><i style="font-family: Tahoma, sans-serif;"> <a href="https://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/apost_letters/2001/documents/hf_jp-ii_apl_20010106_novo-millennio-ineunte.html"><span style="color: black;">Novo millennio ineunte</span></a></i><span style="font-family: Tahoma, sans-serif;">, 49). Aprender a olhar
para onde o Senhor olha, estar onde o Senhor quer que estejamos, converter o
coração na Sua presença. Para isso nos ajudarão a oração e a penitência.
Convido todo o Povo Santo fiel de Deus ao </span><u style="font-family: Tahoma, sans-serif;">exercício penitencial da
oração e do jejum</u><span style="font-family: Tahoma, sans-serif;">, seguindo o mandato do Senhor</span><a href="https://www.blogger.com/null" name="_ftnref1" style="font-family: Tahoma, sans-serif;"></a><a href="http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/letters/2018/documents/papa-francesco_20180820_lettera-popolo-didio.html#_ftn1" style="font-family: Tahoma, sans-serif;" title=""><span style="color: black;">[1]</span></a><span style="font-family: Tahoma, sans-serif;"></span><span style="font-family: Tahoma, sans-serif;">,
que desperte a nossa consciência, a nossa solidariedade e o compromisso com uma
cultura do cuidado e o “nunca mais” a qualquer tipo e forma de abuso.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Tahoma, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Tahoma, sans-serif;">É impossível imaginar uma
conversão do agir eclesial sem a participação activa de todos os membros do
Povo de Deus. Além disso, toda vez que tentamos suplantar, silenciar, ignorar,
reduzir em pequenas elites o povo de Deus, construímos comunidades, planos,
ênfases teológicas, espiritualidades e estruturas sem raízes, sem memória, sem
rostos, sem corpos, enfim, sem vidas<a href="https://www.blogger.com/null" name="_ftnref2"></a><a href="http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/letters/2018/documents/papa-francesco_20180820_lettera-popolo-didio.html#_ftn2" title=""><span style="mso-bookmark: _ftnref2;"><span style="color: black;">[2]</span></span><span style="mso-bookmark: _ftnref2;"></span></a><span style="mso-bookmark: _ftnref2;"></span>.
Isto se manifesta claramente num modo anômalo de entender a autoridade na
Igreja - tão comum em muitas comunidades onde ocorreram as condutas de abuso
sexual, de poder e de consciência - como é o clericalismo, aquela «atitude que
não só anula a personalidade dos cristãos, mas tende também a diminuir e a
subestimar a graça batismal que o Espírito Santo pôs no coração do nosso povo»<a href="https://www.blogger.com/null" name="_ftnref3"></a><a href="http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/letters/2018/documents/papa-francesco_20180820_lettera-popolo-didio.html#_ftn3" title=""><span style="mso-bookmark: _ftnref3;"><span style="color: black;">[3]</span></span><span style="mso-bookmark: _ftnref3;"></span></a><span style="mso-bookmark: _ftnref3;"></span>.
O clericalismo, favorecido tanto pelos próprios sacerdotes como pelos leigos,
gera uma ruptura no corpo eclesial que beneficia e ajuda a perpetuar muitos dos
males que denunciamos hoje. Dizer não ao abuso, é dizer energicamente não a
qualquer forma de clericalismo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Tahoma, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Tahoma, sans-serif;">É sempre bom lembrar que o
Senhor, «na história da salvação, salvou um povo. Não há identidade plena, sem
pertença a um povo. Por isso, ninguém se salva sozinho, como indivíduo isolado,
mas Deus atrai-nos tendo em conta a complexa rede de relações interpessoais que
se estabelecem na comunidade humana: Deus quis entrar numa dinâmica popular, na
dinâmica dum povo» (Exort. ap. <a href="http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/apost_exhortations/documents/papa-francesco_esortazione-ap_20180319_gaudete-et-exsultate.html#Os_santos_ao_p%C3%A9_da_porta"><i><span style="color: black;">Gaudete et exultate</span></i><span style="color: black;">, 6</span></a>).
Portanto, a única maneira de respondermos a esse mal que prejudicou tantas
vidas é vivê-lo como uma tarefa que nos envolve e corresponde a todos como Povo
de Deus. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-family: Tahoma, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-family: Tahoma, sans-serif;">Essa consciência de nos sentirmos parte de um povo e de uma história
comum nos permitirá reconhecer nossos pecados e erros do passado com uma
abertura penitencial capaz de se deixar renovar a partir de dentro. Tudo o que
for feito para erradicar a cultura do abuso em nossas comunidades, sem a
participação activa de todos os membros da Igreja, não será capaz de gerar as
dinâmicas necessárias para uma transformação saudável e realista. A dimensão
penitencial do jejum e da oração ajudar-nos-á, como Povo de Deus, a nos colocar
diante do Senhor e de nossos irmãos feridos, como pecadores que imploram o
perdão e a graça da vergonha e da conversão e, assim, podermos elaborar acções
que criem dinâmicas em sintonia com o Evangelho. Porque «sempre que procuramos
voltar à fonte e recuperar o frescor original do Evangelho, despontam novas
estradas, métodos criativos, outras formas de expressão, sinais mais
eloquentes, palavras cheias de renovado significado para o mundo actual»
(Exort. ap. </span><a href="http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/apost_exhortations/documents/papa-francesco_esortazione-ap_20131124_evangelii-gaudium.html#Uma_eterna_novidade" style="font-family: Tahoma, sans-serif;"><i><span style="color: black;">Evangelii gaudium</span></i><span style="color: black;">, 11</span></a><span style="font-family: Tahoma, sans-serif;">).</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Tahoma, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Tahoma, sans-serif;">É imperativo que nós, como
Igreja, possamos reconhecer e condenar, com dor e vergonha, as atrocidades
cometidas por pessoas consagradas, clérigos, e inclusive por todos aqueles que
tinham a missão de assistir e cuidar dos mais vulneráveis. Peçamos perdão pelos
pecados, nossos e dos outros. A consciência do pecado nos ajuda a reconhecer os
erros, delitos e feridas geradas no passado e permite nos abrir e nos
comprometer mais com o presente num caminho de conversão renovada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Tahoma, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrF2UCmKle4gZMl2pl29qIgvQI069dyk87oBQyTg8e3KxQzZwXCEMmVRJPz-3GYM8Cti9px6uWfPFqciFjMpx5wwfHaa1sR2Fk2R0ZYwZioSAwkU-8bpyQJAUQIZGaMc1QbXbE7j6zw98/s1600/is.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="161" data-original-width="244" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrF2UCmKle4gZMl2pl29qIgvQI069dyk87oBQyTg8e3KxQzZwXCEMmVRJPz-3GYM8Cti9px6uWfPFqciFjMpx5wwfHaa1sR2Fk2R0ZYwZioSAwkU-8bpyQJAUQIZGaMc1QbXbE7j6zw98/s1600/is.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Tahoma, sans-serif;">Da mesma forma, a penitência e
a oração nos ajudarão a sensibilizar os nossos olhos e os nossos corações para
o sofrimento alheio e a superar o afã de domínio e controle que muitas vezes se
torna a raiz desses males. Que o jejum e a oração despertem os nossos ouvidos
para a dor silenciada em crianças, jovens e pessoas com necessidades especiais.
Jejum que nos dá fome e sede de justiça e nos encoraja a caminhar na verdade,
dando apoio a todas as medidas judiciais que sejam necessárias. Um jejum que
nos sacuda e nos leve ao compromisso com a verdade e na caridade com todos os
homens de boa vontade e com a sociedade em geral, para lutar contra qualquer
tipo de abuso de poder, sexual e de consciência.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Tahoma, sans-serif;">Desta forma, poderemos tornar
transparente a vocação para a qual fomos chamados a ser «um sinal e instrumento
da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano» (Conc. Ecum.
Vat. II, <i><a href="http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_const_19641121_lumen-gentium_po.html"><span style="color: black;">Lumen gentium</span></a></i>, 1).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Tahoma, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Tahoma, sans-serif;">«Um membro sofre? Todos os
outros membros sofrem com ele», disse-nos São Paulo. Através da atitude de
oração e penitência, poderemos entrar em sintonia pessoal e comunitária com
essa exortação, para que cresça em nós o dom da compaixão, justiça, prevenção e
reparação. Maria soube estar ao pé da cruz de seu Filho. Não o fez de uma
maneira qualquer, mas permaneceu firme de pé e ao seu lado. Com essa postura,
Ela manifesta o seu modo de estar na vida. Quando experimentamos a desolação
que nos produz essas chagas eclesiais, com Maria nos fará bem «insistir mais na
oração» (cf. S. Inácio de Loiola, <i>Exercícios Espirituais</i>, 319),
procurando crescer mais no amor e na fidelidade à Igreja. Ela, a primeira
discípula, nos ensina a todos os discípulos como somos convidados a enfrentar o
sofrimento do inocente, sem evasões ou pusilanimidade. Olhar para Maria é
aprender a descobrir onde e como o discípulo de Cristo deve estar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Tahoma, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Tahoma, sans-serif;">Que o Espírito Santo nos dê a
graça da conversão e da unção interior para poder expressar, diante desses
crimes de abuso, a nossa compunção e a nossa decisão de lutar com coragem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<b><span style="color: black; font-family: Tahoma, sans-serif;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: center;">
<b><span style="color: black; font-family: Tahoma, sans-serif;">Francisco</span></b><span style="color: black; font-family: Tahoma, sans-serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: center;">
<i><span style="color: black; font-family: Tahoma, sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: center;">
<i><span style="color: black; font-family: Tahoma, sans-serif;">Cidade do
Vaticano, 20 de Agosto de 2018.</span></i><span style="color: black; font-family: "Tahoma","sans-serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-language: HE; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<br /></div>
<div align="left" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 7.5pt; text-align: left;">
<span style="mso-bidi-language: HE; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">
<hr align="left" noshade="" size="1" style="color: black;" width="33%" />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<a href="https://www.blogger.com/null" name="_ftn1"></a><a href="http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/letters/2018/documents/papa-francesco_20180820_lettera-popolo-didio.html#_ftnref1" title=""><span style="mso-bookmark: _ftn1;"><span style="color: black; font-family: "Tahoma","sans-serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-language: HE; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></span><span style="mso-bookmark: _ftn1;"></span></a><span style="mso-bookmark: _ftn1;"></span><span style="color: black; font-family: "Tahoma","sans-serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-language: HE; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> «Esta espécie de demónios não se expulsa senão à força de oração e de
jejum» <i>Mt</i> 17, 21.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<a href="https://www.blogger.com/null" name="_ftn2"></a><a href="http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/letters/2018/documents/papa-francesco_20180820_lettera-popolo-didio.html#_ftnref2" title=""><span style="mso-bookmark: _ftn2;"><span style="color: black; font-family: "Tahoma","sans-serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-language: HE; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[2]</span></span><span style="mso-bookmark: _ftn2;"></span></a><span style="mso-bookmark: _ftn2;"></span><span style="color: black; font-family: "Tahoma","sans-serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-language: HE; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> Cf. Carta do Santo Padre Francisco ao Povo de Deus que peregrina no
Chile, 31 de Maio de 2018.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<a href="https://www.blogger.com/null" name="_ftn3"></a><a href="http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/letters/2018/documents/papa-francesco_20180820_lettera-popolo-didio.html#_ftnref3" title=""><span style="mso-bookmark: _ftn3;"><span style="color: black; font-family: "Tahoma","sans-serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-language: HE; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[3]</span></span><span style="mso-bookmark: _ftn3;"></span></a><span style="mso-bookmark: _ftn3;"></span><span style="color: black; font-family: "Tahoma","sans-serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-language: HE; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> <a href="http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/letters/2016/documents/papa-francesco_20160319_pont-comm-america-latina.html"><span style="color: black;">Carta do Papa Francisco ao Cardeal Marc Ouellet, Presidente
da Pontifícia Comissão para a América Latina</span></a>, 19 de Março de 2018.<o:p></o:p></span></div>
<br /></div>
Augusto Líviohttp://www.blogger.com/profile/12620257419100663533noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7799060254312382054.post-78493485330531474212018-08-19T06:00:00.000-03:002018-08-19T06:00:00.315-03:00Como o Cristianismo moldou a figura de Satanás para combater outras religiões<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRAweGkB4kQG9BfLLQaWmhEYtC8-LmaLcs58J_Ln_U6Vc4E1UB3VWZKLfISLp811r4O00sC5y690LD5y2w456NjXp_QtkC11Q4IsHx0ulpt8g4wTGqgSQnQhjkzmHN4QWsa4Bdh9tXi5Y/s1600/guerra%255B1%255D.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="320" data-original-width="305" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRAweGkB4kQG9BfLLQaWmhEYtC8-LmaLcs58J_Ln_U6Vc4E1UB3VWZKLfISLp811r4O00sC5y690LD5y2w456NjXp_QtkC11Q4IsHx0ulpt8g4wTGqgSQnQhjkzmHN4QWsa4Bdh9tXi5Y/s320/guerra%255B1%255D.jpg" width="304" /></a></div>
Esta semana compartilho essa interessante REPORTAGEM DA BBC NEWS / BRASIL<br />
<br />
<span class="byline__name" style="background-color: white; border: 0px; display: inline-block; font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 1.28571; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Edison Veiga</span><span style="background-color: white; font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;"></span><span class="byline__title" style="background-color: white; border: 0px; display: block; font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 1.28571; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">De Milão para a BBC News Brasil</span><span class="byline__title" style="background-color: white; border: 0px; display: block; font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 1.28571; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><br /></span><span class="byline__title" style="background-color: white; border: 0px; display: block; font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 1.28571; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">FONTE: <a href="https://www.bbc.com/portuguese/geral-45108192" target="_blank">https://www.bbc.com/portuguese/geral-45108192 </a></span><span class="byline__title" style="background-color: white; border: 0px; display: block; font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 1.28571; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><br /></span><span class="byline__title" style="background-color: white; border: 0px; display: block; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 1.28571; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Em uma biblioteca histórica
na cidade de Tréveris, atualmente Alemanha, há um manuscrito feito
provavelmente entre os anos 800 e 825 com o texto do livro bíblico do
Apocalipse. Totalmente ilustrado com iluminuras. "Uma gravura mostra a
luta do Arcanjo Miguel contra os anjos rebeldes. Nessa gravura, há dois grupos
de anjos: os rebeldes e os que permaneceram fiéis a Deus. O interessante é que
não há nenhuma distinção entre ambos os grupos, apenas a posição de cada um no
quadro.<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Essa é, talvez, a mais
antiga representação dos demônios de que se tem notícia", diz Edin Sued
Abumanssur, professor do departamento de Teologia e Ciências da Religião da
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">"Nele, o diabo é
representado como um enorme dragão, mas seus companheiros rebeldes e decaídos
são iguais aos anjos que os fizeram precipitar: têm asas, vestes longas,
cabelos encaracolados. A única coisa que lhes falta é a aureola", descreve
a jornalista e escritora italiana Paola Giovetti, no livro "L'Angelo
Caduto" (o anjo caído).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;">Segundo Abumanssur, ao longo
da história,
observa-se uma correlação entre os momentos políticos e sociais e as
representações do diabo. "No campo das artes, pictórica, escultórica ou
literária, a tentativa de traçar um desenvolvimento cronológico da imagem do
diabo dificilmente renderá bons frutos. Há contradições e permanências em
diferentes formas de representá-lo, que se superpõem sem nenhum critério claro
e apreensível", afirma o professor.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Até o século 11, conforme
aponta o pesquisador, ele quase sempre foi retratado com aparência humana.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">No Ocidente, a partir do ano
1000, o diabo começa a ser representado com aparência grotesca e monstruosa,
entre o humano e o animal. "Na Idade Média, os processos imaginários não
eram homogêneos. Grandes contingentes populacionais, espalhados por extensos
territórios, em uma época na qual as comunicações e as trocas culturais eram
lentas, fragmentadas e de baixa densidade, faziam com que diferentes
compreensões e ideias sobre o diabo convivessem em mutualidade", diz o
pesquisador.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">"Podemos afirmar com
alguma margem de segurança que, a partir do século 11, características não
humanas da figura do demônio começam a ganhar certa hegemonia no meio da
população embora ainda sobrevivam, por essa época, representações de anjos
caídos que guardam proximidade com a figura do homem."<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">O escritor e semiólogo
italiano Umberto Eco tratou dessa questão no livro "História da
Feiura". "É somente a partir do século 11 que ele começa a aparecer
como um monstro dotado de cauda, orelhas animalescas, barbicha caprina,
artelhos, patas e chifres, adquirindo também asas de morcego", escreveu.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Vermelho e com chifres<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Eco ressalta que
"parece óbvio, também por motivos tradicionais, que o diabo deva ser
feio". "O feio, sob a forma do terrificante e do diabólico, faz seu
ingresso no mundo cristão com o Apocalipse de São João Evangelista. Não é que
faltassem menções ao demônio e ao inferno no Antigo Testamento e nos outros
livros do Novo Testamento, mas nesses textos o diabo é nomeado sobretudo tudo
através das ações que realiza e dos efeitos que produz (as descrições dos
endemoniados nos Evangelhos, por exemplo), à exceção do Gênesis, onde assume
forma de serpente", dissertou o semiólogo. "Ele nunca aparece com a
evidência 'somática' com que será representado na Idade Média".<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">A figura mais icônica do
demônio, o ser vermelho, com rabo, chifres e tridente é uma construção
paulatina e gradual. "Inicia-se a partir do século 11 um processo de
sistematização dogmática da figura do diabo que tenta reunir em uma síntese
tanto a teologia quanto as representações do imaginário social do período e que
ao mesmo tempo venha em socorro das necessidades políticas de uma ordem
medieval que começa a esboroar-se", aponta o sociólogo Abumanssur.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">"A extensa iconografia
do diabo dá testemunho da luta teológica e política, violenta não poucas vezes,
que faz emergir aos poucos a figura de um senhor terrível, que subjuga os
homens e mulheres na maldade. A imagem soberana, senhorial e majestática,
inumana mesmo, do diabo, emerge lentamente no processo de consolidação do poder
papal e da figura do rei autocrático como torreões de fortaleza capazes de
resistir a um deus da maldade cada vez mais poderoso e antagonista da paz e da
ordem."<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Tal figura é a mescla da
cultura erudita dos monges e teólogo medievais com a cultura popular eivada de
superstições e paganismo. "A fome, as pestes e o lento desmonte do sistema
feudal cooperaram para que o diabo assumisse suas características inumanas a
partir do século 11", diz Abumanssur. "A assimilação da cultura grega
e seus deuses por parte do cristianismo trouxe contribuições como os chifres,
os pés de bode e o rabo, características do deus Pã. A entrada do cristianismo
nos países celtas, ao norte da Europa, contribuiu para reforçar essa imagem
próxima do deus Cernu, ou Cernunno."<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Conforme lembra o teólogo
Volney Berkenbrock, professor de Ciência da Religião da Universidade Federal de
Juiz de Fora, a versão caricata do diabo como um serzinho vermelho e chifrudo é
consequência daquilo que o cristianismo procurava combater, no início, ou seja,
as crenças greco-romanas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">"Nos embates de
culturas - e, no caso específico, de religiões - os símbolos da religião dos
outros serão postos como algo extremamente ruim e malévolo. Dessa forma,
Satanás ganhou adereços de quem se estava combatendo", explica.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">"Concretamente: o
cristianismo, ao combater a religião grega - e também a romana - coloca chifres
no diabo por conta do Deus grego Pã, uma figura representada como meio homem,
meio carneiro chifrudo, que seduzia as jovens. Da mesma forma, usa o tridente,
para combater Posseidon, o Deus grego dos mares - Netuno para os romanos -,
pois o tridente era o símbolo dessa divindade."<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Essa dicotomia, aponta o
pesquisador, ocorre até hoje. "Um exemplo típico é como algumas igrejas
cristãs identificam a figura de Exu, advinda da religião africana dos
iorubanos, como o demônio", pontua.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Cultura<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">As representações culturais
da figura de Satanás são recorrentes desde a Idade Média. Atualmente, essa
carga imagética ganha referência da cultura pop - dos filmes às histórias em
quadrinhos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">"No cinema o filme
"O Exorcista", de 1974, foi um divisor de águas. Ele marcou a
filmografia subsequente", acredita Abumanssur. "Há uma imagem feita
entre 1471 e 1475, de autor conversando com São Teófilo de Adana. O diabo
mostra um livro a São Teófilo e, talvez, seja a primeira pintura a simbolizar
um pacto com o diabo. Isso é interessante, pois marca o valor da assinatura
como forma de validar acordos. Os acordos financeiros se valeram dessa mudança
cultural."<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">De origem hebraica, a
palavra satanás significa "acusador" ou "adversário". Suas
ocorrências mais antigas, portanto, não aludem a uma figura oposta a Deus,
muito menos de algo que personifique o mal. "Ele era simplesmente o
acusador, quase o que hoje se poderia chamar de promotor de Justiça",
compara o teólogo Berkenbrock.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">"A ideia de satanás
como personificação do mal entrou para o judaísmo provavelmente por meio de
influência babilônica, mais especificamente da religião de Zaratustra (o
Mazdeísmo), que conhece uma figura oposta ao Deus (Ahura Mazda), figura esta
chamada de Ahriman. Assim, o judaísmo passou - já no tempo de Jesus - a assumir
o imaginário de uma figura contraente de Deus, usando para isto a palavra
satanás."<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">As palavras diabo e demônio
são legado da influência grega sobre o cristianismo. Demônio (ou daimon)
significa força, impulso - e passou a ser identificada como força negativa.
Diabo (diabolos) é divisor, aquele que causa divisão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Em seu livro "O Cristo
Pantocrator", a pesquisadora Wilma Steagall De Tommaso, professora da
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e do Museu de Arte Sacra de São
Paulo e membro da Sociedade Brasileira de Teologia e Ciências da Religião,
ressalta que o contexto da Idade Média foi favorável a criação da imagem de
satanás.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">"A vida humana estava
sempre sob ameaça. Os fardos cotidianos eram pesados. A morte era um guia
constante e os moribundos se questionavam para saber se poderiam esperar a vida
eterna após a morte ou as torturas do inferno", afirma.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">"O medo do além era tão
presente e tão físico que era acompanhado de um temor religioso profundo.
Ninguém poderia escapar do julgamento final, mas era tido como certo trabalhar
durante a vida para a salvação."<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">"Foi assim",
prossegue a pesquisadora, "que o tema do Juízo Final se tornou o predileto
dos tímpanos - arcos situados acima da entrada da igreja - , constituindo-os
num grande vetor monumental, uma grande invenção da arte românica."<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Era Deus colocado em
paralelo ao diabo. A ameaça constante do mal se apossando das pessoas. "Os
sermões dos padres visavam amedrontar, desgrenhando a condição humana sob cores
vivas, às vezes em excesso, e representando artisticamente o destino sobre as
paredes pintadas", explica Tommaso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">"Juízo Final", não
à toa, é considerado o principal afresco da carreira do renascentista
Michelangelo. Entre 1535 e 1541, o artista toscano pintou na Capela Sistina, no
Vaticano, a representação artística do julgamento de Deus, narrado no livro
bíblico do Apocalipse.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Outras representações<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">No livro "História da
Feiura", Umberto Eco lembra de outras representações da figura do mal.
"Existiam em diversas culturas vários tipos de demônio", escreveu. No
Egito antigo, havia o monstro Ammut, híbrido de crocodilo, leopardo e hipopótamo.
A cultura mesopotâmica tinha referências a seres de feições bestiais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">"Quanto à cultura
hebraica, que influencia diretamente a cristã, é o diabo, assumindo a forma de
serpente, quem tenta Eva, no Gênesis", afirmou Eco. "Sempre na
Bíblia, encontramos menções a Lilith, monstro feminino de origem babilônica
que, na tradição hebraica, transforma-se em demônio feminino com rosto de
mulher, longos cabelos e asas."<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;">Deusa adorada na Babilônia e
na Mesopotâmia, Lilith era associada a ventos que, segundo se acreditava à
época, traziam enfermidades e morte. Na tradição judaica antiga, ela aparece
como um demônio noturno. Para os islâmicos, Lilith foi a primeira mulher do
personagem bíblico Adão - e acabou acusada de ter sido ela a serpente que fez
com que Eva comesse o fruto proibido.<span style="color: #5a5a5a;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helmet, Freesans, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;"><br /></span></div>
</div>
Augusto Líviohttp://www.blogger.com/profile/12620257419100663533noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7799060254312382054.post-79126018904196611242018-08-12T06:00:00.000-03:002018-08-12T06:00:03.686-03:00O Evangelho da Meritocracia<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1OICbAgqHWL5D9mr3DrazCsXFc8WmL7fd_E6e9IqgEWzl2JrQ3TZAol-FGrihPYq8tjp5GWdQF8MJ65CP1FWH8yzccmytNhl-i60mAYRA0btVGNH_IKitsBBNwmtUVzTGfCgcBodXETM/s1600/trabalhadores-na-vinha-parabolas-de-jesus%255B1%255D.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="702" data-original-width="1013" height="221" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1OICbAgqHWL5D9mr3DrazCsXFc8WmL7fd_E6e9IqgEWzl2JrQ3TZAol-FGrihPYq8tjp5GWdQF8MJ65CP1FWH8yzccmytNhl-i60mAYRA0btVGNH_IKitsBBNwmtUVzTGfCgcBodXETM/s320/trabalhadores-na-vinha-parabolas-de-jesus%255B1%255D.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O discurso da meritocracia que
defende que cada um deve ter o que merece, conforme seu esforço pessoal e que,
por isso critica políticas de assistência social porque elas “alimentam a
preguiça” e só servem pra gerar “vagabundos desocupados”, essa forma de
pensamento está muito em voga ultimamente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O que mais me impressiona é que
entre os cristãos esse tipo de discurso tem sido repetido como uma verdade
absoluta e inquestionável.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Pensando sobre isso me recordei
que existe um evangelho no qual Jesus nos dá uma interessante lição sobre a
lógica da meritocracia (pasmem, ela já existia a mais de 2000 anos atrás!).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
No evangelho de Mt 20,1-16 Jesus
conta uma interessante historia. Jesus fala que havia um homem que possuía uma
grande plantação e que havia chegado o tempo da colheita. O homem saiu para
contratar trabalhadores temporários para fazer a colheita e, para isso, foi à
praça da cidade. Era costume, no tempo de Jesus, que pessoas sem trabalho
ficassem em locais públicos como praças, procurando algum tipo de trabalho. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O homem encontrou um grupo na
praça e chamou-os para ir trabalhar naquele dia na sua colheita. O homem
precisava fazer toda a colheita naquele dia para não ter prejuízo. Era de manhã
cedo e o homem acertou com os trabalhadores o valor do dia de trabalho, pois no
tempo de Jesus se pagava o trabalho pelo dia de serviço, ao final do dia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Os trabalhadores contratados
começaram a colheita. Pela metade da manhã o dono da plantação voltou à praça e,
encontrando outro grupo de homens a procura de trabalho, contratou esse grupo e
o mandou para a colheita. O dono da plantação fez a mesma coisa por volta do
meio dia e das três horas da tarde.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Por volta das cinco horas da
tarde, o homem foi novamente a praça e encontrou outro grupo de trabalhadores
que passaram o dia sem conseguir um trabalho e os mandou também para trabalhar
na colheita.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Ao anoitecer, o dono da
plantação mandou o seu administrador fazer o pagamento pelo trabalho. É nesse
momento que algo curioso acontece. Ele mandou começar o pagamento pelos que
foram contratados por último e seguir nessa ordem até chegar nos que foram
contratados no início do dia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Os trabalhadores que foram
contratados no início do dia, quando receberam seu pagamento começaram a
reclamar do dono da plantação, pois ele pagou o mesmo valor tanto para eles
como para os que haviam trabalhado apena uma hora no final do dia. Falavam que
o dono da plantação era um homem injusto, pois eles haviam trabalhado mais do
que os outros e, por isso, mereceriam receber mais, proporcionalmente ao seu
esforço.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O dono da plantação então lhes
disse que pagou o valor justo da diária que havia combinado com eles. E ainda
acrescenta a questão de que se ele também quis pagar o mesmo valor a todos os
que trabalharam na plantação, qual o problema? O dinheiro era dele e ele
poderia dispor como melhor lhe parecesse. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Por fim, o homem faz uma última
pergunta aos trabalhadores que estavam reclamando: Vocês, por acaso, estão com
inveja pelo fato de eu estar sendo bom?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Jesus, com essa parábola, me fez
pensar no discurso da meritocracia. Os que defendem de modo enfático essa forma
de pensar certamente estariam no grupo dos trabalhadores que se queixaram da
atitude do dono da plantação. Talvez você também ache estranha essa atitude do
dono da plantação, mas vamos entender o contexto de fundo dessa história para
entendermos o que Jesus pensa da meritocracia como forma de justiça.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
No tempo de Jesus, muitos homens
estavam desempregados por terem perdido seus bens diante da exploração do Império
Romano e das elites econômicas que, por meio de altos tributos, levavam a
ruínas os pequenos proprietários fazendo com que perdessem suas terras e os
poucos bens que tinham. O único meio de sobrevivência era arrendar sua mão de
obra para conseguir o mínimo necessário para viver a cada dia (“o pão de cada
dia”).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Ao contar essa parábola, Jesus
coloca diante de nós uma realidade que era dura e, infelizmente, comum em
muitas vilas da Palestina: grupos de homens que esperavam por algum trabalho
nas praças. Esse trabalho, geralmente, era na lavoura dos ricos proprietários
que tinham grandes plantações e precisavam e muita mão de obra para a colheita.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Ao tratar o pagamento dos
trabalhadores Jesus faz duas mudanças importantes na história: o pagamento
começa pelos últimos contratados e todos recebem o mesmo valor da diária. Por
que isso é importante?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Primeiro, ao começar pelos
últimos, Jesus parece chamar a atenção que não se pode apegar-se a posições ou
direitos pelo simples fato do merecimento. Deus não segue essa lógica do
merecimento! <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Segundo, ao dizer que todos
receberam o mesmo valor, Jesus não está defendendo uma injustiça para com os
que trabalharam mais, mas está defendendo o direito de cada trabalhador ter o “pão
de cada dia” em sua mesa. O valor da diária garantia a cada trabalhador as
condições de manter sua família por mais um dia. O que orienta o pagamento do
salário não é o mérito puro e simples, mas a necessidade real de cada um para
poder viver dignamente.<o:p></o:p></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-YhAkYetvMeSTuE87GmLQfbPSo3S0obmFXPTi8dtSrZu2JiGYrQxMozHw9JSXbXioU-pkoGSuu0Pq2oFYgyrLSAcR9E_PorTNuTeZ-G4wBfiv60aXGXZAi8pbbzojrq8ICMknfm1aeLg/s1600/meritocracia%255B1%255D.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="475" data-original-width="500" height="304" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-YhAkYetvMeSTuE87GmLQfbPSo3S0obmFXPTi8dtSrZu2JiGYrQxMozHw9JSXbXioU-pkoGSuu0Pq2oFYgyrLSAcR9E_PorTNuTeZ-G4wBfiv60aXGXZAi8pbbzojrq8ICMknfm1aeLg/s320/meritocracia%255B1%255D.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Essa compreensão da parábola de
Jesus é importante porque muitos cristãos parecem ter se esquecido desse texto
e do seu significado para nossas relações sociais. Jesus não está desmerecendo
o esforço pessoal que desenvolvemos para poder melhorar nossas condições de
vida por meio do estudo, trabalho duro, dedicação, perseverança, qualificação técnica
etc. Entretanto, em uma sociedade desigual como a nossa, não podemos falar de
meritocracia sem levar em conta as desigualdades sociais que colocam as pessoas
em diferentes condições de competirem pelos espaços de sucesso e de bem-estar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Um filho de juiz ou de um rico
empresário terá vantagens competitivas para o sucesso em relação ao filho de
uma diariasta que não conseguiu terminar o ensino fundamental e que vive na
periferia criando cinco filhos. Se o lugar de partida é desigual não dá para
falar de meritocracia como meio justo de promover a vida digna das pessoas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Nessa parábola Jesus oferece
outro critério: a necessidade concreta de cada um deve determinar a forma como
a sociedade deve se organizar em vista da promoção de uma vida digna para
todos. Só depois disso se pode falar de mérito.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Cristãos que criticam programas
sociais como o de cotas raciais nas universidades e bolsa família, por exemplo,
não entenderam o significado de “quero misericórdia e não sacrifícios”.
Políticas de assistência social são tentativas de socorrer a necessidade do “pão
de cada dia” de pessoas e famílias que, sozinhas, jamais conseguiriam enfrentar
o problema da discriminação, do acesso a educação superior, de conseguir
colocar comida na mesa todo dia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
É claro que ficar só nisso não é
a solução dos nossos problemas sociais à longo prazo, entretanto, precisamos aprender
com o dono da plantação que devemos também “ser bons”, solidários com as
necessidades urgentes de tantos irmãos e irmãs que esperam “nas praças” por um
meio de conseguir sobreviver mais um dia, sem sonhos porque não conseguem ver
para si e para sua família um futuro diferente, pois perderam a esperança.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O discurso da meritocracia é uma
afronta à lógica do evangelho de Jesus que nos chama a ir ao encontro das
pessoas para compartilhar com elas não o que achamos que é certo segundo a
régua do mérito, mas o que verdadeiramente é justo segundo o princípio da
necessidade de cada um e de sua dignidade como filho e filha de Deus.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Por isso, Jesus conclui a
parábola com a famosa frase “os últimos serão os primeiro e os primeiros serão
os últimos”. Quando a necessidade dos “últimos” de nossa sociedade estiver em primeiro
lugar e a dos que são os “primeiros” estiver em último lugar na forma como organizamos
nossa sociedade política e economicamente, poderemos alcançar, já entre nós, um
pouco daquilo que Jesus anunciou entregando a própria vida e que conhecemos
pelo nome de “Reino de Deus”.<o:p></o:p></div>
<br /></div>
Augusto Líviohttp://www.blogger.com/profile/12620257419100663533noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7799060254312382054.post-22043625797551874532018-07-22T06:00:00.000-03:002018-07-22T06:00:02.107-03:00No princípio havia o Big Bang, e no princípio do Big Bang havia um padre!<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9UHRbjn9it2ykgQX5SmhKX8r5p4hGaxTBMNIQ7pbhDNs75r5j43JjV7IkSCUQJ_MZk0LMpatqwfkSkOHDV1qsQmlwICz3FtYtkD9c_VtZ4G5SiJNxEnNTlLOh-3KN5If31Oq3NohiUbA/s1600/6x9f3qy819ayk5incpmcjcbns%255B1%255D.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="408" data-original-width="652" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9UHRbjn9it2ykgQX5SmhKX8r5p4hGaxTBMNIQ7pbhDNs75r5j43JjV7IkSCUQJ_MZk0LMpatqwfkSkOHDV1qsQmlwICz3FtYtkD9c_VtZ4G5SiJNxEnNTlLOh-3KN5If31Oq3NohiUbA/s320/6x9f3qy819ayk5incpmcjcbns%255B1%255D.jpg" width="320" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
REPORTAGEM RETIRADA E ADAPTADA DO SITE DO <i>INSTITUTO HUMANITAS UNISINOS<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-07-22%20No%20princ%C3%ADpio%20havia%20o%20Big%20Bang.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></b></span><!--[endif]--></span></span></a></i><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><i>O físico e matemático belga, que combinou ciência e fé
em seus trabalhos, foi o primeiro a falar da origem do universo em expansão e
com um passado infinito.<o:p></o:p></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>A reportagem é de Alberto López, publicado por El País,
17-07-2018. A tradução é de Henrique Denis Lucas.<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Ciência e fé não costumam dar
bons casamentos, mas há exceções, como a do cientista e sacerdote católico
belga Georges Lemaître, que não é apenas um exemplo reconhecido pela comunidade
científica, mas que, com grande humildade, foi capaz de corrigir o próprio
Albert Einstein. Estamos falando do padre da Teoria do Big Bang, que tentou
demonstrar a origem do universo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Sem renunciar à sua fé católica,
Lemaître falou de um passado infinito do universo, mas que não entrava em
contradição com sua crença em um Deus criador do mundo, já que tanto Aristóteles
quanto São Tomás de Aquino mostraram que a criação de um universo não
precisaria de um começo no tempo.</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvc6swyRYLT_ZRO_pqLpJRLYnmw1haHCz-NXrgP0mih_g2l53li9h1bZfZqUUMKRPfjZgnHRRYK8uCcBpU7JikggFG983rHpTVkYPVyQbPF267vcSbsyhSiCZtacCfNdidu4hJDDsfXsQ/s1600/Lemaitre-UnivCatLouvain030655%255B1%255D.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="439" data-original-width="300" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvc6swyRYLT_ZRO_pqLpJRLYnmw1haHCz-NXrgP0mih_g2l53li9h1bZfZqUUMKRPfjZgnHRRYK8uCcBpU7JikggFG983rHpTVkYPVyQbPF267vcSbsyhSiCZtacCfNdidu4hJDDsfXsQ/s320/Lemaitre-UnivCatLouvain030655%255B1%255D.jpg" width="218" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Pe. Georges Lemaître </td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Georges Henri Joseph Édouard
Lemaître nasceu em 17 de julho de 1894, na localidade belga de Charleroi. Ele
era o mais velho entre os quatro irmãos e desde muito cedo mostrou sua
precocidade em matemática e física, mas também em sua vocação pessoal,
anunciando a seus pais, aos nove anos de idade, que queria ser padre.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Encorajado por seu pai, Georges
Lemaître decidiu estudar primeiro, antes de entrar no seminário, e
matriculou-se na Escola Superior Jesuíta do Sagrado Coração, em Charleroi, onde
destacou-se em química, física e matemática. Em 1910, seu pai conseguiu um novo
emprego e mudou-se com a família para Bruxelas. O jovem Lemaître, já com 16
anos, matriculou-se em outra escola jesuíta, o Colégio Saint Michel, onde seus
professores descobriram suas habilidades excepcionais em matemática e física.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Embora ainda gostasse da ideia
de se tornar padre, Georges decidiu estudar engenharia em vez de teologia. Em
1911 ingressou na Universidade Católica de Lovaina para fazer o curso de
engenharia. Em julho de 1913, obteve o diploma e começou a trabalhar como
engenheiro de minas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
A Primeira Guerra Mundial
forçou-o a parar seus estudos e servir como voluntário no exército belga,
alcançando o posto de Primeiro-Sargento. Por sua bravura, foi condecorado com a
medalha da Cruz de Guerra, além de ter sido expulso de uma missão após ter dito
ao instrutor que seus cálculos balísticos estavam errados. No entanto, as
atrocidades vistas na guerra amplificaram sua vocação sacerdotal. Algum colega
de aula viria a recordar posteriormente que sua vocação de fé e da ciência se
mantinham em tamanha sincronia que ele era visto por aí lendo o livro de
Gênesis da Bíblia da mesma maneira que lia artigos de equações de físicos
franceses.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Retomou seus estudos e em 1920,
aos 26 anos, foi premiado com a mais alta distinção, um doutorado em Ciências
Matemáticas por sua tese 'A aproximação de funções reais de várias variáveis'.
Georges Lemaître também obteve um bacharelado em filosofia baseado no sacerdote
italiano do século XIII, São Tomás de Aquino.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Seu passo seguinte foi dar
início à sua caminhada para tornar-se padre, ao ingressar na Casa de Saint Rombaut,
em outubro de 1920. Seus professores, notando seu interesse contínuo em
matemática e física, sugeriram que ele estudasse o trabalho de Albert Einstein.
Lemaître assim o fez, aprendendo sobre o cálculo do tensor e a relatividade
geral dos livros escritos pelo famoso astrônomo matemático Arthur Eddington.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Em 1922, Lemaître apresentou a
tese 'A Física de Einstein', que rendeu-lhe uma bolsa de estudos do governo
belga e a possibilidade de ir para a Universidade de Cambridge (Inglaterra),
como pesquisador de astronomia. Quase em paralelo, foi ordenado sacerdote em
setembro de 1923, aos 29 anos. No entanto, ao invés de exercer como padre em
uma paróquia ou colégio, Lemaître utilizou a bolsa para estudar a teoria da
relatividade geral e trabalhar pessoalmente com Eddington, que sugeriu a
Lemaître que começasse a trabalhar em um doutorado sobre o universo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Eddington pediu a Lemaitre que
aplicasse as regras da relatividade geral ao conteúdo de seu trabalho para ver
quais seriam os resultados. Lemaître descobriu duas soluções para o problema de
Eddington: a primeira consistia em uma proposta feita por Einstein, em 1917, de
um universo fechado, estável e estático, cuja densidade de energia em massa
fosse constante; a segunda estava relacionada com a proposta de Willem de
Sitter, também em 1917, de um universo cujo comportamento em grande escala
fosse dominado pela constante cosmológica (a densidade de energia do espaço
vazio).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Georges Lemaître cruzou o
Atlântico para conduzir pesquisas na Universidade de Harvard e também
matriculou-se como aluno para um doutorado em Física no MIT (Instituto de
Tecnologia de Massachusetts). Durante sua estada nos Estados Unidos, viajou
muito e conheceu os mais importantes astrônomos e físicos do país, incluindo
Forest Ray Moulton, William Duncan MacMillan, Vesto Slipher, Edwin Hubble e
Robert Millikan.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Georges retornou à Bélgica no
verão de 1925 e, apoiado e recomendado por Eddington, foi nomeado professor
associado de matemática na Universidade Católica de Lovaina. Em 1927, defendeu
sua tese no MIT: 'O campo gravitacional em uma esfera fluida de densidade
invariante uniforme, segundo a teoria da relatividade'.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Neste novo papel de pesquisador
e divulgador, Georges Lemaître realizou a derivação do que hoje é conhecida
como a Lei de Hubble, que relata a velocidade com que uma galáxia se afasta e a
sua distância. A famosa Conferência Solvay de 1927 contou com a presença da
maioria dos principais físicos. Einstein também participou e falou com
Lemaître, dizendo-lhe que suas ideias já haviam sido apresentadas por
Friedmann, em 1922. Além disso, disse-lhe que, por mais que acreditasse que
suas soluções para as equações da relatividade geral estivessem matematicamente
corretas, traziam soluções que não eram fisicamente possíveis. Especificamente,
Einstein disse-lhe: "Seus cálculos estão corretos, mas sua compreensão da
física é abominável".<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Einstein não estava sozinho ao
achar as ideias de Lemaître inaceitáveis. Pelo contrário, essa era a opinião de
quase todos os cientistas. No entanto, em 1929, Hubble publicou um trabalho que
apresentava grandes evidências de um universo em expansão, contradizendo a
teoria de um universo estático, até então aceita.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Eddington e outros membros da
Real Sociedade Astronômica (Royal Astronomical Society) começaram a trabalhar
para tentar resolver o problema originado pela discrepância entre a teoria e a
observação, com uma parte da teoria de Lemaître que os cientistas - incluindo
Eddington - acharam impossível de aceitar: como foi que o universo teve um
começo em um tempo finito no passado, da mesma forma que a religião católica
defende no livro de Gênesis?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Lemaître respondeu às objeções a
sua teoria em um documento publicado na revista Nature, em maio de 1931.
"Se o mundo começou com um único quantum, as noções de espaço e tempo não
teriam nenhum significado no princípio; só começariam a ter algum significado
sensato quando o quantum original fosse dividido em um número suficiente de
quanta. Se esta sugestão estiver correta, o começo do mundo aconteceu um pouco
antes do começo do espaço e do tempo". Em realidade, Lemaître sempre
expressou que era importante manter uma separação entre as idéias científicas e
as crenças religiosas sobre a criação.<o:p></o:p></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhd_tZyg1ubuorRlO0UPmTahvRX3WGNyFa83-Foq5HfMhqPO0fPtcEaOjtw7UW6IiR8Fdwd7F_yGQvvLPOng2ASld2S2JMz7ud58hREvoHce_GG3FVLRbIPSuowcJx4BM5ExXxXOrJmnB0/s1600/Lemaitre%255B1%255D.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="371" data-original-width="530" height="224" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhd_tZyg1ubuorRlO0UPmTahvRX3WGNyFa83-Foq5HfMhqPO0fPtcEaOjtw7UW6IiR8Fdwd7F_yGQvvLPOng2ASld2S2JMz7ud58hREvoHce_GG3FVLRbIPSuowcJx4BM5ExXxXOrJmnB0/s320/Lemaitre%255B1%255D.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Esta foi a primeira formulação
explícita da Teoria do Big Bang, atualmente aceita e que naquele momento também
era aceita pela maioria dos cientistas e a qual Georges chamou de
"hipótese do átomo primordial". Em 1933, Einstein e Lemaître
disponibilizaram-se a ministrar uma série de conferências na Califórnia. Depois
de ouvir Lemaître explicar sua teoria em um desses seminários, Einstein
levantou-se e disse: "Esta é a mais bela e satisfatória explicação da
Criação que em algum momento eu tenha escutado".<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
As ideias de Georges Lemaître
chegaram à imprensa popular, que o descreveu como o principal líder do momento.
Um artigo no 'New York Times' mostrou uma foto dele e Einstein com a legenda:
"Eles têm um profundo respeito e admiração um pelo outro". E é o fato
de que Lemaître tenha sido tanto um cientista quanto um padre católico que
gerou certo fascínio na imprensa popular, até o ponto em que um jornalista
escreveu acerca dele: "Não há conflito entre religião e ciência, repete Lemaître
diversas vezes... Seu ponto de vista é interessante e importante não apenas
porque ele é um padre católico ou um dos principais matemáticos e físicos de
nosso tempo, mas porque ele é ambos".<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
O maior opositor das hipóteses
de Lemaître foi o astrônomo inglês Fred Hoyle, um dos arquitetos do modelo
Estacionário. Na verdade, foi ele quem deu seu nome à teoria do Big Bang em uma
entrevista de rádio para a BBC e o fez de maneira depreciativa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Para o sacerdote belga Georges
Lemaître, a história do universo divide-se em três períodos: o primeiro é
chamado de "a explosão do átomo primitivo", segundo o qual há cinco
bilhões de anos existia um núcleo de matéria hiperdensa e instável que explodiu
sob a forma de super-radioatividade. Esta explosão propagou-se durante um bilhão
de anos e os astrônomos percebem até hoje seus efeitos sobre os raios cósmicos
e as emissões X.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Depois vem o período de
equilíbrio ou o universo estático de Einstein. Ele afirma que, após a explosão,
estabelece-se um equilíbrio entre as forças de repulsão cósmicas na origem do
acontecimento e as forças de gravitação. É durante esta fase de equilíbrio -
que dura dois bilhões de anos - que se formam nós que dão origem às estrelas e
galáxias.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Finalmente, acontecem os
períodos de expansão, iniciados há 2 bilhões de anos, que demonstrariam que o
universo está se expandindo a uma velocidade de 170 quilômetros por segundo de
maneira indefinida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Em 1948, George Gamov propôs uma
nova descrição do começo do universo. E, embora ele seja considerado atualmente
como o pai da teoria do Big Bang, as linhas mestras já estavam presentes de uma
maneira muito clara na cosmologia de Lemaître.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
O renomado padre belga obteve
vários cargos na Pontifícia Academia das Ciências, sendo assessor pessoal do
papa Pio XII e presidente da mesma em 1960. Em 1979, durante o discurso do Papa
São João Paulo II à Pontifícia Academia das Ciências, por ocasião da
comemoração do nascimento de Albert Einstein, ele citou algumas palavras de
Lemaître sobre a relação entre a Igreja e a ciência:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
"Por acaso a Igreja poderia
ter necessidade de ciência? Não: a cruz e o Evangelho lhe bastam. Mas nada que
seja humano é alheio ao cristianismo. Como poderia a Igreja se desinteressar na
mais nobre das ocupações estritamente humanas: a investigação da verdade?"<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Ao fim da sua vida, Georges
Lemaître dedicou-se cada vez mais aos cálculos numéricos. Seu interesse pelos
incipientes computadores e pela informática acabou por fasciná-lo
completamente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Ele morreu na cidade belga de
Lovaina, em 20 de junho de 1966, aos 71 anos, dois anos depois de ter escutado
a notícia da descoberta da radiação cósmica de fundo de microondas cósmicas,
que era a prova definitiva de sua teoria astronômica fundamental do Big Bang.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
O nome em uma cratera na Lua e
em um veículo espacial da Agência Espacial Europeia (a ATV5), que nem sequer
existe mais, são dois reconhecimentos quase insignificantes para a estatura
humana e sua contribuição para a compreensão da origem do universo que nos
acolhe.<o:p></o:p></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-07-22%20No%20princ%C3%ADpio%20havia%20o%20Big%20Bang.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
<a href="http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/581045-o-sacerdote-georges-lemaitre-o-padre-do-big-bang-que-fez-einstein-mudar-de-ideia">http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/581045-o-sacerdote-georges-lemaitre-o-padre-do-big-bang-que-fez-einstein-mudar-de-ideia</a>
<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
<br /></div>
Augusto Líviohttp://www.blogger.com/profile/12620257419100663533noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7799060254312382054.post-54999506480269336442018-07-15T06:00:00.000-03:002018-07-15T06:00:05.740-03:00A memória do sofrimento das vítimas da violência<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgS4a6SYhpdva32U6iDReWR8jSvZivXYhyphenhyphenoQ2f4EiBnusktAc7lSvhSlfpPiOLDSBEik5KL0vZ1XFpyXnzcNsNv-HtIGjWZy6yVYg-0SJ1hprYeuMP9F4PaQRs37S2OuoP7RNTyCK8Tls/s1600/Nossos+Mortos+Tem+Voz_divulgacao%255B1%255D.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="805" data-original-width="1430" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgS4a6SYhpdva32U6iDReWR8jSvZivXYhyphenhyphenoQ2f4EiBnusktAc7lSvhSlfpPiOLDSBEik5KL0vZ1XFpyXnzcNsNv-HtIGjWZy6yVYg-0SJ1hprYeuMP9F4PaQRs37S2OuoP7RNTyCK8Tls/s320/Nossos+Mortos+Tem+Voz_divulgacao%255B1%255D.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Manifestação do documentário <br />"Nossos mortos tem voz"</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Lendo uma aloução de Paul
Ricoeur,</span><a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-07-15%20A%20teologia%20da%20retribui%C3%A7%C3%A3o%20e%20a%20justificativa%20do%20sofrimento%20das%20v%C3%ADtimas%20da%20viol%C3%AAncia.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span></span></a><span style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
feita em 1989, por ocasião do dia em que se fazia memória das vítimas do
Holocausto, percebi em suas palavras algo que me deixou profundamente inquieto
diante do contexto de violência em que nos encontramos nesses tempos.</span><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O luterano e filósofo francês
afirmava que o fazer memória das vítimas tem um significado importante para
todos nós.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Vou tentar colocar, aqui, um
pouco do que compreendi de sua reflexão porque acredito que é provocativa e
enriquecedora para todos nós.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Um fato que experimentamos é a
morte injusta e violenta de pessoas por causa de seus ideais, ou por lhes ter
negado o direito de viver suas vidas sendo respeitadas pelo que são (raça,
cultura, gênero), ou pelo exercício honesto de seu ofício para viver. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Olhando esse contexto é
inevitável nos perguntarmos o porquê de tudo isso. A busca de resposta no
coloca em caminhos diversos e até mesmo absurdos. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Em uma mentalidade de
retribuição, afirma-se que quem matou é culpado, mas a vítima também é culpada
porque “se meteu nisso”. Essa mentalidade coloca no mesmo nível assassino e
vítima, tratando-os igualmente como responsáveis. É um tipo de discurso que
nega o direito da vítima de existir enquanto memória, pois a morte já lhe negou
o direito de simplesmente existir.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Um primeiro pensamento de
Ricoeur nos provoca outra visão. Ao afirmar que precisamos fazer memória das
vítimas, ele nos deixa claro que existem vítimas e algozes, existem os que executam
e o que foram executados.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
É necessário sempre fazer
memória das vítimas. Mas por quê? Vamos aprofundar um pouco isso!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
As vítimas que se tornaram
símbolos referenciais do sofrimento de milhares de anônimos nos interpelam para
que não esqueçamos o porquê elas morreram, pelo quê elas morreram, e que
existem, infelizmente, muitos que como elas também perecem. Na memória dessas vítimas
todas as vítimas são tornadas presentes.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
A título de exemplo, recordo
algumas vítimas de ontem e de hoje que se tornaram simbólicas, como é o caso de
Chico Mendes, de Ir. Dorothy, de Margarida Maria Alves, de Marielle Franco, dos
povos indígenas sem direito a conservar sua cultura e suas terras, das vítimas
da homofobia e do feminicídio, dos anônimos que morreram lutando em defesa dos
direitos humanos, das vítimas da ditadura militar no Brasil, dos que procuram garantir
a justiça e a segurança da população e são mortos no cumprimento desse dever,
entre tantos outros.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Fazer memória das vítimas é
importante para dar-lhes uma voz, a voz que lhes foi recusada pela violência
que sofreram. O nobel da paz, Eliel Wiesel, afirmou: “Talvez não seja dado aos
humanos apagar o mal, mas podem tornar-se a tomada de consciência do mal”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Fazer memória das vítimas não é
um conformismo com o mal gerado pela violência, mas é um meio de tomarmos
consciência da existência desse mal, de suas causas e consequências. É manter
ecoando as vozes que a violência física tentou calar. Fazer memória do horror e
da violência sofridas pelas vítimas impede que caia no esquecimento o que
provocou esse mesmo horror e violência.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Rememorando e narrando o que
aconteceu, evitamos que o esquecimento mate as vítimas uma segunda vez e
evitamos que a história de suas vidas se torne banal. Mantemos, desse modo, a
dimensão escandalosa do acontecimento, não fechando ele em uma explicação
simplista e rasteira, mas deixando que esse escandaloso nos incomode e provoque
na busca de novos caminhos para que acontecimentos como esses não se repitam.<o:p></o:p></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1TCoOA_SdRxfURR13ehjyc0qlOE_LGzqXG2XeLIsOw4bvdp5O75pFBNE-wLzB2z-Z9YZ8JE3Qbu3eRh8z3estTv7TOwzhknNkn-JTxYK22s1iNNSJkUM7uEqCWlY-A37Dxzc6yDwEJjs/s1600/Memorial+do+holocausto+judeus+na+europa.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1TCoOA_SdRxfURR13ehjyc0qlOE_LGzqXG2XeLIsOw4bvdp5O75pFBNE-wLzB2z-Z9YZ8JE3Qbu3eRh8z3estTv7TOwzhknNkn-JTxYK22s1iNNSJkUM7uEqCWlY-A37Dxzc6yDwEJjs/s320/Memorial+do+holocausto+judeus+na+europa.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Memorial dos judeus mortos na Europa<br />durante a Segunda Guerra Mundial</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Na Alemanha, por exemplo, os
alunos estudam desde cedo sobre a Segunda Guerra Mundial e sobre o genocídio
perpetrado pelo Nazismo. Isso acontece para que as novas gerações aprendam com
os erros do passado de sua própria história. Eles não negam as mazelas de seu
passado enquanto nação, mas fazem memória para que aqueles que não viveram nem
viram o que aconteceu não repitam o mesmo caminho. Fazer memória das vítimas do
regime nazista mantém suas vozes ecoando ainda hoje como um grito de alerta,
não somente para os alemães ou para os judeus, mas para todo o mundo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Fazer memória é não deixar que a
história se perca, especialmente naquilo que ela tem de mais duro e cruel.
Esquecer as vítimas é esquecer a crueldade que as gerou, arriscando-nos a
continuar repetindo essa mesma crueldade gerando novas vítimas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Vamos manter viva a memória das
vítimas da violência, violência que nega o direito de uma vida digna para todas
as pessoas, pois mantendo sua memória mantemos suas vozes ainda nos
interpelando para que transformemos esse mundo, para que não repitamos os
caminhos que lhes ceifaram a vida, para que construamos um mundo mais humano e
fraterno.<o:p></o:p></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<!--[if !supportFootnotes]-->
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-07-15%20A%20teologia%20da%20retribui%C3%A7%C3%A3o%20e%20a%20justificativa%20do%20sofrimento%20das%20v%C3%ADtimas%20da%20viol%C3%AAncia.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
RICOEUR, Paul. <b>A hermenêutica bíblica</b>. São Paulo: Loyola, 2006, p.
239-243.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText">
<br /></div>
</div>
</div>
<br /></div>
Augusto Líviohttp://www.blogger.com/profile/12620257419100663533noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7799060254312382054.post-27416443455362487232018-07-08T06:00:00.001-03:002018-07-08T06:00:06.759-03:00O fundamentalista ilustrado e o teólogo pensante<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAHm2k-Q1AJpSl7iPWkv8oqMaq-7FCc0E2LWK0AYk9a1Fr8B72RE3e5A9O1e1aU4hYDg_DsWAvI82iNzkdFlZloy9xM3Ji19GMYr1CFBESadEeqsIOfSz-oFdUU1DRwbkdcN5fjy5gy2U/s1600/livros+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="212" data-original-width="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAHm2k-Q1AJpSl7iPWkv8oqMaq-7FCc0E2LWK0AYk9a1Fr8B72RE3e5A9O1e1aU4hYDg_DsWAvI82iNzkdFlZloy9xM3Ji19GMYr1CFBESadEeqsIOfSz-oFdUU1DRwbkdcN5fjy5gy2U/s1600/livros+1.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Atualmente, com o acesso as
redes sociais, as pessoas têm podido expressar suas ideias e opiniões sobre
tudo o que quiserem. Em blogs ou em vídeos, apresentam o que pensam sobre os
mais diversos assuntos. Entre tantos assuntos, é claro, religião também está em
alta.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Assim como em vários canais de
tv, com inúmeros programas de natureza religiosa, a internet também tem
inúmeros espaços utilizados para tratar dessa área. Encontramos coisas sérias,
produzidas por centros de natureza acadêmica no campo teológico, mas também
encontramos a diversidade de opiniões e manifestações que provocam, muitas
vezes, debates estranhos e estéreis. Chamo de debates estéreis porque não têm
como objetivo a busca de um conhecimento mais profundo e autêntico sobre a fé
cristã, mas de “vencer” e provar que “meu discurso” é o verdadeiro, é o certo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Com as novas tecnologias, o
acesso à informação está muito mais fácil. Desse modo, as pessoas se sentem
cada vez mais capazes de se manifestar utilizando-se dessas informações. O
problema é a forma como essas informações são processas e usadas por cada
pessoa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
É nesse ponto que desejo falar
sobre o fundamentalista ilustrado e o teólogo pensante. Mais precisamente,
quero apresentar o que considero ser as características que nos permitam identificar
cada uma dessas figuras, pois ambas apresentam discursos que procuram tratar de
questões relativas a fé cristã e sua presença no mundo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O que chamo de fundamentalista
ilustrado não é aquela pessoa estranha que fica repetindo ideias desconexas ou
simplesmente usa a famosa frase “a Blíblia diz...” para justificar qualquer
coisa que ela defende. Estou falando de alguém que possui muitas informações, que
conhece não só a Bíblia, mas também a história e outros textos da tradição
cristã. Uma pessoa que lê e que possui um rico conjunto de materiais dos quais
retira suas ideias e argumentos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O problema do fundamentalista
ilustrado é que ele confunde informações com conhecimento. Ele acha que conhecer
muitas coisas é sinônimo de saber gerar, a partir delas um saber. O
fundamentalista ilustrado reproduz o conhecimento que ele adquiriu, utilizando-o
para reafirmar ideias que ele acredita estarem corretas sem questionar. Ao
invés de dizer somente “é assim porque a Bíblia disse que era assim!”, ele
também diz “é assim porque o santo ‘tal’ disse...” ou “é assim porque o papa
‘tal’ disse...” ou “é assim porque o pensador ‘tal’ disse...” e por aí vai
seguindo. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O fundamentalista ilustrado não
se arrisca ao tomar uma posição. Sua posição é determinada por uma autoridade
de fora a qual ele segue e a partir da qual justifica suas posições, colocando
a responsabilidade sobre o que tal “fonte de autoridade” disse. Desse modo, ele
não precisa lidar com o ônus das consequências de seu discurso ou de suas
escolhas porque ele fez o que lhe disseram que era para fazer.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O fundamentalista ilustrado
busca certezas e segurança, por isso precisa de uma instância na qual se
apoiar. Com a facilidade de acesso à informação, ele se cerca de todo
conhecimento possível para lhe garantir essa segurança e para poder se defender
de tudo o que possa ameaçar suas certezas. Por isso ele é uma pessoa ilustrada,
dotada de conhecimentos diversos, com leituras e informações sobre vários
assuntos, para poder se sentir seguro.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Tendo conhecimento e sendo
fundamentalista, ele se torna uma pessoa combativa, que usa todo o conhecimento
acumulado para atacar tudo o que não se encaixa em sua visão de mundo. Todo o
“diferente” é visto como uma ameaça a estabilidade do que ele acredita ser o
certo e verdadeiro para a vida de todas as pessoas. Desse modo, ele constrói
argumentos cheios de informações baseadas na autoridade das suas fontes, usadas
como se isso se tornasse uma “prova” de que ele está certo nas posições que
defende.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O fundamentalista ilustrado não
quer dialogar, ele quer convencer. Ele não está necessariamente preocupado em
encontrar a Verdade, pois acredita que já a possui e, por isso, acredita que
sua missão é convencer a todos sobre a “verdade” que ele já conhece. Todo o
discurso que não está em conformidade com essa “verdade” é considerado falso e
enganador. Ele não faz autocrítica, pois está convencido de que está certo e,
por isso, ele não acredita que outras perspectivas tenham algo de positivo a
oferecer ao seu universo de conhecimento. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O teólogo pensante é alguém que,
assim como o fundamentalista ilustrado, possui acesso à informação, leituras,
conhecimento em vários campos do saber. Entretanto, diferentemente do
fundamentalista, o teólogo pensante é uma pessoa que pensa. Em outras palavras,
ele simplesmente não reproduz ideias, mas também produz ideias. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O teólogo pensante não deseja
defender posições estáticas, mas está em busca da compreensão do que Deus
deseja em relação à humanidade e a toda criação. A Bíblia, os textos da
tradição cristã, o conhecimento produzido pelos vários pensadores na história
do cristianismo não são usados para justificar uma posição estática da fé
cristã diante do mundo seculariazado. Todo esse conhecimento é usado para
ajudar na busca de uma compreensão mais profunda sobre o que o discurso cristão
tem a dizer de significativo para esse nosso tempo.<o:p></o:p></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWIspryGLx49IOIYe2WdNVskTB4do2F8SgjTbyBGAwVb-uIUo1Uo3VQUSmtIbyBFi7QzQyoXLrgSe7QYgujFYZqwxXCV6rDt5aZnHI8MgoHgO7OqimZPqlpY97zJPtv_WRPRCHvxU0Au4/s1600/paisagem.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="195" data-original-width="341" height="182" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWIspryGLx49IOIYe2WdNVskTB4do2F8SgjTbyBGAwVb-uIUo1Uo3VQUSmtIbyBFi7QzQyoXLrgSe7QYgujFYZqwxXCV6rDt5aZnHI8MgoHgO7OqimZPqlpY97zJPtv_WRPRCHvxU0Au4/s320/paisagem.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Esse teólogo pensante não está
buscando segurança nem certezas, pois ele sabe que na vida e na história humana
tudo está ainda em movimento em direção à comunhão plena com Deus. Por isso,
ele aceita correr riscos pensando, produzindo conhecimento, mesmo podendo estar
errado, mas ele sabe que precisa tentar para encontrar as respostas para os
novos desafios que se apresentam diante da mensagem cristã.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O teólogo pensante aceita a
dinâmica da existência e procura compreendê-la para poder manter-se em diálogo,
sem pretensões de dominar ou impor sua posição, consciente de que ele contribui
com seu saber na construção desse imenso caminho que é<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>busca pela Verdade que Deus nos oferece por
meio de sua Revelação.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Ele também aceita as
contradições e impasses que se apresentam no diálogo entre os saberes
teológicos das diferentes tradições religiosas entre si e com outros campos do
saber. Ele sabe que não há respostas prontas ou fáceis para essas dificuldades,
mas isso não o faz fechar-se em seu próprio mundo. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O teólogo pensante está sempre
em busca, animado por uma fé inquieta, que o lança sempre para frente, para
novos horizontes, aprendendo com tudo e todos que vieram antes dele, utilizando
criticamente todo o conhecimento adquirido em vista da produção de novos
conhecimentos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O teólogo pensante não quer
convencer, mas dialogar. Ele não quer só falar, mas também sabe escutar para
aprender com a experiência e o conhecimento produzido pelos outros. Isso não quer
dizer que ele não tem suas posições e convicções, mas não está fechado nelas,
aceitando revê-las e aprofundá-las criticamente na medida em que novos
contextos e saberes se apresentam.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Para o fundamentalista ilustrado
o conhecimento acumulado é a garantia de suas certezas e um instrumento de
defesa diante dos novos contextos que possam se apresentar diante dele. Para o
teólogo ilustrado o conhecimento acumulado é fonte inspiradora para a busca de
novos caminhos de diálogo com os novos contextos atuais, base para produção de
novos saberes, auxílio no processo de discernimento do que Deus está nos
falando nesses novos tempos em que vivemos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Acredito que esses breves
pensamentos podem servir como uma boa provocação para você, cara leitora e caro
leitor, no desejo de que sejamos pensantes e não somente ilustrados, em vista
de um pensamento teológico que seja autenticamente cristão e dinâmico para a
Igreja e para o mundo.<o:p></o:p></div>
<br /></div>
Augusto Líviohttp://www.blogger.com/profile/12620257419100663533noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7799060254312382054.post-77306062485688610292018-07-01T06:00:00.000-03:002018-07-01T06:50:29.057-03:00Paulo, apóstolo de Cristo: um olhar sobre o filme<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzXGG_EFJYDaRXiBY98st5CX4XYP481BEphma2aOYUJY_SiVznUuB9AN7oBSd1oW8Kwae8i7GRPMlHeNH5h26lC2MROrKoVSHoEOdzH-H6GSMPkXBDZ-j4Dchy5X7InD2XjhTMs0D7nWc/s1600/filme-paulo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="378" data-original-width="680" height="177" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzXGG_EFJYDaRXiBY98st5CX4XYP481BEphma2aOYUJY_SiVznUuB9AN7oBSd1oW8Kwae8i7GRPMlHeNH5h26lC2MROrKoVSHoEOdzH-H6GSMPkXBDZ-j4Dchy5X7InD2XjhTMs0D7nWc/s320/filme-paulo.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Tive o prazer de assistir a
algumas semanas atrás o filme que esteve em cartaz no Brasil com o título <i>Paulo,
apóstolo de Cristo</i>.<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-07-01%20Paulo%20ap%C3%B3stolo.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Assim como fiz com o filme sobre Maria Madalena, gostaria de compartilhar com
você que nos acompanha minhas impressões sobre esse filme.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
A história se passa no período
do imperador romano Nero, que governou entre os anos de 54 a 68 d.C.. Mais precisamente,
o filme está ambientado no momento logo após o episódio do incêndio que
destruiu quase metade da cidade de Roma em 64 d.C..<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Nero acusou os cristãos como
causadores do incêndio e incitou uma perseguição na cidade de Roma contra seus
membros. Ele organizou espetáculos no <i>Circus Maximus</i> onde colocava os
cristãos para serem estraçalhados por feras famintas, crucificou outros e
queimava publicamente os cristãos à noite transformando-os em tochas humanas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
É nesse contexto que encontramos
Paulo, já idoso e preso por Nero, aguardando sua execução. Também encontramos o
personagem de Lucas, o “querido médico”, discípulo de Paulo que vem encontra-lo
na prisão. Vários personagens são citados ou tem algum espaço no filme dos
quais conhecemos apenas os nomes ou poucas informações por meio das cartas de
Paulo: o casal Áquila e Priscila, Timótio é citado várias vezes, Pedro também é
citado, Teófilo, entre outros nomes.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O filme apresenta, de modo
fictício, como Lucas teria escrito o livro dos Atos dos Apóstolos. O filme
coloca Lucas conversando com Paulo na prisão, procurando registrar a memória e
o testemunho de sua vida missionária desde sua conversão até sua última viagem
como prisioneiro para Roma.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
É uma narrativa envolvente e que
apresenta os cristãos como um grupo com altos ideais de amor e solidariedade
sendo perseguidos por um sistema cruel e desumano. Também a película tenta
colocar os dilemas morais de como se posicionar diante de tanto sofrimento,
mortes injustas, medo e grandes perdas. Temos na comunidade cristã o conflito
ético e moral entre os defensores de uma mensagem de amor e perdão, de um lado,
e os que acham que deveriam reagir a perseguição e lutar contra o Nero, por
outro lado.<o:p></o:p></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipciZ0SqIZQizRyhxAso3k4GZTpf_reYl-YpJlzpefFRq5vkgjErHvPzqiiPuyXR8nHu_zGMT27h6VDbCu6bzbb3GDhzzckKLV7Nqqdgtsm8GREm9TNC35RgItwEVEGUSyuOyMTqGft6A/s1600/image3-900x472.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="472" data-original-width="900" height="167" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipciZ0SqIZQizRyhxAso3k4GZTpf_reYl-YpJlzpefFRq5vkgjErHvPzqiiPuyXR8nHu_zGMT27h6VDbCu6bzbb3GDhzzckKLV7Nqqdgtsm8GREm9TNC35RgItwEVEGUSyuOyMTqGft6A/s320/image3-900x472.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Cena do filme: Paulo, apóstolo de Cristo</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Não é um filme que traga
polêmicas envolvendo seus personagens principais, ou que faça uma tentativa de
leitura crítica da história do cristianismo desse período. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O que encontramos é um filme com
uma mensagem do tipo edificante, apresentando modelos de fé e de perseverança
diante das dificuldades e sofrimentos. Várias falas do personagem Paulo são
tiradas de suas cartas do Novo Testamento, colocadas dentro de um contexto para
dar um significado mais contundente e reafirmar a figura de Paulo como um
grande apóstolo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O filme não se preocupou em
tratar das tensões entre Paulo e a corrente judaizante dos cristãos, ou
polêmicas em torno de interpretações de alguns de seus textos como, por exemplo, é o caso daqueles que foram considerados
base para uma visão discriminatória em relação às mulheres na Igreja. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O centro do filme é dar ao
telespectador a experiência da beleza da fé cristã, dos seus altos valores
espirituais, da força de sua mensagem.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O que eu poderia dizer de
positivo e de não tão positivo nesse filme?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Positivamente, ele apresenta uma
forte característica do cristianismo nascente que era sua presença junto aos
pobres. Mesmo havendo pessoas ricas que aderiam à fé cristã, a maioria dos
membros da comunidade provinha dos pobres, escravos e camponeses. O filme
apresenta isso de forma idealizada, enfatizando a solidariedade da comunidade
cristã para com os pobres e os que sofrem, porém não deixa de ser algo concreto
essa característica das primeiras comunidades, o que atraiu muito a atenção das
pessoas e gerou muitas conversões.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Outra coisa é o respeito pela
figura de Paulo. Realmente ele ganhou notoriedade entre os cristãos ao ponto de
suas cartas serem lidas e compartilhadas entre as comunidades tornando-se uma
fonte de instrução e orientação. Mesmo o filme não tratando diretamente dessa
questão, fica evidente a importância da palavra de Paulo como fonte de orientação
na vida das comunidades.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Sobre sua morte, o filme
conserva os dados da tradição cristã, já que não temos outras informações.
Porém, também idealiza esse momento, mostrando um Paulo firme e tranquilo, enquanto
seus algozes parecem diminuir diante dele mesmo nesse momento.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O que eu poderia chamar a
atenção para o que considero não tão positivo é justamente a forma idealizada
como Paulo, Lucas e a comunidade são tratados em alguns momentos do filme.
Acredito que isso empobrece a complexidade que era ser cristão naquele contexto
específico. Mesmo as tentativas de criar momentos de crise acabam passando de
forma muito superficial, não fazendo com que se sinta que realmente havia uma
dificuldade significativa, pois facilmente se vislumbrava qual o caminho de
solução que iria ser apresentado no processo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Outro problema é o anacronismo
presente em vários momentos do filme, refletindo nossa compreensão atual da
mensagem cristã e projetando-a para as primeiras comunidades. Ideais que
espiritualizam a mensagem evangélica de modo diferente do que realmente eles provavelmente
pensavam devido o contexto e cultura distintos do nosso. É difícil não projetar
nossos dilemas e interpretação da mensagem de Jesus para dentro do filme, já
que também hoje continuamos a enfrentar sofrimentos, problemas, desafios que
testam o valor e a constância da fé cristã. Porém, entendo que essa projeção empobrece
nossa compreensão de como a fé cristã esteve presente e se desenvolveu nesse
período, fazendo o público acreditar que a mensagem cristã sempre foi entendida
do mesmo modo.<o:p></o:p></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOoE6DEvIA-0Z6XJz-0r6sU9QQq9e4CXKqyzxlK9Pm6E7bPmUlcHmR75Yn1IvHEdFFBKMbkeVKcYmExwq2KQg-5UYifw2UWjAL5yhBxBix3p9Qs70XAw2Gy_V7sbEPuHJ93I7w0t48ReU/s1600/46215.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="310" data-original-width="550" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOoE6DEvIA-0Z6XJz-0r6sU9QQq9e4CXKqyzxlK9Pm6E7bPmUlcHmR75Yn1IvHEdFFBKMbkeVKcYmExwq2KQg-5UYifw2UWjAL5yhBxBix3p9Qs70XAw2Gy_V7sbEPuHJ93I7w0t48ReU/s320/46215.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Cena do filme: Paulo, apóstolo de Cristo</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Por fim, entre os prós e os
contras, considerei essa obra cinematográfica um bom filme. Ele tem momentos
que são tocantes e com uma mensagem positiva de fé e esperança. Vale a pena
assistir para animar em nosso coração o ideal da vida cristã enquanto horizonte
que nos convida a buscar uma vida virtuosa e elevada, que o filme desenha nas
entrelinhas de sua narrativa para seu público. Mesmo não enfrentando de modo
mais realista as contradições da vida cristã em meio aos conflitos e dores da
história, o filme oferece um horizonte para olharmos e afirma que o
cristianismo tem uma mensagem que pode transformar os ser humano, que pode
torna-los melhores, que oferece um caminho para construirmos um mundo mais
fraterno e justo.<o:p></o:p></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<!--[if !supportFootnotes]-->
<br />
<hr size="1" style="text-align: left;" width="33%" />
<!--[endif]-->
<br />
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-07-01%20Paulo%20ap%C3%B3stolo.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Nome: Paulo, Apóstolo de Cristo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
Nome Original: Paul - Apostle of Christ<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
Cor filmagem: Colorida<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
Origem: EUA<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
Ano de produção: 2018<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
Gênero: Religioso, Drama<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
Duração: 108 min<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
Classificação: 12 anos<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
Direção: Andrew Hyatt<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
Elenco: James Faulkner, Jim Caviezel<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Augusto Líviohttp://www.blogger.com/profile/12620257419100663533noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7799060254312382054.post-64122599082948038242018-06-24T06:00:00.000-03:002018-06-24T06:00:07.351-03:00Alguém só é bandido se quiser! (Parte II)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcI2ybqvW8BH9-WdzNF7kfX39oeIPqFd0OoOGonCuVCVwGEsdee2Vi-jipAoBI0gJ8vOxq8P2qsKri6QPqTa8-aqVNE7I-R2Qtj2SFN-VJ9V79sPTB3SJd2-LfejhcZKZS_P8sLdNgj6I/s1600/29_03_2017viacrucisesquivel%255B1%255D.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="680" data-original-width="1024" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcI2ybqvW8BH9-WdzNF7kfX39oeIPqFd0OoOGonCuVCVwGEsdee2Vi-jipAoBI0gJ8vOxq8P2qsKri6QPqTa8-aqVNE7I-R2Qtj2SFN-VJ9V79sPTB3SJd2-LfejhcZKZS_P8sLdNgj6I/s320/29_03_2017viacrucisesquivel%255B1%255D.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Continuando nossa reflexão sobre
o problema da violência e da criminalidade, vamos buscar em Jesus e nos seus
seguidores algumas luzes que nos ajudem a olhar para essa realidade com uma
perspectiva iluminada pelo Evangelho.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Jesus e seus discípulos viviam
dentro do Império Romano num contexto de grande pobreza, injustiças e
exploração. As pessoas reagiam de diversas formas a essa situação, entre essas
reações temos a presença de grupos violentos, bandidos e salteadores, que
procuravam por meio da violência e do crime sobreviver ao sistema do poder
romano.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Jesus viva na periferia, numa
região sofrida pela exploração do Império. Em sua região, na Galileia, eram
comuns grupos revoltosos e bandos de salteadores que atacavam os ricos e as
caravanas de comerciantes dos romanos. Jesus conviveu desde criança com tudo
isso e conhecia bem essa realidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Jesus não entendia que essas
pessoas eram bandidas porque escolheram ser. Ele também não ensinou que se é
bandido ou não por uma questão de caráter. Podemos ver nos ensinamentos de
Jesus uma profunda consciência do drama humano do sofrimento, da luta pela
sobrevivência, das dificuldades concretas da vida que impedem as pessoas de
poder viver com dignidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Jesus ensinou que os valores
“desse mundo” (ou seja, os valores que regiam a vida das pessoas de sua época
marcada pela exploração e pela violência) não podiam ser os valores de seus
seguidores. Porém ele sabia que outros valores não são possíveis de ser
cultivados e vividos pela consciência individual sem uma ajuda externa. Desse
modo, ele forma comunidade, depois essa comunidade se torna Igreja. É criando
um espaço em que se possa viver diferente, descobrir novos horizontes, cultivar
e compartilhar valores éticos e morais, experimentar outra forma estar no mundo
e de construir relações, que Jesus e os seus seguidores promoveram o
enfrentamento desse contexto em que viviam.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Em um episódio do Evangelho,
Jesus se encontrava em uma sinagoga em dia de sábado.<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-06-24%20S%C3%B3%20se%20%C3%A9%20bandido%20por%20escolha%20-%20parte%20II.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> O
sábado era um dia sagrado para os judeus e, por isso, não se podia fazer nenhum
tipo de trabalho ou atividade nesse dia. Jesus vê um homem que tem a mão
atrofiada (seca) e o chama para o meio da sinagoga, em seguida ele pergunta aos
que estão presentes se é lícito ou não fazer o bem no dia de sábado. Como
ninguém tem coragem de responder, pois estão com sua visão de mundo e estrutura
socio-cultural marcadas por um modo de ver esse dia sagrado, Jesus cura o homem
e o despede afirmando uma outra visão que deveria orientar a forma como as
relações entre as pessoas deveriam acontecer. Entretanto, os guardiões do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">status quo</i> se reuniram e começaram a
tramar como poderiam matar Jesus porque ele estava mexendo com a atual
estrutura sócio-cultural-religiosa que eles consideravam a única verdadeira e
adequada para eles.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
É interessante perceber, nos
Evangelhos, que grupos como o dos fariseus (que questionavam e criticavam o
modo como Jesus ensinava, agia e vivia) afirmavam que o povo pobre da Palestina
eram pecadores por não cumprir os mandamentos da Lei de Moises como estava
escrito porque eram preguiçosos, acomodados, infiéis e, por isso, estariam
longe de Deus e de Sua Aliança. Porém, o fato é que o povo pobre da Palestina
não podia cumprir todas as prescrições a Lei Mosaica por estarem empenhados na
busca pela sobrevivência. Eles sofriam com a exploração do Império Romano,
sofriam com o peso das exigências religiosas do Templo que cobrava ofertas e
dízimos que também pesavam na economia das famílias pobres, sofriam com a
criminalidade e violência dos grupos que iam se formando e que provocavam as
autoridades romanas que os reprimiam com violência atingindo
indiscriminadamente os pobres da periferia da Palestina. Há casos de vilas
inteiras que foram destruídas e seus habitantes vendidos como escravos como
forma de reprimir esses grupos revoltosos.<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-06-24%20S%C3%B3%20se%20%C3%A9%20bandido%20por%20escolha%20-%20parte%20II.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <o:p></o:p></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmylVoWG5jOG-chbkxaDuDGK2zP3hIUh4a8MK7TQqCuxRmDPRW7WrHt1dcmTRmStiFfbcJEhyphenhyphen8_AO_0I3-Zv88VNfufhLR2MPOYJYhEKvCDiRcmYlFj4fy_f8CZBUpfKu9DGJ0QnNFDnM/s1600/511467_109459%255B1%255D.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="278" data-original-width="570" height="156" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmylVoWG5jOG-chbkxaDuDGK2zP3hIUh4a8MK7TQqCuxRmDPRW7WrHt1dcmTRmStiFfbcJEhyphenhyphen8_AO_0I3-Zv88VNfufhLR2MPOYJYhEKvCDiRcmYlFj4fy_f8CZBUpfKu9DGJ0QnNFDnM/s320/511467_109459%255B1%255D.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Jesus, com seu grupo, apresentou
outra forma de construir as relações entre as pessoas e, consequentemente, uma
nova perspectiva de estrutura social. Ele mostrou para os pobres da periferia
que Deus estava próximo deles, que o fato de não conseguirem cumprir todas as
normas da Lei de Moisés não os afastava do amor e da bondade de Deus. A
comunidade cristã revolucionou a perspectiva das estruturas de relação social
ao colocar na mesma mesa, partilhando do mesmo pão, escravos e livres, pobres e
ricos, homens e mulheres, pois as relações sociais nessa época não permitiam
esse tipo de convivência. Essa prática dos cristãos era nova e subvertia os valores
e a forma como a sociedade estava estrutura. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Também é interessante destacar
como, na obra de Flávio Josefo,<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-06-24%20S%C3%B3%20se%20%C3%A9%20bandido%20por%20escolha%20-%20parte%20II.docx#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> os
grupos de resistência ao Império Romano são descritos. Josefo coloca todos no
“mesmo saco” classificando-os como bandidos e salteadores. Uma interpretação
típica de quem se encontra em uma classe social diferente da classe social de
onde nascem esses grupos e movimentos. Ele olha do ponto de vista da elite de
seu tempo que vê nesses grupos uma ameaça ao seu poder, por isso os classifica
todos como bandidos e criminosos. Esses grupos perturbam a ordem social que
lhes é favorável, assim sendo, precisavam ser violentamente eliminados. Josefo
junta grupos realmente criminosos que existiam com os movimentos de revolta
contra o controle do Império Romano. Isso me recorda como hoje uma certa classe
social tem disseminado um discurso parecido, criminalizando as pessoas e grupos
que defendem aqueles que vivem nas periferias como se fossem “defensores de
bandidos”. Colocam no “mesmo saco” os grupos e facções criminosas, que se
instalaram e dominam as periferias de nossas cidades, e os defensores dos
direitos humanos, as associações de moradores, movimentos sociais e movimentos
contra a discriminação racial e de gênero etc. Isso se dá pela mesma causa que
no tempo de Jesus: os que se beneficiam da atual situação não querem que as
estruturas sociais, econômicas, políticas e religiosas sejam mexidas. É mais
confortável para essa classe que as coisas se mantenham assim, por isso
alimentam esse discurso na nossa cabeça e a gente acaba repetindo sem refletir:
“a pessoa é bandida porque quis ser”. Desse modo, desviam nosso olhar para
longe das verdadeiras causas da criminalidade e violência. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Hoje, nós que nos apresentamos
como seguidores de Jesus de Nazaré, precisamos aprender com ele que o caminho
de enfrentamento do crime e da violência não está em simplesmente culpar o
criminoso por sua “escolha” por uma vida criminosa, mas está em mudar as
estruturas que geram as condições para que pessoas se tornem criminosas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Precisamos não nos conformar com
este mundo<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-06-24%20S%C3%B3%20se%20%C3%A9%20bandido%20por%20escolha%20-%20parte%20II.docx#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
(com esta realidade que nos cerca). Precisamos ser promotores de espaços que
permitam as pessoas ampliarem seus horizontes, perceberem valores diferentes
dos valores do mercado capitalista, espaços que não se limitem a nossas
sacristias, mas que se dirijam para as estruturas sociais que tem gerado uma
distância cada vez maior entre ricos e pobres.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Não há como esperar mudança
concreta em nossa realidade de violência por meio de uma simples decisão
pessoal, de uma escolha moral, sem levar em conta o conjunto de fatores sociais
e estruturais que estão presentes nesse processo de escolha. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Ninguém é bandido simplesmente
porque quer! Se fosse assim a palavra “conversão”, tão cara ao cristianismo,
cairia no vazio voluntarista de uma escolha pessoal, ao invés de ser a
experiência de descoberta de um novo horizonte com outros valores que permitem
a pessoa vislumbrar que uma vida diferente é possível e que vale a pena lutar
por ela. E mais! Que vale a pena lutar não somente para si mesma, mas para
todas as pessoas. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Desde Jesus, que comia com os
pecadores, até seus seguidores com a partilha igualitária do pão ao celebrar a
memória de Jesus, abriu-se um novo horizonte de vida e de valores para as
pessoas, mostrando que é possível uma forma diferente de convivência, que
podemos mudar uma situação que gera violência e criminalidade por meio de novas
estruturas sociais que criem relações sociais mais justas, fraternas, humanas.
Aprendamos com a vida e a práxis de Jesus a olhar para além das aparências e
dos discursos rasos e simplistas que nos impedem de nos comprometermos com a
construção de um mundo no qual todas as pessoas possam viver com dignidade,
segundo o desejo de Deus que Jesus tão bem expressou: “Eu vim para que todos
tenham vida, e a tenham em abundância”.<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-06-24%20S%C3%B3%20se%20%C3%A9%20bandido%20por%20escolha%20-%20parte%20II.docx#_ftn5" name="_ftnref5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<!--[if !supportFootnotes]-->
<hr size="1" style="text-align: left;" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-06-24%20S%C3%B3%20se%20%C3%A9%20bandido%20por%20escolha%20-%20parte%20II.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Cf. Mc 3,1-6.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-06-24%20S%C3%B3%20se%20%C3%A9%20bandido%20por%20escolha%20-%20parte%20II.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Um interessante estudo sobre esse contexto pode ser encontrado em STEGEMANN, E.
W.; STEGEMANN, W. <b>História social do protocristianismo</b>: os primórdios no
judaísmo e as comunidades de Cristo no mundo mediterrâneo. São Leopoldo: Sinodal;
São Paulo: Paulus, 2004.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-06-24%20S%C3%B3%20se%20%C3%A9%20bandido%20por%20escolha%20-%20parte%20II.docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Flávio Josefo, ou apenas Josefo foi um historiador e apologista judaico-romano,
descendente de uma linhagem de importantes sacerdotes e reis, que registrou <i style="mso-bidi-font-style: normal;">in loco</i> a destruição de Jerusalém, em 70
d.C., pelas tropas do imperador romano Vespasiano, comandadas por seu filho
Tito, futuro imperador. As obras de Josefo fornecem um importante panorama do
judaísmo no século I.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
Suas duas obras mais importantes são <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Guerra dos Judeus</i> e Antiguidades
Judaicas. A primeira é fonte primária para o estudo da revolta judaica contra
Roma (66-70 d.C.), enquanto a segunda conta a história do mundo sob uma
perspectiva judaica. Estas obras fornecem informações valiosas sobre a
sociedade judaica da época, bem como sobre o período que viu a separação
definitiva do cristianismo do judaísmo e as origens da dinastia flaviana, que
reinou de 69 a 96 d.C.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn4" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-06-24%20S%C3%B3%20se%20%C3%A9%20bandido%20por%20escolha%20-%20parte%20II.docx#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
“Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso
espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o
que lhe agrada e o que é perfeito.” (Rm 12,2).<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn5" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-06-24%20S%C3%B3%20se%20%C3%A9%20bandido%20por%20escolha%20-%20parte%20II.docx#_ftnref5" name="_ftn5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Cf. Jo 10,10.<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Augusto Líviohttp://www.blogger.com/profile/12620257419100663533noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7799060254312382054.post-32647594634867468882018-06-17T06:00:00.000-03:002018-06-17T06:00:16.199-03:00Alguém só é bandido se quiser! (Parte I)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkv91VxJsS2N-5YoYSAIwAWy5LNkcA79IvFpM61bCRUIKjyCI4PAjxW519U6kFXd1iAVGUJcZD6lhcpO1Cu-OAQoGjnKil8w_4XCy_5PwDMCF4h5wKRXbuyfv7vk87ScXKRWPkKqFuJjA/s1600/shutterstock_276556586-752x501%255B1%255D.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="501" data-original-width="752" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkv91VxJsS2N-5YoYSAIwAWy5LNkcA79IvFpM61bCRUIKjyCI4PAjxW519U6kFXd1iAVGUJcZD6lhcpO1Cu-OAQoGjnKil8w_4XCy_5PwDMCF4h5wKRXbuyfv7vk87ScXKRWPkKqFuJjA/s320/shutterstock_276556586-752x501%255B1%255D.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Vivemos em tempos de respostas
prontas para problemas complexos. Existem pessoas que realmente acreditam que
alguém só é bandido porque escolheu ser bandido. Típico pensamento marcado pelo
subjetivismo e pelo individualismo modernos que reduzem a realidade aos
indivíduos, negando as questões sociais e de classe, como se as pessoas todas
gozassem das mesmas condições e oportunidades, dos mesmos benefícios e
vantagens, vivendo em um mundo e uma sociedade onde todos são iguais desde o
berço.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Desse modo, a única explicação
para alguém se tornar um criminoso seria sua livre escolha. A pessoa se
tornaria um bandido porque assim quis. “Eu passei dificuldades na vida, mas
nunca pensei em ser bandido”, afirma alguém que toma como parâmetro de medida e
de análise sua vida pessoal, como se ela fosse modelo padrão para se
compreender e explicar os motivos que levam alguém a se tornar um criminoso.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Essa atitude, infelizmente, é
muito comum porque todos nós tendemos a partir de nós mesmo e de nossas
experiências pessoais para julgar o que as outras pessoas pensam, sentem,
escolhem etc.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O grave problema dessa postura é
reduzir a questão da violência, da criminalidade, do crescimento dos grupos e
facções criminosas, a uma simples escolha livre e consciente de cada pessoa.
Partindo desse diagnóstico, a solução lógica pareceria ser simplesmente
“acabar” com essas pessoas, já que elas escolheram esse caminho. Não podemos
impedi-las a não ser fazendo com que essas pessoas deixem de existir. Uma vez
que elas não existam mais, o problema estará resolvido. Quem sabe a “pena de
morte” seja a solução!? Afinal, elas escolheram ser bandidas!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
“Por que não foram estudar e se
esforçaram para vencer na vida como eu?” <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
“Elas são pobres porque não tem
coragem para trabalhar e acham mais fácil roubar.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
“Veja o caso de FULANO! Ele era
catador de lixo e hoje é empresário, venceu na vida! Se ele conseguiu todos
podem conseguir!”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
“Se pobreza fosse causa de
violência e de crime países pobres como a Índia e regiões da África seriam
campeões de violência e isso não acontece.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
“Ser honesto ou não é questão de
caráter, não tem nada a ver com pobreza ou classe social.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Frases como essas são repetidas
como “mantras” de sabedoria em discursos, postagens nas redes sociais, em
conversas animadas em um bar ou na sacristia de nossas igrejas. Entretanto, o
problema é muito mais complexo e as respostas não são tão simples assim. Eu e
minha história de vida pessoal não são a “medida da verdade” que pode servir de
resposta para todos. Mesmo os valores que orientam meu grupo religioso não
estão livres dos limites interpretativos de meu tempo e de minha cultura para
responder ao desafio que enfrentamos da violência e da criminalidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Sobre este tema quero deixar
clara minha posição, e o que eu penso é: NÃO!!!! Uma pessoa não se torna
bandida simplesmente (ou somente) porque escolheu ser! Afirmo mais ainda! Sem
excluir a possibilidade da escolha, que sempre estará presente em algum nível
do processo, uma pessoa entra no caminho da criminalidade por uma complexa
inter-relação de fatores que não só contemplam a questão da escolha, mas que
também limitam essa capacidade de escolha e até mesmo roubam-lhe essa
capacidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Outra questão presente é que ao
se falar de violência e de criminalidade temos diante de nossos olhos,
geralmente, os pobres. Pensamos em assaltantes, gangues, traficantes nas
periferias, mas não pensamos em crime e violência nascidos e praticados nos
meios sociais dos ricos e poderosos, que geram um tipo de violência que não
chama a atenção nas estatísticas policiais porque é mais sutil, porém
profundamente perversa e danosa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O interessante é que esse tipo
de discurso de que se é bandido porque quer, porque é preguiçoso etc,
normalmente acontece partindo dessa classe abastada e referindo-se as classes
pobres, culpabilizando os pobres por sua condição de pobreza e pelo quadro de
violência que estamos vendo em nossa sociedade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Como essa temática é muito
complexa e não é possível discutí-la com toda profundidade que ela mereceria em
uma postagem de um blog, quero partir das frases que colocamos acima e oferecer
outros elementos para nossa reflexão.<o:p></o:p></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicKk2FR1Wdj9UYlk6OlgQJCuMkBGd_7eZtwPkg1APjZxKUmkcgPvJTGxoAMfreuO17baWtZef9PHGGV_z-7T5lIRQliu4NCE2d9neud_hQf9ERcQQZofIEZ_Ye_CBe5ETAiLAzI-2bnoU/s1600/HTG30U75.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="465" data-original-width="800" height="186" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicKk2FR1Wdj9UYlk6OlgQJCuMkBGd_7eZtwPkg1APjZxKUmkcgPvJTGxoAMfreuO17baWtZef9PHGGV_z-7T5lIRQliu4NCE2d9neud_hQf9ERcQQZofIEZ_Ye_CBe5ETAiLAzI-2bnoU/s320/HTG30U75.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">“Por que não foram
estudar e se esforçaram para vencer na vida como eu?” <o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
A educação é fundamental para abrir
portas e ampliar horizontes na vida das pessoas. Todos concordam que a educação
é o caminho para vencer o problema da pobreza e da violência. Entretanto, nossa
estrutura social no Brasil criou um sistema educacional de “primeira classe” e
de “segunda classe”. Quem tem dinheiro para colégios particulares tem acesso a
uma educação de “primeira classe”. O sistema público de educação, ao qual os
pobres tem acesso, vem sendo sucateado à décadas. Uma criança dentro desse
sistema não tem os mesmos recursos e estímulos que as escolas particulares
oferecem. Desse modo, veem-se limitadas em seu horizonte de possibilidades, de
sonhos, se tornando mais vulneráveis as seduções do mundo do crime. O mundo do
crime é, para essas crianças e jovens, em muitos casos, o único mundo que elas
conhecem que pode lhes oferecer dinheiro, prestígio e poder. Por isso eu
pergunto, será que simplesmente a pessoa escolheu ser criminosa? Será que
tantos fatores não estão presentes nesse processo?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">“Elas são pobres
porque não tem coragem para trabalhar e acham mais fácil roubar.”<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O mercado de trabalho é um mundo
de possibilidades, mas também tem suas exigências para acolher a mão de obra
disponível. Em um sistema no qual as pessoas não estão capacitadas, sem acesso
a uma educação familiar e escolar adequadas, muitos vão sendo excluídos desse
mercado. Uma economia que valoriza o mercado especulativo ao invés de investir
nos processos de produção (que geram empregos de verdade!) provoca o fechamento
de postos de trabalho e o desemprego aumenta rapidamente. O desespero pode
levar as pessoas a escolherem o caminho do crime como uma possibilidade para
sobreviver. Não adiante pegar um exemplo isolado de FULANO, quando o quadro
geral é outro. O exemplo isolado, infelizmente, é uma exceção não é a regra. A
regra é o espaço que se abre para a possibilidade do crime como meio de
sobreviver. Outro problema é que jovens acabam entrando por esse caminho e o
adotam como meio de vida, sem nem pensar em outra possibilidade, por ser o meio
que lhes oferece “retorno rápido”. Isso é consequência de um conjunto de
fatores que lhes fez enxergar essa forma de vida como um valor, como uma coisa
“boa”, não como um problema.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">“Se pobreza fosse
causa de violência e de crime países pobres como a Índia e regiões da África
seriam campeões de violência e isso não acontece.”<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Dois pontos precisam ser
esclarecidos. Primeiro, existe muita violência nesses países, entretanto, essa
violência tem natureza diferente da que experimentamos aqui no Brasil. É
preciso olhar as estatísticas junto com os dados sociais da pobreza, das
mortes, das relações sociais de classe e gênero, aí veremos um quadro de
violência infelizmente grave também nesses países. O segundo ponto passa por
elementos culturais. Nesses países certos valores presentes nas relações
sociais limitam alguns tipos de violência que parecem ser mais comuns entre
nós. Para dar um exemplo, na Índia a religião predominante é o hinduísmo.
Dentre os valores religiosos e sociais que essa religião ensina está o sistema
de “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">castas</i>” por meio do qual se
explica porque algumas pessoas são ricas e outras pobres. Desse modo,
justificam-se as desigualdades sociais por meio de um discurso
religioso-cultural, promovendo um certo “conformismo” que limita a
criminalidade. Nós, aqui no Brasil, não temos esse sistema.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Nossos valores são marcados pela cultura
capitalista ocidental que ensina que a pessoa vale pelo que ela possui.
“Consumo, logo existo!” Por isso, se quero me sentir alguém, se quero existir,
preciso consumir, preciso possuir e, para isso, o crime se torna, para muitos,
um meio para esse fim. Um contexto social de pobreza crescente, que exclui
desse mundo de consumo milhares de pessoas, abre espaço para o caminho do crime
como meio para que se possa conseguir “consumir” o que o capitalismo ensina,
repetidamente pelo pesado sistema de propaganda, que é o “bom”, o que traz
“felicidade”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">“Ser honesto ou não é
questão de caráter, não tem nada a ver com pobreza ou classe social.”<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Realmente os valores que
carregamos e que orientam nossa vida passam pelo nosso caráter.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Porém, onde o nosso caráter se forma? Como
ele é formado? Porque essa frase parece partir do pressuposto de que o caráter
é algo que recebemos pronto, definido, pré-estabelecido. Na verdade, nosso
caráter se forma dentro de uma complexa relação entre os estímulos externos que
recebemos desde nossa infância (criação familiar, amigos, educação, meio de
convívio social, religião, informações pelos meios de comunicação etc) e a
forma como nossa estrutura subjetiva recebe, filtra, interpreta, significa,
objetiva, define todos esses estímulos e os exterioriza na vida prática. É essa
complexidade que nos permite entender como pessoas em situação de pobreza
conseguem manter seus valores morais e, mesmo sofrendo, não seguir por um
caminho de violência e de crimes. Assim como podemos entender também como
pessoas ricas e abastadas abusam de seu poder exploram, roubam e geram a morte
de centenas de pessoas para satisfazer sua ganância. O caráter é marcado por
essa complexidade de elementos. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 42.55pt;">
Uma pessoa que entra em uma vida
de crime e violência não o faz por uma simples escolha moral, por uma “falta de
caráter”, como se ela vivesse em uma redoma de vidro e com uma consciência clara
e límpida dissesse “quero ser bandido”. Tratando especificamente dos pobres, infelizmente
estes estão sujeitos ao caminho do crime e da violência por já iniciarem suas
vidas em uma classe socialmente condenada à desestruturação familiar e social.<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-06-17%20S%C3%B3%20se%20%C3%A9%20bandido%20por%20escolha%20-%20parte%20I.docx#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Estes estão mais vulneráveis por crescerem em famílias que não tem como lhes
oferecer educação com qualidade, referenciais de valores, devido à prioridade
da luta pela sobrevivência. Crianças crescem sem uma presença mais afetiva e
efetiva dos pais que passam o dia fora tentando botar comida na mesa (na
maioria das vezes somente a mãe porque o pai geralmente está ausente ou é
desconhecido). Desse modo, essas crianças já crescem a mercê de todo tipo de
violência que elas podem sofrer e/ou, com o tempo, aprender a causar aos outros
como meio para viver.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 42.55pt;">
No Novo Testamento parece que
Jesus e os primeiros cristãos tinham uma perspectiva interessante sobre essa
situação. Vamos continuar essa reflexão falando um pouco mais sobre isso na
próxima semana!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
</div>
<div>
<!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-06-17%20S%C3%B3%20se%20%C3%A9%20bandido%20por%20escolha%20-%20parte%20I.docx#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Uma análise muito interessante sobre a forma como as desigualdades sociais
foram estabelecidas no Brasil e como elas tem se perpetuado pode ser lida na
obra <i>A ralé brasileira</i>, de Jessé Souza.<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
</div>
Augusto Líviohttp://www.blogger.com/profile/12620257419100663533noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7799060254312382054.post-27704834473845313872018-06-10T06:00:00.000-03:002018-06-10T06:00:00.886-03:00A saga de Maria Madalena<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiv7LqZCEXkipriIIo4QxPkownTAXa42hmHiKJT3s4hHAnddh1RFl8DtErUjUs2fdBQDZEx_ekAMLMNzZDpr2hLnUY9lQu0bjLDsrTO_pMc3aE7RairJexaRK31WLvlW2jxUCd95H4jbV4/s1600/5445593.jpg-r_1280_720-f_jpg-q_x-xxyxx.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="487" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiv7LqZCEXkipriIIo4QxPkownTAXa42hmHiKJT3s4hHAnddh1RFl8DtErUjUs2fdBQDZEx_ekAMLMNzZDpr2hLnUY9lQu0bjLDsrTO_pMc3aE7RairJexaRK31WLvlW2jxUCd95H4jbV4/s320/5445593.jpg-r_1280_720-f_jpg-q_x-xxyxx.jpg" width="216" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Cartaz do filme</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Há alguns meses atrás fui assistir
ao filme “Maria Madalena”.<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-06-10%20A%20saga%20de%20Maria%20Madalena.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Eu
tinha expectativas de que a película fosse trazer alguma coisa das teorias e
elementos das pesquisas sobre a figura dessa mulher tão importante na história
do cristianismo nascente. Confesso que o filme não conseguiu preencher bem essas
expectativas, porém ele ainda é um bom filme com muitos elementos interessantes
e provocações por parte do olhar do diretor, que nos apresentam uma visão
diferente sobre Maria Madalena.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Nessa postagem não pretendo dar <i style="mso-bidi-font-style: normal;">spoliers </i>do filme, mas comentarei
algumas coisas que vi nele. Desejo compartilhar aqui algumas das minhas
impressões fazendo ligação com algumas questões teológicas que considero
interessantes. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
A figura de Maria Madalena (ou <i style="mso-bidi-font-style: normal;">de Magdala</i>) despertou curiosidades e
interesses em vários momentos da história. Ela é citada nos Evangelhos, em
textos apócrifos, textos gnósticos e existem lendas em torno de sua pessoa. Por
causa disso, muitas “teorias da conspiração” surgiram, como é o caso do que Down
Brown utiliza como base para seu romance de suspense policial “O Código Da
Vinci”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Uma informação erroneamente
difundida entre os cristãos é que Maria Madalena teria sido uma prostituta que
foi perdoada por Jesus e, depois, se tornou sua seguidora. Entretanto, a
classificação dela como prostituta foi um erro de interpretação que acabou por
se tornar senso comum. Quando isso teria ocorrido não sei dizer com precisão,
pois isso vem desde o início da idade média.<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-06-10%20A%20saga%20de%20Maria%20Madalena.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O filme resgata o que a exegese
moderna tem afirmado com tranquilidade: Maria Madalena foi uma seguidora de
Jesus de Nazaré, que o acompanhou até sua morte na cruz e que se tornou a
primeira testemunha de sua ressurreição. Sobre a sua vida antes do seguimento
de Jesus, os evangelhos apenas dizem que Jesus a teria libertado de “sete
demônios”.<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-06-10%20A%20saga%20de%20Maria%20Madalena.docx#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Contudo, o filme também traz
adaptações que são próprias de uma narrativa cinematográfica para falar de como
Jesus e Madalena se encontraram e de como ela se tornou sua discípula.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Vários elementos me chamaram a
atenção na narrativa do filme. <o:p></o:p></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitp3fGOvaEKVmTtSocxwopAEbP4HGS_tXuv3i7yBGK9zJwHmxY1oFfS2D9dY2oheo0KpO61QH4vIh-VgP74qd-cos9ZjKNLgZh9NW1UhNluCDhzIj8M7iVqUv0g03uDafKIbhRQ5e6SCI/s1600/1353053.jpg-r_1280_720-f_jpg-q_x-xxyxx.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1080" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitp3fGOvaEKVmTtSocxwopAEbP4HGS_tXuv3i7yBGK9zJwHmxY1oFfS2D9dY2oheo0KpO61QH4vIh-VgP74qd-cos9ZjKNLgZh9NW1UhNluCDhzIj8M7iVqUv0g03uDafKIbhRQ5e6SCI/s320/1353053.jpg-r_1280_720-f_jpg-q_x-xxyxx.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Jesus conversa com Judas<br />
Cena do filme Maria Madalena</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
A apresentação de Jesus como um
discípulo de João Batista, conhecido pelas pessoas como um “curador”, uma
espécie de mestre andarilho que ensinava e fazia curas, que batizava e chamava
as pessoas à conversão, e que anunciava a vinda do Reino de Deus. Essa
caracterização, a meu ver, não é o que nossa piedade religiosa costumeiramente
pensa sobre Jesus, mas é bem verossímil. Basta estudar melhor o ambiente da
Palestina do século I para ver que Jesus era visto como “mais um” pregador
entre outros que havia em seu tempo, alimentando a esperança do povo de que
Deus mudaria sua situação de opressão sob o domínio do Império Romano.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Uma diferença entre Jesus e
alguns dos movimentos que existiam em seu tempo é que ele não buscava uma
revolução armada, mas acreditava e ensinava que Deus poderia mudar a situação
se as pessoas mudassem (conversão), pelo amor, pelo serviço, pela busca da
justiça conforme o “coração” de Deus.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Os discípulos também me
pareceram bem verossímeis: não entendiam bem o que Jesus ensinava, tinham
dúvidas de como as coisas iriam acontecer, acreditavam num Reino fruto de um levante
do povo contra os Romanos, acreditavam que Jesus seria um profeta ou o próprio
messias prometido a Israel.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Agora, sobre a figura de Maria
Madalena, temos uma mistura de elementos do Novo Testamento com elementos da
literatura apócrifa e a interpretação do diretor. Como não temos muitas
informações sobre essa personagem no texto bíblico, era de se esperar que as
lacunas fossem preenchidas com outras fontes.<o:p></o:p></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlwBr14jEGZwIKSPfeHT2dOXJlCbZkQkxUpglbOXEPLFx8Ks2AxKdX_uBIO891freWxDxrpy3kdAuW13USgFyu0sRFTPB7a7TI4I1xSuAthu1pySdqH783WNq1EJEla6avIsJEkSAvR9w/s1600/1309303.jpg-r_1280_720-f_jpg-q_x-xxyxx.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1080" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlwBr14jEGZwIKSPfeHT2dOXJlCbZkQkxUpglbOXEPLFx8Ks2AxKdX_uBIO891freWxDxrpy3kdAuW13USgFyu0sRFTPB7a7TI4I1xSuAthu1pySdqH783WNq1EJEla6avIsJEkSAvR9w/s320/1309303.jpg-r_1280_720-f_jpg-q_x-xxyxx.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Batismo de Maria Madalena<br />
Cena do filme Maria Madalena</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Claramente há a presença de uma
teologia feminista,<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-06-10%20A%20saga%20de%20Maria%20Madalena.docx#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
que é um ramo da teologia que procura resgatar a figura feminina dentro da
tradição bíblica. Essa teologia faz a critica da leitura patriarcal do texto
bíblico e procura identificar os elementos da Revelação que manifestam o
projeto de Deus em relação às mulheres. Achei isso muito positivo, pois esse
ramo da pesquisa teológica defende a tese de que Maria Madalena teria tido mais
importância no cristianismo nascente do que é possível perceber nos Evangelhos.
Essa pesquisa chama a atenção para o fato de alguns Evangelhos colocar Madalena
como primeira testemunha da ressurreição de Jesus, pois isso vai contra a
tendência da cultura patriarcal judaica que não considerava a mulher como uma
pessoa autônoma, sendo ela totalmente dependente do homem. Desse modo,
poderíamos supor que ela realmente teria um papel importante no cristianismo
primitivo. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Ao procurar mostrar a
proximidade entre Madalena e Jesus, o filme evitou acertadamente entrar nas
teorias de que eles seriam um casal, de que ela teria sido companheira de Jesus,
pois isso só criaria polêmica tirando a atenção dela e colocando a atenção na
pessoa de Jesus. Se o objetivo é falar de Madalena, de sua história, essa
perspectiva não ajudaria em nada, inclusive porque é uma teoria sem muita
sustentação plausível. Porém, o filme segue alguns textos apócrifos para
desenvolver sua figura como uma discípula fiel e próxima de Jesus.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Gostaria de destacar, agora,
dois aspectos que não me agradaram no filme.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O primeiro aspecto, talvez
consequência do uso de fontes gnósticas, é uma imagem de Jesus e de seu projeto
como algo meramente espiritual, que visa atingir as pessoas no seu “coração”,
sem preocupação social e política. Madalena acaba sendo apresentada como o
modelo do “discípulo que entendeu” a mensagem de Jesus nessa perspectiva
espiritualista da vida e da mensagem dele, enquanto os demais discípulos seriam
representantes da “errônea visão” política e social do significado de Jesus. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Assim, o filme acaba caindo num
maniqueísmo de extremos que não ajudam no que se refere à compreensão da
mensagem do Evangelho de Jesus, além de deixar uma perspectiva negativa para a
figura de Madalena (isso na perspectiva teológica de modelo de discípulo).
Nesse sentido o filme acaba tendo também um tom anacrônico, pois essas
perspectivas do modo como aparecem no filme se parecem mais com os problemas
interpretativos atuais que enfrentamos na discussão teológica do que com os
dilemas próprios da época de Jesus.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O segundo elemento é que o filme
se preocupou em enfocar a história de Madalena na sua relação com Jesus como
discípula, deixando de lado outros temas interessantes que poderiam ter sido
tratados sobre a história dela. O filme não se interessou em aproveitar algumas
teorias que afirmam que Maria Madalena teria sido uma líder e uma apóstola
ativa após a páscoa de Jesus, ou a lenda que afirma que ela teria ido até o sul
da França e lá teria evangelizado e vivido em uma gruta que, hoje, é um
santuário dedicado a ela. Confesso que senti falta de alguns desses elementos
que poderiam provocar nossa imaginação sobre essa figura singular nos
Evangelhos e provocar uma boa discussão sobre o papel da mulher na comunidade
cristã primitiva.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcHN1jQDJmRTasSQCp_FmS6lhUpEn3RZtmsRkOeWUP21xNCfSXW6dFObtQjGPrpiy2US7e0Cq7jaqJr_VIEIBNZNxh9C1fDLo0UjidVIuv2h2ybckmJtfq-LxP3kT0_V-Rd5DICv5VCcs/s1600/Trailer-internacional-de-Maria-Madalena.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="800" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcHN1jQDJmRTasSQCp_FmS6lhUpEn3RZtmsRkOeWUP21xNCfSXW6dFObtQjGPrpiy2US7e0Cq7jaqJr_VIEIBNZNxh9C1fDLo0UjidVIuv2h2ybckmJtfq-LxP3kT0_V-Rd5DICv5VCcs/s320/Trailer-internacional-de-Maria-Madalena.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Madalena<br /> Cena do filme Maria Madalena</td></tr>
</tbody></table>
Depois desse nosso comentário,
minha avaliação é que esse é um bom filme. Vale a pena assisti-lo e deixar-se
provocar por sua visão sobre Maria Madalena. Em uma sociedade patriarcal do
século I, Maria Madalena nos aponta para um elemento profundamente
revolucionário presente no cristianismo primitivo: as mulheres como membros
ativos da comunidade e também como responsáveis pelo anúncio do Evangelho como
missionárias.<o:p></o:p></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<!--[if !supportFootnotes]-->
<br />
<hr size="1" style="text-align: left;" width="33%" />
<!--[endif]-->
<br />
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-06-10%20A%20saga%20de%20Maria%20Madalena.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Caso haja interesse, deixo aqui a ficha técnica do filme:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "symbol"; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><b>Título original:</b> Mary Magdalene<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "symbol"; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><b>Nacionalidade:</b> Reino Unido<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "symbol"; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><b>Gêneros:</b> Histórico, Biografia, Drama<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "symbol"; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><b>Ano de produção:</b> 2017<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "symbol"; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><b>Estréia:</b> 22 de março de 2018<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "symbol"; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><b>Direção:</b> Garth Davis<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "symbol"; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><b>Roteiro:</b> Helen Edmundson, Philippa
Goslett<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "symbol"; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><b>Produção:</b> Iain Canning, Emile
Sherman, Liz Watts<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "symbol"; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><b>Música:</b> Hildur Guðnadóttir, Jóhann
Jóhannsson<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "symbol"; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><b>Fotografia:</b> Greig Fraser<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "symbol"; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><b>Editor:</b> Alexandre de Franceschi,
Melanie Oliver<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "symbol"; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><b>Direção de arte:</b> Cristina Onori<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "symbol"; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><b>Distribuição:</b> Universal Pictures<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-06-10%20A%20saga%20de%20Maria%20Madalena.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
O mais provável é que tenha sido São Gregório Magno quem a considerou como uma
prostituta ao identificá-la como a "pecadora" de Lucas 7,36 – 8,3. A
interpretação se tornou senso comum sendo ainda difundida hoje em dia.
Entretanto, a exegese moderna já comprovou que essa interpretação está errada.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-06-10%20A%20saga%20de%20Maria%20Madalena.docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
cf. Mc 16,9; Lc 8,2.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn4" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-06-10%20A%20saga%20de%20Maria%20Madalena.docx#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Indico uma breve explicação sobre o tema em LIBÂNIO, J. B.; MURAD, Afonso. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Introdução à teologia</b>: perfil, enfoques
e tarefas. <span style="font-size: 9.0pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">5ª ed. São</span>
Paulo: Loyola, p. 255-258.</div>
</div>
</div>
</div>
Augusto Líviohttp://www.blogger.com/profile/12620257419100663533noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7799060254312382054.post-32887244059362320352018-06-03T06:00:00.000-03:002018-06-03T06:00:01.797-03:00“Teologia Oficial” x Teologia da Libertação: um embate hermenêutico!<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1nZZdEJz_PMoGH1Pci0jzMKn_5fod5156f-mS0r5LrKRY30xA5H-eLFK-l-xuGMszWeB9_-lBbSGX6yQ8mxbA14bTO-LVMB1RF3a9t5AO7sxLLi4Oj-hqCF8Y8T8pWiGVlWT1KiXw_e8/s1600/vaticano+II.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="341" data-original-width="341" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1nZZdEJz_PMoGH1Pci0jzMKn_5fod5156f-mS0r5LrKRY30xA5H-eLFK-l-xuGMszWeB9_-lBbSGX6yQ8mxbA14bTO-LVMB1RF3a9t5AO7sxLLi4Oj-hqCF8Y8T8pWiGVlWT1KiXw_e8/s320/vaticano+II.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Concílio Ecumênico Vaticano II</td></tr>
</tbody></table>
Existe uma discussão no meio
teológico movida por questões de compreensão e interpretação da mensagem da
Revelação cristã. Ela coloca em oposição dois discursos teológicos em que
temos, de um lado, uma chamada “teologia oficial”<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/18-03-2018%20Teologia%20Oficial%20x%20Teologia%20da%20Liberta%C3%A7%C3%A3o.docx#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></a>
que apresentaria o verdadeiro ensinamento sobre a fé cristã por acreditar-se
fundamentada na Tradição e no Magistério da Igreja. No outro lado está a
chamada “teologia da libertação” que seria uma reflexão teológica marginal,
cheia de erros porque estaria fundamentada em uma ideologia
marxistas-comunista, que desprezaria as verdades fundamentais da fé cristã para
colocar no centro a luta de classes e a revolução social.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Muitas pessoas, especialmente
nas redes sociais, fazem postagens com críticas à teologia da libertação em
nome da “teologia oficial” que seria a verdadeira teologia. Porém, seriam as
coisas assim tão claras? Seria mesmo a teologia da libertação uma falsa
teologia, corruptora da fé cristã?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Eu tenho como princípio que todo
discurso religioso e, consequentemente, teológico acontece dentro de um
processo hermenêutico. É partindo desse princípio que quero desenvolver essa
nossa conversa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
A “teologia oficial” é assim
chamada por ser o discurso teológico que se tornou normativo para a comunidade
de fé que é a Igreja. Ele se tornou normativo porque, após as experiências
vividas e os frutos experimentados, a comunidade de fé reconheceu nele um valor
que ajuda a viver de modo positivo a vida cristã. Entretanto, essa “teologia oficial”
nunca foi estática, mas passou e continua passando por um processo de
amadurecimento, de atualização, de revisão, de purificação, como diz o
documento do Concílio Vaticano II sobre a Igreja, Lumen Gentium n. 8,<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/18-03-2018%20Teologia%20Oficial%20x%20Teologia%20da%20Liberta%C3%A7%C3%A3o.docx#_ftn2" name="_ftnref2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></a> ao
falar da própria Igreja, sendo uma teologia sempre necessitada de reforma, de
revisão, porque é feita por homens e mulheres pecadores, limitados, que não são
capazes de esgotar todo o conteúdo da Revelação.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Do mesmo modo, a Teologia da
Libertação é um discurso teológico que passa pelo mesmo processo da “teologia oficial”.
Ela propõe uma maneira de fazer teologia que parte da realidade de exclusão e
de morte em que vivem milhões de pessoas, em busca de uma vivência da fé cristã
que não ignore essa realidade, mas assuma uma práxis transformadora à luz da
Revelação que é a fonte de toda e qualquer teologia cristã. Por causa disso, a
Teologia da Libertação destaca alguns aspectos da Revelação em busca de uma
práxis cristã autenticamente libertadora dentro dessa realidade injusta.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
A diferença fundamental entre
essas “teologias”, ao meu ver, encontra-se no fato de que a chamada “teologia oficial”
é considerada a teologia normativa, ou seja, é o discurso teológico que estabelece
a base do discurso de fé assumido pela Igreja como um todo, fruto de sua
bagagem histórica amadurecida com as diversas experiências e teologias vividas.
Já a Teologia da Libertação é um discurso que busca ligar a fé e a vida em um
contexto concreto, procurando responder a uma realidade concreta a luz da
Revelação cristã.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Ambas as teologias, dentro de um
processo contínuo de reflexão e interpretação, estão em constante evolução, com
acertos e erros, em um amadurecimento contínuo. Porém, não posso deixar de
destacar que a Teologia da Libertação oferece uma importante contribuição para o
universo do pensamento teológico, pois ela deu destaque para a pessoa do pobre
e para a realidade da pobreza dentro da reflexão teológica, oferecendo um
princípio hermenêutico que procura partir da vida concreta, buscando lê-la em
diálogo com a Revelação, e isso trouxe importantes avanços para o fazer
teológico, inclusive enriquecendo o discurso da “teologia oficial” com novas
perspectivas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Assim sendo, acho estranho
certos discursos que atacam a Teologia da Libertação, pois ao ouvi-los ou
lê-los eles me soam como clichês que são repetidos por pessoas que nunca leram
textos importantes produzidos por essa corrente teológica. Apenas repetem
estereótipos sem nenhum conteúdo significativo, ou repetem teólogos críticos à
Teologia da Libertação, “representantes” da “teologia oficial”, simplesmente
para ter uma autoridade que sustente sua posição, mas eles mesmos não conhecem
nada de verdade sobre o assunto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Acredito que esse tipo de
postura não contribui em nada para a teologia como um todo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O debate teológico sempre fez
parte da vida da Igreja. Os Concílios e Sínodos ocorridos no decorrer da
história estão marcados por embates teológicos que permitiram a reflexão sobre
a Revelação se desenvolver. Uma característica interessante é que várias coisas
foram ajustadas, corrigidas e revogadas com o passar do tempo, fruto desse
saudável (mesmo que nem sempre tranquilo) embate entre diferentes correntes
teológicas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Acredito que o debate deve
continuar, faz parte de toda e qualquer ciência. Entretanto, não posso admitir
um debate superficial, movido por argumentos rasos sem conhecimento de causa. O
discurso teológico oficial possui elementos que precisam e devem ser criticados
para que possa continuar se desenvolvendo, assim como a Teologia da Libertação,
enquanto corrente teológica nascida na América Latina, mas parte da grande
tradição teológica da Igreja, também precisa ser criticada para que possa
corrigir-se e avançar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Ambas “teologias” fazem parte de
um processo hermenêutico que busca compreender e meios para viver a Revelação
de Deus em Jesus Cristo, fundamento da nossa fé cristã. Cada qual segue
princípios metodológicos que hora são comuns ora são próprios. Qual a melhor?
Para mim não há melhor, o que há são caminhos. Sou, por formação, muito mais
simpático à proposta metodológica da Teologia da Libertação, entretanto, sei
que ela, enquanto uma corrente teológica entre outras, não esgota as
possibilidades de reflexão e de respostas que buscamos por meio da teologia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Quero convidar você a ler e se
aprofundar sobre as diversas abordagens teológicas que existem. Aqui tratei
somente da Teologia da Libertação colocando-a em paralelo com a chamada “teologia
oficial”. Entretanto, existem várias correntes teológicas que desenvolvem sua
reflexão a partir de várias perspectivas.<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/18-03-2018%20Teologia%20Oficial%20x%20Teologia%20da%20Liberta%C3%A7%C3%A3o.docx#_ftn3" name="_ftnref3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Para citar algumas temos: a teologia existencial, a teologia política, a teologia
da história, a teologia da secularização, entre outras. Todas elas estão
procurando descobrir como a Revelação pode ser resposta significativa para os
homens e mulheres do nosso tempo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Portanto, vamos ler, vamos
estudar, vamos conhecer, somente depois disso, vamos debater, vamos nos
posicionar, vamos “teologar” sobre tudo isso. Assim poderemos contribuir de
maneira significativa com o pensamento teológico.<o:p></o:p></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<!--[if !supportFootnotes]-->
<br />
<hr size="1" style="text-align: left;" width="33%" />
<!--[endif]-->
<br />
<div id="ftn1">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/18-03-2018%20Teologia%20Oficial%20x%20Teologia%20da%20Liberta%C3%A7%C3%A3o.docx#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Utilizo esse termo entre aspas e com iniciais em minúsculo porque entendo que
não existe uma “teologia oficial”, o que existe é Teologia com suas correntes. Em
meio a essas correntes há um discurso oficial, sustentado pelo Magistério da Igreja,
que tem por finalidade conservar os fundamentos da fé cristã, mas não é uma
corrente em si mesmo, pois ele vai assumindo com o passar do tempo elementos das
várias correntes teológicas na medida em que a reflexão teológica avança. Há
também a Teologia da Libertação que é uma corrente teológica entre outras e,
por isso a escrevo com iniciais maiúsculas, por ser ela identificável de forma
específica.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn2">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/18-03-2018%20Teologia%20Oficial%20x%20Teologia%20da%20Liberta%C3%A7%C3%A3o.docx#_ftnref2" name="_ftn2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></a>
“[...] a Igreja, contendo pecadores no seu próprio seio, simultaneamente santa
e sempre necessitada de purificação, exercita continuamente a penitência e a
renovação.” (LG 8).<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn3">
<div class="MsoFootnoteText">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/18-03-2018%20Teologia%20Oficial%20x%20Teologia%20da%20Liberta%C3%A7%C3%A3o.docx#_ftnref3" name="_ftn3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Indico um excelente livro: GIBELLINI, Rosino. <b>A Teologia do século XX</b>. 2.ed. Trad. João Paixão Neto. São Paulo:
Loyola, 2002.<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
</div>
Augusto Líviohttp://www.blogger.com/profile/12620257419100663533noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7799060254312382054.post-42981981187911394042018-05-27T06:00:00.000-03:002018-05-27T06:00:07.399-03:00O Espírito Santo prometido no Evangelho Segundo João (Parte II)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFJXjoJ2YSf5huch_3bjSOXVxXSENoCo4sBHVxFXOZCXRCLK0TjiA1eKAD9MKLGnYch72-gbe9cCioZncCa_MVE0NdqICmWZ6txkUIxjWM0e2eFMb1KFh2bNFOc7IsvFu1KyoFWy814_w/s1600/pentecostes.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="256" data-original-width="341" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFJXjoJ2YSf5huch_3bjSOXVxXSENoCo4sBHVxFXOZCXRCLK0TjiA1eKAD9MKLGnYch72-gbe9cCioZncCa_MVE0NdqICmWZ6txkUIxjWM0e2eFMb1KFh2bNFOc7IsvFu1KyoFWy814_w/s320/pentecostes.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Continuando nossa
reflexão sobre o Espírito Santo no Discurso de Despedida de Jesus no IV (Quarto)
Evangelho,<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-05-27%20O%20Esp%C3%ADrito%20Santo%20prometido%20no%20Evangelho%20Segundo%20Jo%C3%A3o%20(Parte%20II).docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> vamos ver mais duas
expressões usadas pelo evangelista.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><u style="text-underline: black;"><span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O Espírito da Verdade<o:p></o:p></span></u></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Entre os textos
utilizados para falar sobre o Paráclito, encontramos alguns que também utilizam
a expressão “Espírito da Verdade”, que pode ser vista, num primeiro momento,
como uma espécie de qualificação do Paráclito.<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-05-27%20O%20Esp%C3%ADrito%20Santo%20prometido%20no%20Evangelho%20Segundo%20Jo%C3%A3o%20(Parte%20II).docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><sup><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><sup><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[2]</span></sup><!--[endif]--></span></sup></a>
Porém, esta forma de se dirigir ao Espírito Santo oferece mais elementos que
nos ajudam a melhor perceber como o IV Evangelho apresenta este Espírito.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O Espírito Santo é o
Espírito da Verdade porque Ele a comunica e a ela conduz (cf. Jo 16,13). Esta
verdade é o próprio Jesus (cf. Jo 14,6) e o Espírito é a força da verdade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Sendo o Espírito o
amor leal manifestado pelo Pai no Filho, este mesmo Espírito manifestará a
Verdade sobre Deus que revelou a força do seu amor (cf. Jo 3,16) e sobre o ser
humano, fazendo-o conhecer o projeto de Deus sobre a humanidade e o capacitando
para realizá-lo. Esta verdade fará o ser humano livre (cf. Jo 8,31-32) e o Espírito
continuará o processo de libertação iniciado com Jesus.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Somente aqueles que
receberam Jesus e com Ele permaneceram serão capazes de receber o Espírito da
Verdade (Jo 14,17; 15,26-27).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O Espírito da Verdade
permite o conhecimento da pessoa de Jesus e de sua mensagem e, deste modo,
oferece a chave de leitura da história como dialética entre o “mundo” e o
projeto de Deus a partir da morte e exaltação de Jesus, que abriu uma nova
etapa da história.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">No texto de Jo 16,13-15,
falando sobre a vinda do Espírito da Verdade, o IV Evangelho coloca quatro
funções do Espírito: falar, anunciar, guiar e glorificar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">A função de falar não
se refere à função oral, mas ao conteúdo do que foi dito. O Espírito será o
“porta-voz” de Jesus ausente na vida da comunidade. Ele falará aquilo que ouvir
de Jesus ou sobre o próprio Jesus. Esta função manifesta mais uma vez a
dimensão profética do Espírito.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O Espírito “[...] anunciará
as coisas futuras [...]”. Esta função não se refere à ideia de que Ele
“revelará novidades”, mas indica que ao anunciar a mensagem recebida, realizará
o conhecimento de Jesus e o que Ele significa para cada época, revelando o
sentido cristológico<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-05-27%20O%20Esp%C3%ADrito%20Santo%20prometido%20no%20Evangelho%20Segundo%20Jo%C3%A3o%20(Parte%20II).docx#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> de toda história da
salvação. Também aqui encontramos a dimensão profética do Espírito que revela o
sentido escatológico<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-05-27%20O%20Esp%C3%ADrito%20Santo%20prometido%20no%20Evangelho%20Segundo%20Jo%C3%A3o%20(Parte%20II).docx#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> inerente à palavra e a
obra de Cristo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O Espírito da Verdade
“guia na verdade”. A verdade é o próprio Jesus, revelação definitiva. O
Espírito guiará para a compreensão e penetração nesta verdade. Ele fará com que
a mensagem de salvação de Jesus penetre no coração dos crentes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">A função de
glorificar aparece como fruto das outras funções ou atividades. O Espírito
realiza a mediação para a glorificação de Jesus que se dá pela manifestação de sua
unidade com o Pai, a afirmação de sua divindade e do caráter divino de sua
missão e revelação. Fazendo-nos conhecer quem é Jesus e sua mensagem salvífica,
o Espírito glorifica Jesus.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><u style="text-underline: black;"><span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Espírito Santo<o:p></o:p></span></u></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Em Jo 14,26,
encontramos este termo junto com o termo Paráclito, como uma espécie de aposto
para explicar quem é o Paráclito.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Dentro do discurso de
despedida este é o único momento em que aparece esta expressão, ao contrário do
que se vê no restante dos textos do IV Evangelho.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Entretanto, é
importante sua colocação aqui, pois deixa claro quem é o Paráclito e reafirma a
divindade e missão do Espírito. Ele é santo, isto é, separado, porque é divino
e, ao mesmo tempo, tem a missão de santificar, separar, consagrar os homens,
retirando-os das trevas para a luz, assemelhando-os a Jesus, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>o Consagrado do Pai (cf. Jo 6,69).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Podemos concluir, por
meio de toda essa reflexão, que o Espírito Santo é quem garante, por sua ação
na comunidade, a presença atualizada de Jesus e de sua mensagem. Ele oferece a
garantia de que a comunidade será fiel a sua missão de continuadora da obra de
Jesus na história, ensinando, guiando, anunciando, testemunhando e fazendo
recordar em cada momento aquilo que Ele recebe do<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>próprio Jesus (cf.Jo 14,26; 15,26s; 16,8.13-15).<o:p></o:p></span></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<!--[if !supportFootnotes]-->
<hr size="1" style="text-align: left;" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-05-27%20O%20Esp%C3%ADrito%20Santo%20prometido%20no%20Evangelho%20Segundo%20Jo%C3%A3o%20(Parte%20II).docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><b><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></b></span><!--[endif]--></span></b></span></a><b>
Toda a argumentação desenvolvida nesse estudo se apoia na seguinte
bibliografia:<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
BÍLBLIA. Português. <b>Bíblia de Jerusalém</b>:
revista e ampliada. São Paulo: Paulus, 2002.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
DOOD, Charles H<b>.. Interpretação do Quarto Evangelho</b>.
Teológica/Paulus, São Paulo: 2003, pp. 283-301.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
DUSSANT, E. Cothenet L.; FORT, P. Le; PRIGENT, P<b>.
Os escritos de São João e a Epístola aos Hebreus</b>. Paulinas, São Paulo:
1988, pp 108-114.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
MATEOS, Juan; BARRETO, Juan. <b>O Evangelho de São
João</b>. Paulinas, São Paulo: 1989.<b> (</b>Grande Comentário Bíblico<b>)</b><o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
MATEOS, Juan. <b>Vocabulário Teológico do Evangelho de
São João</b>. Paulinas, São Paulo: 1989.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
SANTOS, Bento Silva. <b>Teologia do Evangelho de São
João</b>. Santuário, Aparecida: 1994, pp. 239-274.<b><o:p></o:p></b></div>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-05-27%20O%20Esp%C3%ADrito%20Santo%20prometido%20no%20Evangelho%20Segundo%20Jo%C3%A3o%20(Parte%20II).docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Em alguns comentários não se distingue “Paráclito” e “Espírito da Verdade”, mas
são apresentados de forma mesclada. Aqui se tenta separar para destacar o
aspecto da “verdade” que foi atribuída ao “Espírito” para designá-lo,
entretanto, algumas das reflexões já estão contempladas no comentário anterior
sobre o Paráclito. Por isso, procuraremos nos restringir àquilo que ainda não
fora aprofundado. <b><o:p></o:p></b></div>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-05-27%20O%20Esp%C3%ADrito%20Santo%20prometido%20no%20Evangelho%20Segundo%20Jo%C3%A3o%20(Parte%20II).docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Termo usado para falar de Cristo e de sua pessoa. Deriva da palavra Cristologia
que é o estudo da pessoa de Jesus Cristo.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn4" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-05-27%20O%20Esp%C3%ADrito%20Santo%20prometido%20no%20Evangelho%20Segundo%20Jo%C3%A3o%20(Parte%20II).docx#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Termo derivado da palavra Escatologia que é o estudo das realidades últimas: o
fim da história, juízo, salvação e condenação etc.<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
<br /></div>
Augusto Líviohttp://www.blogger.com/profile/12620257419100663533noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7799060254312382054.post-27462772025293246582018-05-20T06:00:00.000-03:002018-05-20T06:00:01.414-03:00O Espírito Santo prometido no Evangelho Segundo João (Parte I)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1ZeS8nZNrmdDY6uvT4DoCHGMeqXRnapJHf_bPRO_JDrubZmUKtgZVD90O8aC9nc_ApTFJWeJzyxKOVrmbbc0uBXE1CPMI_dltb232chZ54J8Q_rgp4y-UCQdt-72ZBjEVeaEpBRKgDNI/s1600/Pentecostes+3.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="341" data-original-width="188" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1ZeS8nZNrmdDY6uvT4DoCHGMeqXRnapJHf_bPRO_JDrubZmUKtgZVD90O8aC9nc_ApTFJWeJzyxKOVrmbbc0uBXE1CPMI_dltb232chZ54J8Q_rgp4y-UCQdt-72ZBjEVeaEpBRKgDNI/s320/Pentecostes+3.jpg" width="176" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Celebrando a Festa de
Pentecostes, olhamos de modo particular para a terceira pessoa da Trindade: o
Espírito Santo. Gostaria de convidar você, cara leitora e caro leitor, a
fazermos um pequeno estudo sobre como o Espírito Santo nos é apresentado no Discurso
de Despedida de Jesus (Jo 14 – 17) no IV (Quarto) Evangelho.<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-05-20%20O%20Esp%C3%ADrito%20Santo%20prometido%20no%20Evangelho%20Segundo%20Jo%C3%A3o%20(Parte%20I).docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Neste conjunto de
textos, três expressões aparecem para falar sobre o Espírito Santo: Paráclito
(Jo 14,16.26; 15,26; 16,7), Espírito da Verdade (Jo 14,17; 15,26; 16,13) e
Espírito Santo (Jo 14,26). Essas expressões estão cheias de significado que
precisamos aprofundar um pouco mais dentro dos textos para compreender melhor
seu conteúdo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><u style="text-underline: black;"><span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O Paráclito<o:p></o:p></span></u></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O termo “paráclito” é
portador de vários significados, sendo, por isso, intraduzível. Porém, ele
evoca as ideias de: defensor (advogado), intercessor e consolador.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Filologicamente, o
“paráclito” é “alguém chamado para que esteja no lado/ para que assista”. Na
primeira carta de São João este termo aparece com o sentido de intercessor (I
Jo 2,1).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Fica evidente a
variedade de sentido que a expressão “paráclito” carrega. Entretanto, no IV
Evangelho, precisamos aprofundar sobre quem é o “paráclito” e qual sua
atividade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Em Jo 14,16, podemos
perceber que o Paráclito é um dom, pois é dado aos discípulos. Porém, não é um
dom qualquer, mas um dom divino, pois o verbo “dar” utilizado neste texto é o
mesmo presente em outros textos tanto do Antigo como do Novo Testamento para
referir-se aos dons divinos concedidos por Deus a alguém em alguma ocasião.
Portanto, este Paráclito não pode ser obtido com as próprias forças, mas
somente pode ser recebido como dom gratuito da parte de Deus. Este dom será
concedido pela mediação de Jesus diante do Pai: “... e eu rogarei ao Pai e ele
vos dará...”, ficando evidente que a comunidade recebe este dom somente através
de Jesus.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Ainda em Jo 14,16,
encontramos outra informação fundamental: Jesus chama o Paráclito de “outro
Paráclito”. Diante desta expressão podemos perguntar: quem é o primeiro
Paráclito? E a resposta é: Jesus, pois Ele é quem defende, protege, consola e
intercede por seus discípulos e, com sua morte, eles ficarão sem esta
assistência (cf. Jo 17,6.9.11-12.14-19). Desta resposta podemos chegar a duas
conclusões prévias: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">1 - o “outro Paráclito” vem como
continuador e intérprete da mensagem de Jesus (aprofundaremos este elemento
mais adiante); <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">2 - este texto revela uma dependência e
subordinação do papel do “outro Paráclito” em relação a Jesus (aqui temos uma concentração
cristológica, ou seja, na pessoa de Jesus).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Em Jo 14,26, o IV
Evangelho identifica o Paráclito como sendo o Espírito Santo. Mais uma vez o
texto reforça a ideia de que este Paráclito será enviado pelo pai em nome de
Jesus. Ou seja, o Pai e o Filho são o princípio da missão do Paráclito (cf.
também Jo 16,7).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Encontramos, também,
neste texto, duas atividades que deverão ser realizadas por este Espírito
Paráclito: ensinar e recordar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O verbo ensinar é um
verbo de revelação. Entretanto, o Paráclito não revelará “coisas novas”, mas
deverá ensinar tudo o que foi dito por Jesus. Ele não falará a partir de si
mesmo, mas ensinará recordando e explicando a mensagem de Jesus, ou seja, o
ensino do Espírito é o ensino do próprio Jesus.<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-05-20%20O%20Esp%C3%ADrito%20Santo%20prometido%20no%20Evangelho%20Segundo%20Jo%C3%A3o%20(Parte%20I).docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><sup><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><sup><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[2]</span></sup><!--[endif]--></span></sup></a> O
Paráclito realizará esta obra por meio de uma atividade interior no coração dos
discípulos (cf. I Jo 2,20.27). Também o verbo ensinar aponta para a dimensão
didática do Paráclito, característica esta fundamental dentro do IV Evangelho.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">A atividade de
recordar faz paralelo com a de ensinar, pois o Paráclito ensinará fazendo
recordar tudo o que Jesus disse e fez. Neste caso, fazer lembrar é um
ensinamento. Por um lado, essas recordações os auxiliarão nos momentos de
perseguição (cf. Jo 15,20; 16, 4); por outro lado, as recordações serão também
interpretações, pois o Paráclito recordará iluminando o significado profundo
dos atos e palavras de Jesus. Sua função não é uma mera lembrança, mas uma
atualização vital, como mediador-intérprete da tradição. O que Jesus foi e o
que Ele significa estarão, portanto, unidos pela recordação (<i>anamnese</i>)
atualizante e criadora do Paráclito.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Outra atividade do
Paráclito é o de dar testemunho de Jesus (Jo 15,26). Ele dará este testemunho
aos discípulos e ao mundo, mas também fará dos discípulos testemunhas porque
fortalecerá a sua fé e a manterá (Jo 19,35; 20,20-22).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Ao utilizar a
expressão “testemunhar”, o IV Evangelho aponta para além do simples anúncio de
Jesus. Ele evoca o aspecto conflituoso deste anúncio. Como em um tribunal, os
discípulos enfrentarão os opositores de Jesus que o acusarão. Neste momento
será preciso testemunhar a seu favor para que se manifeste o julgamento
daqueles que creem e daqueles que rejeitam a Jesus (Jo 3,16-18). Portanto, podemos
dizer que o testemunho do Paráclito também é profético, pois manifesta a Jesus
e o dá a conhecer, ao mesmo tempo em que denuncia as “obras das trevas” que se
opõem a Ele e a sua palavra (cf. Jo 3,19-21).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Também o Paráclito
irá estabelecer a culpa do mundo sobre o pecado, a justiça e o julgamento (Jo
16,8-11). Aqui, encontramos uma abordagem mais jurídica para o termo
“paráclito”, colocando em um contexto de julgamento no qual será estabelecida a
culpa do “transgressor”. Porém, aplicar a perspectiva jurídica de modo absoluto
para interpretar a ação do Paráclito dentro deste contexto pode levar a
equívocos, pois o estabelecimento da culpa nem sempre visa à condenação, mas
pode ser também um convite a conversão.<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-05-20%20O%20Esp%C3%ADrito%20Santo%20prometido%20no%20Evangelho%20Segundo%20Jo%C3%A3o%20(Parte%20I).docx#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><sup><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><sup><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[3]</span></sup><!--[endif]--></span></sup></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O Paráclito abre de
novo o processo a fim de pronunciar a sentença contrária a que fora aplicada
contra Jesus. Os que se arvoraram em juízes são os culpados, e o condenado é
que tinha razão. Em consequência, o sistema que se atreveu a cometer tamanha
injustiça está condenado por Deus. O pecado consiste em integrar-se a esta
ordem perversa, fazendo-se solidário da sua injustiça.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Portanto, a ação do
Paráclito em relação ao pecado de juntar-se ao sistema e não crer em Jesus (
cf. Jo 3,19; 12,48; 15,22; 16,9), a partida de Jesus para o Pai, que o ressuscita,
manifestando a verdadeira justiça e a injustiça dos que o condenaram (cf. Jo
16,10), e a exaltação de Jesus que julga o “Príncipe deste mundo” (cf. Jo
12,31; 16, 11.33), mais do que a perspectiva jurídica, expressa sua ação
profética que denuncia o mundo. Esta é uma importante obra do Paráclito na
comunidade, pois deste modo, ele a anima e a confirma.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Na próxima semana
concluiremos esse tema analisando as outras duas expressões que faltam: o
Espirito da Verdade e o Espírito Santo.<o:p></o:p></span></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<!--[if !supportFootnotes]-->
<hr size="1" style="text-align: left;" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-05-20%20O%20Esp%C3%ADrito%20Santo%20prometido%20no%20Evangelho%20Segundo%20Jo%C3%A3o%20(Parte%20I).docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-weight: normal;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Book Antiqua","serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-weight: normal;"> Toda a argumentação desenvolvida nesse estudo se
apoia na seguinte bibliografia:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: normal;">BÍLBLIA. Português. </span>Bíblia de Jerusalém<span style="font-weight: normal;">: revista e ampliada. São Paulo: Paulus, 2002.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: normal;">DOOD, Charles H.. </span>Interpretação do Quarto Evangelho<span style="font-weight: normal;">. Teológica/Paulus, São Paulo: 2003, pp. 283-301.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: normal;">DUSSANT, E. Cothenet L.; FORT, P. Le; PRIGENT, P. </span>Os escritos de
São João e a Epístola aos Hebreus<span style="font-weight: normal;">. Paulinas,
São Paulo: 1988, pp 108-114.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: normal;">MATEOS, Juan; BARRETO, Juan. </span>O Evangelho de São João<span style="font-weight: normal;">. Paulinas, São Paulo: 1989. (Grande Comentário
Bíblico)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: normal;">MATEOS, Juan. </span>Vocabulário Teológico do Evangelho de São João<span style="font-weight: normal;">. Paulinas, São Paulo: 1989.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: normal;">SANTOS, Bento Silva. </span>Teologia do Evangelho de São João<span style="font-weight: normal;">. Santuário, Aparecida: 1994, pp. 239-274.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-05-20%20O%20Esp%C3%ADrito%20Santo%20prometido%20no%20Evangelho%20Segundo%20Jo%C3%A3o%20(Parte%20I).docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-weight: normal;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-weight: normal;"> Aqui se
colocou em forma de síntese o pensamento de Juan Mateos e Juan Barreto junto
com a explicação de Bento Silva Santos de modo que, para ver separadamente a
reflexão de cada autor, veja as obras: MATEOS, Juan; BARRETO, Juan. <i>O
Evangelho de São João</i>. Grande Comentário Bíblico, pp. 614; e SANTOS, Bento
Silva. <i>Teologia do Evangelho de São João</i>. pp. 250.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-05-20%20O%20Esp%C3%ADrito%20Santo%20prometido%20no%20Evangelho%20Segundo%20Jo%C3%A3o%20(Parte%20I).docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-weight: normal;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-weight: normal;"> Santos
preocupa-se com uma leitura que restrinja a interpretação deste texto ao
aspecto jurídico. Ele afirma que se pode encontrar um convite a conversão para
aqueles que, vendo a culpabilidade do mundo que rejeita Jesus, se abrem à fé.
SANTOS, Bento Silva. <i>Teologia do Evangelho de São João</i>. pp. 263-265.273.<o:p></o:p></span></div>
</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Augusto Líviohttp://www.blogger.com/profile/12620257419100663533noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7799060254312382054.post-57201941667135442402018-05-13T06:00:00.000-03:002018-05-13T06:00:01.629-03:00A pluralidade do cristianismo e a intolerância entre os cristãos<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbUKu5h3JUeve6_8sVgjMSu88Gh7kkAA8_XyrU151dsMwV8lMYN69W5IwdbGHXTFMT-tmOhCmliYgu89yBh1AC1L9tB5MroKhgOWfPHRowsRGy5u4d-E5PQNp2dOcz7Gk9Hxh7BzyalQk/s1600/e63d0cbea92cb319f6573cf362708465.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="375" data-original-width="564" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbUKu5h3JUeve6_8sVgjMSu88Gh7kkAA8_XyrU151dsMwV8lMYN69W5IwdbGHXTFMT-tmOhCmliYgu89yBh1AC1L9tB5MroKhgOWfPHRowsRGy5u4d-E5PQNp2dOcz7Gk9Hxh7BzyalQk/s400/e63d0cbea92cb319f6573cf362708465.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Christian World Communions</td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
Uma questão que sempre volta no
meio religioso cristão é a intolerância. Existem pessoas que, por ingenuidade
ou por desconhecimento da própria história do cristianismo ou, infelizmente,
por um fundamentalismo doentio, acabam por acreditar cegamente que sua tradição
cristã é a única correta e verdadeira e que quem não se encaixa no seu “modelo”
de cristianismo está no erro, no pecado ou condenado ao inferno.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Nesta semana em que realizamos a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, gostaria de recorda com você,
cara leitora e caro leitor, um pouco da nossa história enquanto comunidade
cristã no mundo. Acredito que esse breve olhar pode trazer outra perspectiva
sobre nós mesmos enquanto Igrejas e Comunidades Eclesiais que se
auto-identificam como seguidoras de Jesus Cristo.<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-29%20O%20pluralismo%20crist%C3%A3o%20e%20o%20problema%20da%20intoler%C3%A2ncia.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O cristianismo nasceu como um
grupo, uma “seita”,<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-29%20O%20pluralismo%20crist%C3%A3o%20e%20o%20problema%20da%20intoler%C3%A2ncia.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
dentro do judaísmo. Os discípulos de Jesus, após a experiência de sua páscoa,
pregavam que esse Jesus seria o messias enviado por Deus para realizar a
salvação de todos os que nele cressem e de levar o judaísmo a alcançar o
cumprimento das promessas que Deus lhe havia feito por meio dos profetas.<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-29%20O%20pluralismo%20crist%C3%A3o%20e%20o%20problema%20da%20intoler%C3%A2ncia.docx#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Esse novo grupo dentro do
judaísmo irá passar por um processo traumático de ruptura com o judaísmo a
partir da segunda metade do século I depois de Cristo (d.C.). Dentre as
diversas razões dessa ruptura, destaco a acolhida de não-judeus no grupo dos
seguidores de Jesus e o contexto do próprio judaísmo depois da queda de
Jerusalém depois do ano 70 d.C..<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O cristianismo nasceu, então, de um cisma
com o judaísmo. Já nascemos em meio a uma “briga” com nossa “religião-mãe”.
Assim, passamos a ter Cristianismo de um lado e Judaísmo do outro.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Em seguida, recordo que dentro
das comunidades cristãs sempre existiram tensões e momentos de ruptura nesses
primeiros séculos. Uma primeira tensão foi entre aqueles que achavam que para
ser da comunidade cristã as pessoas tinham que adotar os costumes judaicos
(circuncisão, rituais de purificação, seguir a Lei de Moisés etc) e aqueles que
diziam que isso não era necessário, bastando crer em Jesus como messias e
seguir o que ele ensinou.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Outras tendências foram surgindo
e gerando tensões, tais como: se Jesus era divino ou não; se ele morreu de
verdade ou só aparentemente, já que Deus não pode morrer; como ele seria Filho
de Deus etc. Essas e outras questões geraram tantos conflitos que a Igreja
cristã, nos primeiros 8 (oito) séculos, realizou grandes Concílios tentando
encontrar soluções para essas e outras questões de forma que se guardasse o
fundamental da fé e a unidade do cristianismo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Entre esses vários contextos, recordo
o caso do Arianismo. Essa corrente de pensamento considerada herética por
vários Concílios permaneceu dividindo internamente a Igreja por aproximadamente
3 séculos. Seu pensamento não tinha como objetivo destruir o cristianismo, mas
era uma tentativa de explicar como Jesus poderia ser homem e ser Deus ao mesmo
tempo. A maioria dos líderes do cristianismo rejeitou a teoria de Ário, por
isso ela foi considerada herética, contudo ela permaneceu por muito tempo sendo
fonte de conflitos internos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Por volta do ano de 1054,
ocorreu o “Cisma Ocidente-Oriente” ou o “Grande Cisma”. A Igreja Católica
(assim chamada não como denominação, mas como compreensão de que ela é
universal - para todo o mundo) se dividiu entre o Oriente e o Ocidente. As
causas giraram em torno de questões teológicas sobre a natureza do Espírito
Santo e questões sobre a autoridade entre as Igrejas do Oriente e do Ocidente cristão. Assim, o mundo cristão
ficou dividido entre a Igreja Católica Apostólica Romana, no Ocidente, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>e a Igreja Católica Apostólica Ortodoxa, no Oriente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
No século XV, com o monge
agostiniano Martinho Lutero, inicia-se o movimento <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>que será chamado de Reforma Protestante. O
monge Lutero apresenta suas 95 teses que questionam posturas e formas de
interpretação da fé cristã por parte das lideranças da Igreja Católica no
Ocidente. Conflitos, perseguições, interesses políticos levaram ao “Cisma do
Ocidente”, dando origem a Igreja Católica Apostólica Romana (o termo “Católica”
aqui entendida como denominação específica dentro do universo das Igrejas
cristãs) e as Igrejas e Comunidades Eclesiais da Reforma.<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-29%20O%20pluralismo%20crist%C3%A3o%20e%20o%20problema%20da%20intoler%C3%A2ncia.docx#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Em seguida, dentro do próprio
movimento da reforma, diferentes perspectivas geraram diferentes Igrejas,
fragmentando em diversas denominações o cristianismo da Reforma.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Na Igreja Católica, apesar de
não ter ocorrido fragmentações externas tão intensamento como a do tipo ocorrido no mundo protestante,
internamente sempre existiram tendências, interpretações e tensões teológicas
que exigiram e exigem constante necessidade de revisão e diálogo para evitar maiores
divisões. Mesmo assim, algumas divisões menores já ocorreram no século passado.
Cito aqui dois casos: a Fraternidade Sacerdotal de São Pio X, fundada pelo
bispo francês Lefebvre, que não aceitou as decisões do Concílio Vaticano II
(1962-1965); a Igreja Católica Apostólica Brasileira, que recusa o dogma da
infalibilidade do Papa e que tem uma interpretação menos rígida das orientações
morais cristãs, nascida com cisma do bispo Carlos Duarte Costa que vivia na
região do Estado de São Paulo, em 1945.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Essa breve exposição nos ajuda a
perceber que nossa história, como história do cristianismo, nunca foi tranquila
nem uniforme. Sempre existiram tensões e conflitos que em alguns momentos
conseguimos superar, mas que em outros acabamos por nos dividir. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsjkcTzY3OVXvWP-pV5sUpM0kgCywglymmmCPN7Pu5yzOA5z6SSdtxCxky3j01AcN71Ru-fsUaT4RVy8nJsD2POb1YMTnH9k_D1pGHkN7-d3iY5fUZPUl5ZtYJs8Y1JnvQ9lJ_waUHMQo/s1600/Cartaz_souc2018-pequeno-site.png" imageanchor="1" style="clear: left; display: inline !important; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center; text-indent: 42.55pt;"><img border="0" data-original-height="840" data-original-width="600" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsjkcTzY3OVXvWP-pV5sUpM0kgCywglymmmCPN7Pu5yzOA5z6SSdtxCxky3j01AcN71Ru-fsUaT4RVy8nJsD2POb1YMTnH9k_D1pGHkN7-d3iY5fUZPUl5ZtYJs8Y1JnvQ9lJ_waUHMQo/s320/Cartaz_souc2018-pequeno-site.png" width="227" /></a>A consciência dessa história
comum a todos os cristãos provocou vários cristãos e cristãs, e em suas
Igrejas, o desejo por um novo caminho que pudesse nos ajudar a resgatar a
comunhão que os evangelhos nos apresentam como o grande desejo de Jesus.<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-29%20O%20pluralismo%20crist%C3%A3o%20e%20o%20problema%20da%20intoler%C3%A2ncia.docx#_ftn5" name="_ftnref5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[5]</span></span></span></span></a><br />
<span style="text-indent: 42.55pt;">Nascido entre as Igrejas da
Reforma em meados do século XX, o Movimento Ecumênico se expandiu e tem sido um
sinal de esperança na busca da unidade entre as diversas denominações cristãs. A
segunda metade do século XX foi profundamente marcada pelo esforço de líderes
das diversas Igrejas e Comunidades Eclesiais em cultivar o caminho do diálogo
ecumênico como meio para vivermos uma nova comunhão entre as seguidoras e os
seguidores de Jesus.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Entretanto, tenho sentido nesse início do
século XXI uma tendência crescente de uma perspectiva fundamentalista, fechada
ao diálogo e ávida por um cristianismo normativo que coloque todas as pessoas
em uma espécie de fôrma (seja ela uma interpretação fundamentalista da Bíblia
ou a palavra de uma autoridade da sua Igreja), que apresente com toda clareza
quais são todas as regras para se conseguir ser um bom cristão, que tire da
consciência pessoal a responsabilidade por suas escolhas, pois se deseja pensar
e<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>agir em conformidade com o que
“alguém” determina (seja a Bíblia ou a autoridade religiosa), transferindo para
esse “alguém” toda a responsabilidade das consequências de suas decisões e ações.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
As pessoas que têm apresentado
essa postura de fechamento em suas Igrejas parecem não entender que não há
como nos protegermos dos desafios que a existência de outras Igrejas cristãs, que
honestamente professam sua fé no mesmo Jesus Cristo e que lêem e interpretam a
mesma Bíblia, nos apresentam como seguidores e seguidoras de Jesus. Basta olhar
nossa história comum como cristãos para entender que a busca da unidade sempre
foi um desafio e um sonho desejado, mas nunca plenamente realizado. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
É obvio que o caminho não é
fácil e que existem diferenças entre nossas Igrejas que são difíceis (no
presente momento) de serem superadas. Porém isso não nos impede de nos olharmos
com respeito e esperança, com amor fraterno e desejo de construir pontes entre
nós.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Atitudes de fechamento
manifestam nosso medo diante daquilo que não entendemos ou conhecemos. Elas
reforçam o que há de pior em nós: intolerância, falta de misericórdia,
legalismos, violência em nome de Deus, exclusão e condenação das pessoas que
não pensam como “nós”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Vamos construir pontes, vamos
aprender a ouvir o outro como um irmão (não como um adversário)! Vamos dialogar
com respeito e verdade no coração e nas palavras! O pluralismo entre os
cristãos não precisa ser necessariamente um mal, ele pode ser uma oportunidade
para nos retirar do nosso “ponto de conforto” e nos ajudar a crescer na fé que
professamos juntos. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Temos um longo caminho a
percorrer rumo à comunhão fraterna entre nós. Eu prefiro percorrê-lo de mãos
dadas do que entre cotoveladas.<o:p></o:p></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<!--[if !supportFootnotes]-->
<br />
<hr size="1" style="text-align: left;" width="33%" />
<!--[endif]-->
<br />
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-29%20O%20pluralismo%20crist%C3%A3o%20e%20o%20problema%20da%20intoler%C3%A2ncia.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Não vamos apresentar um estudo exaustivo. Facilmente se encontra bibliografia
especializada que pode servir para aprofundar o estudo sobre a história do
cristianismo. Aqui nos basta apresentar os acontecimentos de forma breve para
informar e ajudar a entender nossa reflexão.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-29%20O%20pluralismo%20crist%C3%A3o%20e%20o%20problema%20da%20intoler%C3%A2ncia.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Uso o termo “seita” no seu sentido básico, ou seja, um grupo separado dentro de
outro grupo maior.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-29%20O%20pluralismo%20crist%C3%A3o%20e%20o%20problema%20da%20intoler%C3%A2ncia.docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
cf. At 2,22-24.29-36; 3,15;<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>4,9-12;
5,9-32; 10,37-43; 13,26-31; I Cor 15,3-7.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn4" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-29%20O%20pluralismo%20crist%C3%A3o%20e%20o%20problema%20da%20intoler%C3%A2ncia.docx#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Uso a expressão genérica “Igrejas e Comunidades Eclesiais da Reforma” porque
são muitas as denominações que surgiram nessa primeira fase do processo:
Lutera, Calvinista, Presbiterianos, Batistas etc. Dessa forma, sintetizo nessa
expressão a diversidade de denominações que foram surgindo com a Reforma.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn5" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-29%20O%20pluralismo%20crist%C3%A3o%20e%20o%20problema%20da%20intoler%C3%A2ncia.docx#_ftnref5" name="_ftn5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Jo 17,20-21.<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
<br /></div>
Augusto Líviohttp://www.blogger.com/profile/12620257419100663533noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7799060254312382054.post-42777915910020297912018-05-06T06:00:00.000-03:002018-05-06T07:10:13.022-03:00A tradição da fé cristã e a questão dos pobres (Parte II)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2XtMor4r1KUwkksFCo81GUhrffMKW2IT0LaTVTHY6aMT2fBRsAnw9nMUjx01YNOZRYGDGbmq7BZfMQcG2F7ZgtJgBiJTZMJ1cyD2U4Kje4UEns_SW99TWrpqCP5x7d52b6WqmphS4yRE/s1600/Jesus+cura+o+doente+da+piscina+de+Betesda+%2528at_the_pool_of_bethesda%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="622" data-original-width="800" height="310" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2XtMor4r1KUwkksFCo81GUhrffMKW2IT0LaTVTHY6aMT2fBRsAnw9nMUjx01YNOZRYGDGbmq7BZfMQcG2F7ZgtJgBiJTZMJ1cyD2U4Kje4UEns_SW99TWrpqCP5x7d52b6WqmphS4yRE/s400/Jesus+cura+o+doente+da+piscina+de+Betesda+%2528at_the_pool_of_bethesda%2529.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="color: black;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="color: black;">Continuando nossa reflexão sobre os pobres na tradição cristã, vamos
avançar passando brevemente no período escolástico e em seguida apresentando
alguns pronunciamentos em documentos do Magistério da Igreja no século XX.</span><a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-05-06%20A%20f%C3%A9%20crist%C3%A3%20e%20a%20quest%C3%A3o%20dos%20pobres%20-%20parte%20II.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span style="color: black;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-align: left; text-indent: -18pt;"><span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;"> </span></span><span dir="LTR" style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-align: left; text-indent: -18pt;"></span><b style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; text-align: left; text-indent: -18pt;"><u>Da Escolástica ao
período Contemporâneo</u></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Após o período patrístico o tema do pobre vai gradualmente dando lugar
ao tema da propriedade; ao tema do que é justo ou não na posse e no uso dos
bens, como também nas relações de trabalho. Porém, olhando bem, o tema do
direito do pobre aparece indiretamente já que, ao se tratar sobre a justiça em
relação aos bens em vista do bem comum e as relações de trabalho, os pobres
estão incluídos.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Na escolástica destacamos S. Tomás com a reflexão sobre a justiça
comutativa e a justiça distributiva. Para ele há um direito do pobre (justiça distributiva)
e há um direito de propriedade (justiça comutativa), porém o proprietário não
pode usar para si mesmo os bens próprios de que não necessita (supérfluo),
porque os pobres têm DIREITO a eles.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Ao entrar no período contemporâneo o tema do direito do pobre ganha
perfis mais plurais devido às profundas mudanças sócio-econômicas e
político-estruturais pelas quais o mundo estava passando.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">A Igreja vai refletindo e posicionando-se na medida em que as questões
vão surgindo. O tema do “pobre” desaparece de modo explícito e só irá
reaparecer com o Concílio Vaticano II, na sua inculturação na realidade
Latino-Americana. As temáticas ganham contornos mais amplos e diversos, porém
tendo sempre em vista aqueles que estão expostos à injustiça e a exploração.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="mso-list: Ignore;">-<span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;">
</span></span></span><!--[endif]--><span dir="LTR"></span><u style="text-underline: black;"><span style="color: black;">LEÃO XIII</span></u><span style="color: black;">: <b>Rerum Novarum</b> (1891) –
Tratando sobre a classe operária explorada dentro da revolução industrial que o
mundo passava, buscando a justa medida entre capitalismo e socialismo, nas
relações entre patrão e operário, entre produção e salário digno; afirma também
o <b><i>direito natural à propriedade</i></b>, mas lembra da função social que
tais bens possuem.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="mso-list: Ignore;">-<span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;">
</span></span></span><!--[endif]--><span dir="LTR"></span><u style="text-underline: black;"><span style="color: black;">PIO XI</span></u><span style="color: black;">: <b>Quadragésimo Anno</b> (1931) –
Crítica ao individualismo capitalista, à instrumentalização do Estado pelos
detentores do Capital e o incentivo ao “Corporativismo Cristão” como mediação
entre os indivíduos e o Estado.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="mso-list: Ignore;">-<span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span dir="LTR"></span><u style="text-underline: black;"><span style="color: black;">PIO XII</span></u><span style="color: black;">: Seu pensamento se encontra difuso em
declarações e discursos nos quais reafirma o direito natural a propriedade sem
prescindir da função social dos bens; defende os pequenos agricultores que
sofrem pressões violentas do sistema capitalista para abandonar o campo;
defende o direito a imigração; também lança as primeiras sementes da ética
ecológica: Deus confiou um patrimônio à humanidade, sua Criação.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<u style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; text-indent: -18pt;"><br /></u></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: -18pt;">- </span><u style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; text-indent: -18pt;">JOAO XXIII</u><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: -18pt;">: </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><b><span style="color: black;">Mater et Magistra</span></b><span style="color: black;"> (1961) – reflete sobre as tensões entre povos
desenvolvidos e subdesenvolvidos; reflete sobre o êxodo rural; reflete sobre o
subdesenvolvimento das nações (tema abordado pela primeira vez): nações
economicamente fortes que desejam dominar as nações economicamente fracas. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><b><span style="color: black;">Pacem in Terris </span></b><span style="color: black;">(1963) – apresenta a paz fundada no respeito aos
direitos naturais de todos os homens como meio para se alcançar uma
solidariedade universal.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="mso-list: Ignore;">-<span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;">
</span></span></span><!--[endif]--><span dir="LTR"></span><u style="text-underline: black;"><span style="color: black;">PAULO VI</span></u><span style="color: black;">: <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><b><span style="color: black;">Gaudium et Spes (Vaticano II)</span></b><span style="color: black;"> – Tratando sobre a autonomia das
realidades terrestres. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><b><span style="color: black;">Populorum Progressio </span></b><span style="color: black;">(1967) – Tratou sobre o desenvolvimento
dos povos; incorporou a temática do subdesenvolvimento; apontou para a
frustração do mito do desenvolvimento e para o perigo do mito das soluções
violentas; convocou a solidariedade diante de 2/3 de subdesenvolvidos na
humanidade. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><b><span style="color: black;">Octogésimo Adveniens</span></b><span style="color: black;"> – Não se preocupa em oferecer modelos
de sociedade para resolver os problemas da sociedade atual, mas incentiva as
comunidades de base; questiona a civilização industrial e as bases que oferece
aos sistemas capitalista e comunista; faz a primeira referência ao problema
ecológico do meio ambiente dentro de um documento do magistério.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="mso-list: Ignore;">-<span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;">
</span></span></span><!--[endif]--><span dir="LTR"></span><u style="text-underline: black;"><span style="color: black;">JOÃO PAULO II</span></u><span style="color: black;">:<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-05-06%20A%20f%C3%A9%20crist%C3%A3%20e%20a%20quest%C3%A3o%20dos%20pobres%20-%20parte%20II.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><sup><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><sup><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 150%;">[2]</span></sup><!--[endif]--></span></sup></a> <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">D<b>iscurso na República Dominicana </b>(1979) – fala sobre os pobres
como agentes de sua própria promoção. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><b><span style="color: black;">Discurso em Puebla</span></b><span style="color: black;"> – fala dos bispos como defensores da
dignidade humana; sobre o compromisso preferencial, não exclusivo, pelos
pobres; sobre o cuidado com os radicalismos e as ambigüidades (correntes
verticalistas e horizontalistas); sobre a responsabilidade dos leigos no
processo de transformação das estruturas sociais injustas; sobre a violação dos
direitos dos trabalhadores. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><b><span style="color: black;">Redemptoris Hominis </span></b><span style="color: black;">(1979) – retoma o tema ecológico; fala
sobre a sociedade consumista; sobre as exigências éticas da justiça e do
respeito à dignidade do homem; sobre um humanismo novo; sobre a estreita
relação entre a justiça e a paz. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><b><span style="color: black;">Visita ao Brasil</span></b><span style="color: black;"> (1980) – em seus discursos fala sobre a
necessidade de reformas, mas não como fruto do desenvolvimento econômico; sobre
o repúdio a violência como meio para conseguir mudanças (luta de classes);
sobre a missão social da Igreja: Pastoral Social; sobre a convergência de
esforços para se alcançar a “civilização do amor”; sobre a defesa da pessoa
humana em seus direitos fundamentais; sobre o direito a propriedade e sua
função social.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><b><span style="color: black;">Laborem Exercens</span></b><span style="color: black;"> (1981) – Trata sobre o tema do trabalho humano e o
homem do trabalho.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Concluímos
nesse ponto nossa reflexão, pois a obra na qual baseamos essa pesquisa termina
esse tema no período do início dos anos 80. Entretanto, existem outras
bibliografias mais atuais que podem oferecer uma excelente leitura.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Essa
exposição não quis esgotar o tema, mas apenas provocar o interesse, pois não
podemos ficar indiferente a realidade dos pobres e da pobreza no mundo. Nossa
tradição cristã exige de cada um de nós o compromisso pela promoção de uma vida
digna para todos.<o:p></o:p></span></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<!--[if !supportFootnotes]-->
<br />
<hr size="1" style="text-align: left;" width="33%" />
<!--[endif]-->
<br />
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-05-06%20A%20f%C3%A9%20crist%C3%A3%20e%20a%20quest%C3%A3o%20dos%20pobres%20-%20parte%20II.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
O que apresento a seguir é uma síntese feita a partir da obra: BIGO, Pierre;
ÁVIA, Fernando Bastos. <b>Fé cristã e o compromisso social</b>: elementos para uma
reflexão sobre a América Latina à luz da Doutrina Social da Igreja<i>.</i> 2<u><sup>a</sup></u>
ed., São Paulo: Paulinas, pp. 159-227, 1983. Devido a data dessa obra, nossa reflexão
ficará limitada até o início dos anos 80.<b><o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-05-06%20A%20f%C3%A9%20crist%C3%A3%20e%20a%20quest%C3%A3o%20dos%20pobres%20-%20parte%20II.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Sobre o pensamento de João Paulo II o
livro trata somente até o ano de 1981, pois a obra base deste trabalho foi
editada neste período. Por isso as referências se restringirão ao período da
obra.<o:p></o:p></span></div>
</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Augusto Líviohttp://www.blogger.com/profile/12620257419100663533noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7799060254312382054.post-28088274902861031462018-04-29T06:00:00.000-03:002018-04-29T08:10:40.963-03:00A tradição da fé cristã e a questão dos pobres (Parte I)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjj1D7rRi4KX5uzW3YXx7flPYyNt5lk-g7NumRqPCRF665_Px46NvN68zxuNJxag4MY469VrDrkH_un_B81kB7CFr-dtyVB_RAmTNrUR7i6MQi8TFA9JY2uEPMUdtXYZnwKbXuceKJc2aI/s1600/lepra%255B1%255D.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="333" data-original-width="250" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjj1D7rRi4KX5uzW3YXx7flPYyNt5lk-g7NumRqPCRF665_Px46NvN68zxuNJxag4MY469VrDrkH_un_B81kB7CFr-dtyVB_RAmTNrUR7i6MQi8TFA9JY2uEPMUdtXYZnwKbXuceKJc2aI/s320/lepra%255B1%255D.jpg" width="240" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O pobre Lázaro</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O pobre tornou-se tema central na reflexão teológica pós-conciliar na
América Latina a partir de Medelín. A situação de sofrimento e de opressão sob
regimes autoritários, na segunda metade do século XX em nosso continente, levou
grande número de teólogos e teólogas a procurar respostas, a partir da Revelação,
para esta realidade.</span><span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Entretanto,
ainda hoje, mesmo diante da atual situação de pobreza e exclusão em que vivem
milhares de brasileiros, muitas pessoas acreditam que a religião não deveria se
preocupar com isso ou que o papel da religião deveria restringir-se a
atividades assistenciais e a dar apenas conforto espiritual para as pessoas.</span><span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">É importante destacar que, seguindo a inspiração do Concílio Vaticano II
de “retorno as fontes”, uma riqueza inestimável dentro da Sagrada Escritura e
da Tradição da Igreja foi reavivada no que diz respeito à compreensão a partir da
fé sobre o </span><span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">DIREITO DO
POBRE</span><span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">.</span><span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"> É seguindo esse caminho da Escritura
e da Tradição que iremos apresentar essa temática. Vamos lá!<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-29%20A%20f%C3%A9%20crist%C3%A3%20e%20a%20quest%C3%A3o%20dos%20pobres%20-%20parte%20I.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="color: black; font-family: "wingdings"; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Wingdings; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="mso-list: Ignore;">Ø<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span dir="LTR"></span><b><span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Antigo Testamento<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Começando pelas escrituras encontramos uma profunda consciência
solidária diante do pobre e de suas necessidades já no Antigo Testamento:
Respeito e bem ao próximo (Ex 20,15-17); justiça no contrato de trabalho e no
comércio (Dt 24,14-15); direito de justiça a todos, inclusive o estrangeiro (Dt
24,17-18).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Os profetas denunciam que o culto e a vida religiosa sem justiça aos
pobres são vazios, inúteis, e Deus se aborrece deles: Am 5,21-24; Is 1,11-17;
58,3-11; Mq 6,6-8; Jr 7,4-7.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">É evidente o condicionamento entre a aliança divina e o respeito pelo
direito do pobre dentro da tradição do A.T.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="color: black; font-family: "wingdings"; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Wingdings; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="mso-list: Ignore;">Ø<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span dir="LTR"></span><b><span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Novo Testamento<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Aqui encontramos Jesus que proclama o direito do pobre, mas também
proclama o amor que realiza este direito, indo muito além das exigências da
justiça. Por exemplo: usar os bens transitórios para um dia alcançar os bens
eternos (Lc 16,10-12); não se pode servir a dois senhores (Lc 16,13).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Os pobres são cidadãos do Reino com mais facilidade que os ricos, pois
estes são estranhos ao Reino, pois a riqueza cega é uma verdadeira forma de
idolatria. A saída para os ricos é partilhar “as riquezas injustas” (Lc 16,9.11):
injustas porque foram mal adquiridas (Lc 19,1-10), ou porque excedem as
verdadeiras necessidades de seus detentores.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O N.T. nos mostra que Cristo é pobre, e é o pobre quem nos julgará (Mt
25,31-46; Tg 5,1.4).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<u style="text-underline: black;"><span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O pobre numa visão positiva</span></u><span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">: tanto o A.T. como o N.T. apresentam o
“ser pobre” também como uma atitude espiritual, sendo aquele que se contenta
com o necessário para viver, que é humilde, que não confia nas riquezas nem
exige direitos diante de Deus. Por isso são os prediletos de Deus, como Maria
anuncia no Magnificat (Lc 1,52-53). Deus escolheu os pobres (Tg 2,5), tanto é
que para ser discípulo de Jesus a pobreza é uma condição apresentada nos
evangelhos (Mt 19,16-30; Mc 10,17-31; Lc 18,18-30). Temos, então, duas
perspectivas: os pobres que o são porque deixaram tudo para dar um testemunho
ao mundo dentro do discipulado de Jesus; e temos os pobres que o são porque
partilham de seus bens mantendo apenas o necessário para viver (Lc 6,20.24).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="color: black; font-family: "wingdings"; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="mso-list: Ignore;">Ø<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span dir="LTR"></span><b><span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Patrística</span></b><span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O pensamento dos padres é audacioso neste tema do direito do pobre. Eles
entendem que a riqueza pertence aos pobres e aquele que a possui é apenas seu
administrador.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="mso-list: Ignore;">-<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span dir="LTR"></span><i><span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">“Não deverás repelir o indigente. Terás tudo em
comum com o teu irmão e não dirás que um bem é teu, porque, se se partilham os
bens imortais, quanto mais devem ser partilhados os bens passageiros”</span></i><span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> (Doutrina dos Doze Apóstolos, sec.
II).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="mso-list: Ignore;">-<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span dir="LTR"></span><i><span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">“Aquele que despoja um homem de sua roupa é ladrão.
O que não veste a nudez do indigente, quando pode fazê-lo, merecerá outro nome?
O pão que guardas em tua despensa pertence ao faminto, como pertence ao nu o
agasalho que escondes em teus armários. O sapato que apodrece em tuas gavetas
pertence ao descalço, ao miserável a prata que ocultas”.</span></i><span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> (S. Basílio).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="mso-list: Ignore;">-<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span dir="LTR"></span><i><span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">“Não é teu o bem que distribuis ao pobre. Devolves
a ele apenas a parte do que lhe pertence, porque usurpas para ti sozinho aquilo
que foi dado a todos, para o uso de todos. A terra pertence a todos. Não apenas
aos ricos”.</span></i><span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">(S. Ambrósio).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Os padres não negam o direito à propriedade, mas revelam-lhe seu
sentido. O mundo foi criado por Deus como um dom para todos, porém o pecado
distorceu esta relação e, por isso, o uso comum dos bens da criação tornou-se
impossível devido o egoísmo no coração humano. Por isso, o que era de <b><i>direito
natural (a apropriação social)</i></b> decaiu para a apropriação pessoal
(derrogação da lei natural devido o pecado).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="mso-list: Ignore;">-<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span dir="LTR"></span><i><span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">“A terra foi dada em comum a todos os homens;
ninguém considere próprio aquilo que, além do necessário, foi retirado do
acervo comum por meio da violência” </span></i><span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">(S. Basílio).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="mso-list: Ignore;">-<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span dir="LTR"></span><i><span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">“O uso comum de tudo que há neste mundo
destinava-se a todos, porém, devido à iniquidade, um disse que isto era seu e
outro disse que aquilo era dele e assim fez-se a divisão entre os mortais”</span></i><span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> (S. Clemente).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="mso-list: Ignore;">-<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span dir="LTR"></span><i><span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">“A natureza produziu seus bens em profusão,
oferecendo-os em comum a todos. Deus ordenou que tudo fosse produzido, gerado,
de maneira a servir de alimento a todos e a terra fosse como propriedade comum
de todos. O bem privado é assim fruto de usurpação” </span></i><span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">(S. Ambrósio).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="color: black; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="mso-list: Ignore;">-<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span dir="LTR"></span><i><span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">“Se desses do que é teu, seria liberalidade; como
dás do que é dele </span></i><span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">(Jesus presente no pobre), <i>é uma simples restituição”</i> (S.
Agostinho).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Todos estes textos querem dizer “[...] que a propriedade privada não
constitui para ninguém um direito incondicional e absoluto. Ninguém tem o
direito de reservar para seu uso exclusivo aquilo que é supérfluo. Quando a
outros falta o necessário” (Populorum Progressio, n. 23).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Vamos ficando por aqui! Na próxima postagem continuaremos expondo brevemente
como essa temática apareceu no período escolástico e contemporâneo.<o:p></o:p></span></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<!--[if !supportFootnotes]-->
<br />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<br />
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/PRODU%C3%87%C3%83O%20PR%C3%93PRIA/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-29%20A%20f%C3%A9%20crist%C3%A3%20e%20a%20quest%C3%A3o%20dos%20pobres%20-%20parte%20I.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-family: "book antiqua" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[1]</span></b></span><!--[endif]--></span></span></a> <span style="font-weight: normal;">O que apresento a seguir é uma síntese feita a
partir da obra: BIGO, Pierre; ÁVIA, Fernando Bastos. </span>Fé cristã e o
compromisso social<span style="font-weight: normal;">: elementos para uma
reflexão sobre a América Latina à luz da Doutrina Social da Igreja<i>.</i> 2<u><sup>a</sup></u>
ed., São Paulo: Paulinas, pp. 159-227, 1983.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
</div>
</div>
Augusto Líviohttp://www.blogger.com/profile/12620257419100663533noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7799060254312382054.post-3627172794200552252018-04-22T06:00:00.000-03:002018-04-22T06:38:29.230-03:00Por que mataram Jesus? Por que Jesus morreu? (Parte IV)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgldFY4462871nTb0Cdz9epwRnL4yeMaGeNfEXRBWHTsvatIOvoIbvm3G1yToZVwqZzjYki2LlUqsR4SJhQxwxtm1xXVf7Gp5U945Na9Fc5wvmGDmXvSBK0EIJTl06HUQUb-OnAjnLnDSA/s1600/fe.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="240" data-original-width="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgldFY4462871nTb0Cdz9epwRnL4yeMaGeNfEXRBWHTsvatIOvoIbvm3G1yToZVwqZzjYki2LlUqsR4SJhQxwxtm1xXVf7Gp5U945Na9Fc5wvmGDmXvSBK0EIJTl06HUQUb-OnAjnLnDSA/s1600/fe.jpg" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-ascii-theme-font: minor-bidi; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-hansi-theme-font: minor-bidi;">Nesta postagem vamos concluir essa série de reflexões que estamos
fazendo procurando dar algumas respostas a todas as questões que foram surgindo
nesse caminho. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-ascii-theme-font: minor-bidi; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-hansi-theme-font: minor-bidi;">Essas foram as questões que deixamos em aberto na postagem passada:
existe algo de bom na cruz? Como pode haver salvação na morte de cruz de Jesus?<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-22%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20IV.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-ascii-theme-font: minor-bidi; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-hansi-theme-font: minor-bidi;">O Novo Testamento nos apresenta quatro caminhos explicativos usados
pelos primeiros cristãos para tratar dessas questões. Eles buscam no Antigo
Testamento os elementos interpretativos para tentar explicar a salvação por
meio da cruz de Jesus.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-ascii-theme-font: minor-bidi; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-hansi-theme-font: minor-bidi;">Um caminho é o do sacrifício de Jesus. A carta aos Hebreus,
especialmente, utiliza essa linguagem: a morte de Jesus na cruz foi seu sacrifício
que, diferente dos outros sacrifícios, foi aceito por Deus e por isso pode
trazer salvação. O Novo Testamento traz várias passagens sobre a pessoa de
Jesus e sua missão em linguagem cultual sacrifical.<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-22%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20IV.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> A
instituição do sacrifício, tanto no Antigo como no Novo Testamento, é uma das
instituições que tem por objetivo solucionar o problema de como vencer a
infinita distância que separa o homem de Deus. Desse modo, a morte de cruz de
Jesus é interpretada dentro desse universo de sentido.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-ascii-theme-font: minor-bidi; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-hansi-theme-font: minor-bidi;">Outro caminho é o da nova aliança. O tema da aliança entre Deus e
os homens é central no Antigo Testamento. Essa aliança era selada com “sangue”,
por isso se associou a cruz de Jesus com o tema da aliança: seu sangue é o
sangue da nova aliança predita por Jr 31,31-34. Essa explicação inclui a
salvação que o tema do sacrifício produz, ou seja, o tema do perdão dos pecados,
entretanto, essa nova aliança vai além, pois se trata de uma nova forma de
vida, é plenitude da fé, a confissão firme da esperança, da caridade e das boas
obras.<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-22%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20IV.docx#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-ascii-theme-font: minor-bidi; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-hansi-theme-font: minor-bidi;">O servo de Javé de Isaías é outro caminho explicativo adotado para
tratar da salvação que a cruz de Jesus traz.<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-22%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20IV.docx#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> O
Novo Testamento usa frequentemente partes das passagens do servo sofredor para
explicar realidades importantes referentes às escolhas e à missão terrena de
Jesus.<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-22%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20IV.docx#_ftn5" name="_ftnref5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Jesus, como Filho de Deus, era inocente, os sofrimentos que carregou são os que
outros deviam carregar e, desse modo, seu sofrimento se converte em salvação
para os outros.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-ascii-theme-font: minor-bidi; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-hansi-theme-font: minor-bidi;">Além dos temas já tratados, ainda resta o quarto caminho que é o
desenvolvido por Paulo. Para ele a cruz é a forma de remeter os cristãos a
Jesus de Nazaré e de corrigir e criticar desvios.<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-22%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20IV.docx#_ftn6" name="_ftnref6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Portanto,
a pregação do crucificado é essencial, pois dela depende a verdade da fé. Ela
também é salvífica porque, exatamente por ser escandalosa, a cruz pode se
constituir em autêntica “revelação” de Deus. Na Segunda Carta aos Coríntios,
Paulo acentua o aspecto salvífico da cruz, explicando em que consiste a
salvação da cruz.<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-22%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20IV.docx#_ftn7" name="_ftnref7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Paulo também proclama agradecidamente o fato de que, pela cruz de Jesus, a
fraqueza máxima se transformar em força, a pobreza em riqueza, o egoísmo em
descentramento, a divisão em reconciliação, o negativo em positivo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-ascii-theme-font: minor-bidi; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-hansi-theme-font: minor-bidi;">O que podemos tentar concluir de tudo isso? Qual (ou quais)
resposta(s) podemos encontrar para as perguntas que levantamos até o momento?
Gostaria de apresentar duas perspectivas que considero muito significativas para
essa reflexão e que acredito que podem ser respostas provocativas para nossa
vida cristã.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-ascii-theme-font: minor-bidi; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-hansi-theme-font: minor-bidi;">Diante de tudo o que apresentamos, está claro que o Novo Testamento
não afirma que é o sofrimento doloroso na cruz que produz salvação ou que só há
salvação porque houve o sofrimento de Jesus. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-ascii-theme-font: minor-bidi; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-hansi-theme-font: minor-bidi;">O que fica evidente, em primeiro lugar, é que Jesus com toda sua
vida foi agradável a Deus, ou seja, apareceu o agradável a Deus entre nós porque
apareceu uma vida vivida no amor até o fim. Por isso Jesus na cruz foi aceito
por Deus, assim como os sacrifícios têm que ser agradáveis a Deus para serem
aceitos por Ele.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-ascii-theme-font: minor-bidi; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-hansi-theme-font: minor-bidi;">Deus não se compraz e nem exige o sacrifício da cruz de Jesus. É a totalidade da vida de Jesus, da
encarnação a cruz, que é agradável a Deus. É a encarnação verdadeira de Jesus,
num mundo de pecado, que o leva à cruz, e a cruz é o produto de uma encarnação
verdadeira.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-ascii-theme-font: minor-bidi; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-hansi-theme-font: minor-bidi;">O salvífico consiste em ter aparecido sobre a terra o que Deus quer
que seja o ser humano.<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-22%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20IV.docx#_ftn8" name="_ftnref8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> O
Jesus fiel até a cruz é salvação: é a revelação do <i>homo verus</i> (“O ser
humano verdadeiro”). Essa revelação do ser humano verdadeiro é boa notícia e
por isso já é em si mesma salvação, pois por meio de Jesus e de sua cruz
sabemos quem somos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-ascii-theme-font: minor-bidi; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-hansi-theme-font: minor-bidi;">O verdadeiro amor atravessa o sofrimento, pois quem ama enfrenta
obstáculos. Quem tenta exercer a misericórdia para com os outros e salvá-los
tem que estar disposto a sofrer. A morte de Jesus na cruz está dentro dessa
dinâmica do amor.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-ascii-theme-font: minor-bidi; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-hansi-theme-font: minor-bidi;">Justamente porque os seres humanos puderam ver o amor sobre a terra
na totalidade da vida de Jesus, saber o que eles são e o que devem e podem ser,
a cruz de Jesus, como culminação de toda sua vida, pode ser compreendida
salvificamente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-ascii-theme-font: minor-bidi; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-hansi-theme-font: minor-bidi;">Antes de concluir, é preciso dizer que a cruz de Jesus também nos
revela algo sobre Deus. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-ascii-theme-font: minor-bidi; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-hansi-theme-font: minor-bidi;">A vida e a cruz de Jesus não eram para fazer mudar a atitude de
Deus em relação aos seres humanos. O próprio Novo Testamento diz,
audaciosamente, que o próprio Deus tomou a iniciativa de se fazer presente em
Jesus.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-ascii-theme-font: minor-bidi; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-hansi-theme-font: minor-bidi;">Jesus é iniciativa de Deus e a cruz (escandalosamente) também é:
“Deus entregou seu próprio Filho por nós”.<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-22%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20IV.docx#_ftn9" name="_ftnref9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Jesus
é o sinal histórico no qual Deus expressa seu irrevogável desejo salvífico em
relação a nós. É o amor que salva e a cruz é expressão máxima do amor de Deus.<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-22%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20IV.docx#_ftn10" name="_ftnref10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[10]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> A
cruz de Jesus marca a iniciativa e a credibilidade do amor de Deus.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-ascii-theme-font: minor-bidi; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-hansi-theme-font: minor-bidi;">Não sabemos por que Deus escolheu esse caminho, se haveria outro
melhor, mas o que não se pode negar é a força desse caminho como testemunho do
seu amor. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; mso-ascii-theme-font: minor-bidi; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-hansi-theme-font: minor-bidi;">Por que Jesus morre? A resposta que conseguimos encontrar é a
resposta do amor total pela humanidade: um Deus conosco (encarnação), um Deus
para nós (sua vida), um Deus a mercê de nós (sua paixão e morte de cruz). <o:p></o:p></span></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<!--[if !supportFootnotes]-->
<br />
<hr size="1" style="text-align: left;" width="33%" />
<!--[endif]-->
<br />
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-22%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20IV.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Como o objetivo desse blog é desenvolver uma reflexão acessível, não é possível
fazer uma exposição densa sobre todos os pontos desse tema. Porém, coloco a
seguir uma lista bibliográfica a partir da qual essa reflexão se desenvolve.
Fica a dica para a pesquisa dos leitores e leitoras:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- BARBAGLIO, Giuseppe. <b><span style="mso-bidi-font-style: italic;">Jesus, hebreu da Galileia: pesquisa histórica</span></b>. São Paulo:
Paulinas, 2011.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- HORSLEY, Richard A.; HANSON, John S.. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Bandidos, profetas e messias:</b>
movimentos populares no tempo de Jesus. São Paulo: Paulus, 1995.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- REICKE, Bo. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">História
do tempo do Novo Testamento</b>. Santo André: Academia Cristã; São Paulo:
Paulus, 2012.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- SCARDELAI, Donizete. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Movimentos messiânicos no tempo de Jesus</b>: Jesus e outros messias.
São Paulo: Paulus, 1998.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- SEGUNDO, Juan Luis. <b><span style="mso-bidi-font-style: italic;">A história perdida e recuperada de Jesus de Nazaré: dos sinóticos a
Paulo</span></b>. 2ª ed. São Paulo: Paulus, 1997.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- SCHILLEBEECKX, Edward. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Jesus, a história de um vivente</b>. Tradução: Frederico Stein. São
Paulo: Paulus, 2008.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- SCHNEIDER, Theodor (Org.). <b><span style="mso-bidi-font-style: italic;">Manual de dogmática – v.I</span></b>. 2ª ed.
Petrópolis: Vozes, 2002.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- STEGEMANN, E. W.; STEGEMANN, W. <b>História social
do protocristianismo</b>: os primórdios no judaísmo e as comunidades de Cristo
no mundo mediterrâneo. São Leopoldo: Sinodal; São Paulo: Paulus, 2004.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- SOBRINO, Jon. <i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></i><b><span style="mso-bidi-font-style: italic;">Jesus,
o libertador: I – A história de Jesus de Nazaré</span></b>. 2ª ed. Petrópolis:
Vozes, 1992.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- THEISSEN, Gerd; MERZ, Annette. <b><span style="mso-bidi-font-style: italic;">O Jesus histórico: um manual</span></b>. 2ª
ed. São Paulo: Loyola, 2004.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-22%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20IV.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
1 Cor 5,7; Ap 5,9; Rm 3,25; 5,9; Ef 1,7; 2,13.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-22%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20IV.docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Hb10,22-24.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn4" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-22%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20IV.docx#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Is 42,1-9; 49,1-6; 50,4-11; 52,13 – 53,12.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn5" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-22%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20IV.docx#_ftnref5" name="_ftn5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Mt 12,18-21; 11,10; Jo 1,32-34; Mt 3,17; Jo 8,12; Lc 4,18, 7,23 etc.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn6" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-22%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20IV.docx#_ftnref6" name="_ftn6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Gl 3,1; 1Cor 1,17-18.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn7" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-22%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20IV.docx#_ftnref7" name="_ftn7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
2 Cor 5,15; 8,9; 13,4; 5,19.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn8" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-22%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20IV.docx#_ftnref8" name="_ftn8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
<span style="mso-ascii-font-family: "Times New Roman"; mso-ascii-theme-font: major-bidi; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-theme-font: major-bidi; mso-hansi-font-family: "Times New Roman"; mso-hansi-theme-font: major-bidi;">Mq 6,8.</span><o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn9" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-22%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20IV.docx#_ftnref9" name="_ftn9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
<span style="mso-ascii-font-family: "Times New Roman"; mso-ascii-theme-font: major-bidi; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-theme-font: major-bidi; mso-hansi-font-family: "Times New Roman"; mso-hansi-theme-font: major-bidi;">Rm 3,28;
cf. Jo 3,16.</span><o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn10" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-22%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20IV.docx#_ftnref10" name="_ftn10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[10]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
<span style="mso-ascii-font-family: "Times New Roman"; mso-ascii-theme-font: major-bidi; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-theme-font: major-bidi; mso-hansi-font-family: "Times New Roman"; mso-hansi-theme-font: major-bidi;">Rm 8,32;
Jo 3,17.</span><o:p></o:p></div>
</div>
</div>
<br /></div>
Augusto Líviohttp://www.blogger.com/profile/12620257419100663533noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7799060254312382054.post-39097393245785246192018-04-15T06:00:00.000-03:002018-04-15T08:55:22.132-03:00Por que mataram Jesus? Por que Jesus morreu? (Parte III)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifd9n2B3wjmLr9GexmTQMWGOzWn06PVDyuBPQqmP8t-nhXeiaBjckuEfLK7lkMhBUSakg-2fS35JwTTSBVDXS-s7XPm5N-l__34dxCZ90mDZleYejkdk2kCDoVM_Sm3HkTuSVu-1ax4kA/s1600/d2e35e7943462ab35174291692d311e5.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="744" data-original-width="564" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifd9n2B3wjmLr9GexmTQMWGOzWn06PVDyuBPQqmP8t-nhXeiaBjckuEfLK7lkMhBUSakg-2fS35JwTTSBVDXS-s7XPm5N-l__34dxCZ90mDZleYejkdk2kCDoVM_Sm3HkTuSVu-1ax4kA/s320/d2e35e7943462ab35174291692d311e5.jpg" width="242" /></a></div>
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><br /></span>
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Nas
postagens anteriores tratamos da questão “por que mataram Jesus?”. Responder a
essa questão é relativamente fácil, pois podemos recorrer ao contexto
histórico, à pesquisa sobre Jesus e aos elementos presentes nos Evangelhos que
nos permitem ver, mais explicitamente, todo o conjunto de fatores sociais,
político e religiosos que desembocaram em sua morte.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Entretanto,
a outra questão é um pouco mais delicada, pois por trás dela está um dado da fé
dos primeiros cristãos que se refere à identidade de Jesus. O anúncio das
protocomunidades cristãs afirmava que Jesus era o messias, Filho de Deus. Isso
gerou uma problemática que era a seguinte: se ele é o Filho de Deus por que ele
morreu crucificado? Qual a razão da sua morte?<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-15%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20III.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Pode
parecer bobagem, mas alguém que foi enviado por Deus, morrer assim, não fazia
sentido. “Deus não estava com ele?” Sua morte trágica soaria como um atestado
de que ele não era o enviado de Deus, que ele seria um impostor, pois Deus o
abandonou na cruz.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Para
enfrentar essa questão, os primeiros cristãos precisaram desenvolver uma
reflexão que os ajudassem a entender o sentido da morte de Jesus. Vamos fazer juntos
esse caminho, mesmo que de forma breve.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Os
primeiros cristãos buscaram nas Escrituras (Antigo Testamento) luzes para
entender a morte de Jesus. Uma primeira perspectiva que surgiu foi ver a cruz
como o destino de um profeta.<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-15%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20III.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Essa explicação é
compreensível, pois está baseada na própria tradição de Israel e iluminava as
primeiras perseguições vividas pelas comunidades cristãs. Essa explicação unia
o destino de Jesus e o destino dos profetas, ao mesmo tempo em que associava
também as comunidades a esse destino.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Outro
caminho para tentar responder ao “por que Jesus morreu” foi afirmar que a cruz
era necessária.<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-15%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20III.docx#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Apelou-se em última instância para Deus, para que ao menos em Deus a cruz
tivesse sentido. Essa postura parte da honestidade das comunidades de que não
se conseguia entender a tragédia que se abateu sobre Jesus e que só Deus
saberia dizer algo. Por outro lado, esse discurso mostra a teimosia destas
mesmas comunidades em manter a esperança, afirmado que deve haver algum sentido
no que aconteceu com Jesus mesmo que não saibamos ou consigamos entender.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Entretanto,
se aceitarmos a explicação da cruz apelando para o mistério de Deus, para Sua
vontade, ou seja, Jesus morreu porque foi a vontade de Deus, naturalmente surge
outra pergunta: POR QUE JESUS MORREU DESSA FORMA E NÃO DE OUTRA?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Essa
pergunta se torna importante se lembrarmos que o Deus cuja vontade foi a morte
de Jesus na cruz não é qualquer Deus. Tanto para os judeus como para Jesus,
Deus é bom, liberta os oprimidos, defende a vida do justo, quer a vinda do Seu
reino; é um Deus a quem Jesus chama de “abba” (“painho”). Por isso, o Novo
Testamento vai nos apresentar a busca dos primeiros cristãos pelo sentido da
cruz na morte de Jesus. Em outras palavras, procura-se responder a uma nova questão:
EXISTE ALGO DE BOM NA CRUZ, JÁ QUE ESSE FOI O DESÍGNIO DE UM DEUS BOM?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">A
resposta formal que geralmente ouvimos quando perguntamos isso a um cristão
fiel é que a cruz de Jesus é algo sumamente bom por seus efeitos sobre a
humanidade, ou seja, porque pela cruz de Jesus Deus nos salvou. Porém
precisamos aprofundar um pouco melhor o sentido dessa afirmação. É preciso
esclarecer o que há especificamente na cruz que a torna mediação de salvação e remissão
dos pecados, em outras palavras, como pode haver salvação na morte de cruz de
Jesus.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Vamos
procurar responder a essas questões na última postagem dessa série próxima
semana.<o:p></o:p></span></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<!--[if !supportFootnotes]-->
<br />
<hr size="1" style="text-align: left;" width="33%" />
<!--[endif]-->
<br />
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-15%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20III.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Como o objetivo desse blog é desenvolver uma reflexão acessível, não é possível
fazer uma exposição densa sobre todos os pontos desse tema. Porém, coloco a
seguir uma lista bibliográfica a partir da qual essa reflexão se desenvolve.
Fica a dica para a pesquisa dos leitores e leitoras:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- BARBAGLIO, Giuseppe. <b><span style="mso-bidi-font-style: italic;">Jesus, hebreu da Galileia: pesquisa histórica</span></b>. São Paulo:
Paulinas, 2011.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- HORSLEY, Richard A.; HANSON, John S.. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Bandidos, profetas e messias:</b>
movimentos populares no tempo de Jesus. São Paulo: Paulus, 1995.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- REICKE, Bo. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">História
do tempo do Novo Testamento</b>. Santo André: Academia Cristã; São Paulo:
Paulus, 2012.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- SCARDELAI, Donizete. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Movimentos messiânicos no tempo de Jesus</b>: Jesus e outros messias.
São Paulo: Paulus, 1998.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- SEGUNDO, Juan Luis. <b><span style="mso-bidi-font-style: italic;">A história perdida e recuperada de Jesus de Nazaré: dos sinóticos a
Paulo</span></b>. 2ª ed. São Paulo: Paulus, 1997.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- SCHILLEBEECKX, Edward. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Jesus, a história de um vivente</b>. Tradução: Frederico Stein. São
Paulo: Paulus, 2008.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- SCHNEIDER, Theodor (Org.). <b><span style="mso-bidi-font-style: italic;">Manual de dogmática – v.I</span></b>. 2ª ed.
Petrópolis: Vozes, 2002.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- STEGEMANN, E. W.; STEGEMANN, W. <b>História social
do protocristianismo</b>: os primórdios no judaísmo e as comunidades de Cristo
no mundo mediterrâneo. São Leopoldo: Sinodal; São Paulo: Paulus, 2004.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- SOBRINO, Jon. <i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></i><b><span style="mso-bidi-font-style: italic;">Jesus,
o libertador: I – A história de Jesus de Nazaré</span></b>. 2ª ed. Petrópolis:
Vozes, 1992.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- THEISSEN, Gerd; MERZ, Annette. <b><span style="mso-bidi-font-style: italic;">O Jesus histórico: um manual</span></b>. 2ª
ed. São Paulo: Loyola, 2004.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-15%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20III.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
1 Ts 2,14s; Rm 11,3; Mt 23,37; Mc 12,2s.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-15%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20III.docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Lc 24,26; Mc 8,31; At 2,23; 4,28.<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Augusto Líviohttp://www.blogger.com/profile/12620257419100663533noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7799060254312382054.post-13363001228851690322018-04-08T06:00:00.000-03:002018-04-08T07:02:41.053-03:00Por que mataram Jesus? Por que Jesus morreu? (Parte II)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1_pFLlkmrGoCs2HFgwR_dvMt9og8gwepZ7YBKhyphenhyphenQCNMuI0qJSpx5G-i2TrWKX465cnh9sJ8_76B__gojzvgdi5nhbnmZWT5M55iQZoLyN-k-pKNP_CcJ0G_Z4NEnrx_Xnr4MWF_h84RM/s1600/sinedrio.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="204" data-original-width="300" height="217" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1_pFLlkmrGoCs2HFgwR_dvMt9og8gwepZ7YBKhyphenhyphenQCNMuI0qJSpx5G-i2TrWKX465cnh9sJ8_76B__gojzvgdi5nhbnmZWT5M55iQZoLyN-k-pKNP_CcJ0G_Z4NEnrx_Xnr4MWF_h84RM/s320/sinedrio.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Julgamento no Sinédrio</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Ao
olharmos para a morte de Jesus nos deparamos com duas forças que se movimentam
para levá-lo a morte: as autoridades religiosas e o poder político romano. Isso
aparece quando observamos os dois processos pelos quais Jesus passa antes de
ser morto crucificado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Jesus
é morto mediante dois julgamentos: um religioso e outro político.<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-08%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20II.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">O
julgamento religioso ocorre porque Jesus entra historicamente em conflito com
os líderes religiosos de seu tempo e, por isso, será também condenando
teologicamente em nome de Deus. Ele foi acusado de blasfêmia e de ameaçar
destruir o Templo,<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-08%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20II.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
porém ao examinarmos melhor como Jesus desenvolveu seu ministério, parece ser
mais sensato concluir que os membros da casta sacerdotal estavam irritados por
ver que Jesus se erigia em reformador religioso dos usos cultuais vigentes em
seu tempo, questionando a posição e a interpretação oficial.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjY8es32YFf__ctCKr_pENszYmOrfjb9hT6iHWSn_P9mOdIsmsp_Uiv-NL_a04YyucIvVZRb5xv20Is5kFL5dZvHgcHE_cRlBYUTXeHUmjhH_HSgOxITuqCYfQYQAgOatf1nGKFJXceP0c/s1600/f434b24431c6363eed7529a351a48f8f.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="439" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjY8es32YFf__ctCKr_pENszYmOrfjb9hT6iHWSn_P9mOdIsmsp_Uiv-NL_a04YyucIvVZRb5xv20Is5kFL5dZvHgcHE_cRlBYUTXeHUmjhH_HSgOxITuqCYfQYQAgOatf1nGKFJXceP0c/s320/f434b24431c6363eed7529a351a48f8f.jpg" width="234" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Jesus diante de Pilatos</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">No
julgamento político, Pilatos vê em Jesus um líder popular que, como outros,
poderia começar um levante e isso o tornava uma ameaça. Os Evangelhos tratam
desse processo político de forma mais “branda”, quase que aliviando a
responsabilidade do poder político romano sobre a morte de Jesus,<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-08%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20II.docx#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> porém os dados históricos
sobre a administração de Pilatos na Judeia permitem conhecer um personagem
diferente do que aparece nos Evangelhos. Pilatos era duro e rápido em reprimir
qualquer suspeita de rebelião. Ele não distinguia entre movimentos armados ou
movimentos proféticos populares como o de Jesus. Para ele todos poderiam ser
movimentos de oposição ao domínio romano e, portanto, uma ameaça de revolta
popular.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">As
acusações que os Evangelhos apresentam no processo de Jesus diante de Pilatos
permitem entrever como as autoridades romanas viam qualquer movimento suspeito:
como algo politicamente perigoso, com discursos subversivos, e como uma
possibilidade de rebelião contra a dominação romana.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">O
que confirma essa perspectiva do julgamento político é que Jesus morre
crucificado como um malfeitor político. Morre com o tipo de morte que só o
poder político romano podia dar. O tipo de morte que era aplicada àqueles que
eram considerados uma ameaça para a ordem política romana.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Por
que mataram Jesus? Por seu tipo de vida, pelo que disse e pelo que fez.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">As
autoridades religiosas e a aristocracia judaica julgaram e mataram Jesus em
nome de Deus, em nome da daquilo que eles achavam que era a vontade de Deus,
para manter a <i>pax romana </i>controlando todo e qualquer movimento que
pudesse se tornar problemático, para manter o status da religião que lhes
garantia poder e prestígio.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">O
poder político também julgou e matou Jesus em nome de seu “deus”, o imperador
César, porque seu movimento foi identificado como potencialmente perigoso, para
evitar qualquer possibilidade de problemas com o seu grupo, enfim, por ele ser
considerado “inimigo de César”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">A
morte de Jesus não foi um erro. Ela foi consequência de sua vida. E a vida de
Jesus foi consequência de sua encarnação concreta, ou seja, ele encarnou-se em
um mundo e em uma história que geram exclusão e morte. Ao tomar partido em
defesa das vítimas desse mundo e dessa história, ele assumiu as consequências.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Jesus
foi morto porque ele incomodava com suas ações e com sua palavra. E quando
alguma coisa incomoda logo procuramos um jeito de nos livrarmos dela!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Foi
por tudo isso que mataram Jesus!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Resta-nos
ainda outra questão: por que Jesus morreu?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Vamos
continuar falando sobre isso na próxima postagem.<o:p></o:p></span></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<!--[if !supportFootnotes]-->
<br />
<hr size="1" style="text-align: left;" width="33%" />
<!--[endif]-->
<br />
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-08%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20II.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Como o objetivo desse blog é desenvolver uma reflexão acessível, não é possível
fazer uma exposição densa sobre todos os pontos desse tema. Porém, coloco a
seguir uma lista bibliográfica a partir da qual essa reflexão se desenvolve.
Fica a dica para a pesquisa dos leitores e leitoras:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- BARBAGLIO, Giuseppe. <b><span style="mso-bidi-font-style: italic;">Jesus, hebreu da Galileia: pesquisa histórica</span></b>. São Paulo:
Paulinas, 2011.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- HORSLEY, Richard A.; HANSON, John S.. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Bandidos, profetas e messias:</b>
movimentos populares no tempo de Jesus. São Paulo: Paulus, 1995.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- REICKE, Bo. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">História
do tempo do Novo Testamento</b>. Santo André: Academia Cristã; São Paulo:
Paulus, 2012.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- SCARDELAI, Donizete. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Movimentos messiânicos no tempo de Jesus</b>: Jesus e outros messias.
São Paulo: Paulus, 1998.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- SEGUNDO, Juan Luis. <b><span style="mso-bidi-font-style: italic;">A história perdida e recuperada de Jesus de Nazaré: dos sinóticos a
Paulo</span></b>. 2ª ed. São Paulo: Paulus, 1997.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- SCHILLEBEECKX, Edward. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Jesus, a história de um vivente</b>. Tradução: Frederico Stein. São
Paulo: Paulus, 2008.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- SCHNEIDER, Theodor (Org.). <b><span style="mso-bidi-font-style: italic;">Manual de dogmática – v.I</span></b>. 2ª ed.
Petrópolis: Vozes, 2002.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- STEGEMANN, E. W.; STEGEMANN, W. <b>História social
do protocristianismo</b>: os primórdios no judaísmo e as comunidades de Cristo
no mundo mediterrâneo. São Leopoldo: Sinodal; São Paulo: Paulus, 2004.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- SOBRINO, Jon. <i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></i><b><span style="mso-bidi-font-style: italic;">Jesus,
o libertador: I – A história de Jesus de Nazaré</span></b>. 2ª ed. Petrópolis:
Vozes, 1992.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- THEISSEN, Gerd; MERZ, Annette. <b><span style="mso-bidi-font-style: italic;">O Jesus histórico: um manual</span></b>. 2ª
ed. São Paulo: Loyola, 2004.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-08%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20II.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Blasfêmia: cf. Mt 26,64; Mc 14,62; Lc 22,67; Jo 10,24. Sobre o templo: cf. Mt
26,61; Mc 14,68; Jo 2,19.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-08%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20II.docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Muitos estudiosos entendem que essa atitude presente nos Evangelhos reflete o
contexto da época em que estes foram escritos. Seus autores (que escreveram
entre os anos 60 e 90 d.C. os Evangelhos) teriam procurado evitar polemizar com as autoridades
romanas, pois as comunidades já estavam sofrendo represálias da parte poder
romano. Entretanto, documentos da época e a obra de Josefo oferecem
interessantes informações sobre a personalidade e as ações de Pilatos na Judeia
entre os anos 26 e 36 d.C. que nos permitem sustentar essa linha de pensamento.<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Augusto Líviohttp://www.blogger.com/profile/12620257419100663533noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7799060254312382054.post-14746768842373904762018-04-01T06:00:00.000-03:002018-04-01T06:00:11.955-03:00Por que mataram Jesus? Por que Jesus morreu? (Parte I)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEUgIA3pPLhUIT9Zfz6SHkXR5D89JbiKaZr9AD2qFnQZPP8eicwbwigCNAlUZ2KWSThnTjrnaG2qA38hsiFunv7k4AjMr14vUU9NgGx7vXXMT2tQSs6rzAyoB_dlFeHySN9z2v6dA4m5o/s1600/paixao_de_cristo%255B2%255D.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="233" data-original-width="350" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEUgIA3pPLhUIT9Zfz6SHkXR5D89JbiKaZr9AD2qFnQZPP8eicwbwigCNAlUZ2KWSThnTjrnaG2qA38hsiFunv7k4AjMr14vUU9NgGx7vXXMT2tQSs6rzAyoB_dlFeHySN9z2v6dA4m5o/s320/paixao_de_cristo%255B2%255D.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Cena do Filme: A Paixão de Cristo</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Nesses
dias o mundo cristão católico celebrou a Semana Santa. Nela somos inseridos na
dinâmica da vida, morte e ressurreição de Jesus. Procissões, confissões,
celebrações, novos cristãos são acolhido na comunidade pelos ritos de
iniciação, momentos de reflexão e oração, tudo isso torna esses dias um momento
intenso de experiência de fé. São tantas coisas acontecendo que, muitas vezes,
não conseguimos aprofundar nosso olhar sobre o que estamos celebrando.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Gostaria
de pensar com você, caro leitor e leitora, sobre um dos pontos centrais diante
do qual somos colocados nesses dias: a morte de Jesus!<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-01%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20I.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Sim,
isso mesmo, Jesus morreu! Morreu de verdade, como todos nós morremos!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Como
ele morreu? De uma morte violenta: crucificado, nú, após ser torturado e
humilhado publicamente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Podemos
nos questionar: mas Ele não era bom? Ele não veio em nome de Deus? Ele não
passou a vida fazendo o bem?<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-01%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20I.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Por que mataram Jesus?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Para
entendermos por que mataram Jesus, precisamos entender pelo quê Jesus viveu.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Jesus
viveu pelo anúncio do Reino de Deus, que não era uma ideia abstrata para um
futuro distante, mas uma esperança que o povo de Israel carregava em seu
coração, no desejo de serem livres da opressão política do Império Romano e de
poderem viver suas vidas segundo a Lei de Deus (YHWH).<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-01%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20I.docx#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Jesus
disse que o Reino de Deus estava próximo, mas que era preciso uma mudança
radical dos valores fundamentais que temos em nosso coração (conversão!) e a
acolhida da Boa Notícia que ele veio anunciar (crer no Evangelho).<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-01%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20I.docx#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">A
boa notícia anunciada por Jesus falava da liberdade para os que estavam
cativos, da recuperação da vista aos cegos, da boa notícia anunciada para os
pobres, da libertação dos que se encontravam oprimidos, da proclamação de um
tempo novo da ação de Deus.<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-01%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20I.docx#_ftn5" name="_ftnref5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Jesus
disse que esse Reino já estava acontecendo no meio deles, mas que eles
precisavam abrir os olhos para ver.<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-01%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20I.docx#_ftn6" name="_ftnref6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Ele manifestou isso com
sua vida: acolhendo os considerados pecadores naquele tempo com misericórdia;<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-01%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20I.docx#_ftn7" name="_ftnref7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> cuidando dos enfermos com
compaixão;<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-01%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20I.docx#_ftn8" name="_ftnref8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> ensinando sobre a bondade
e a justiça de Deus;<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-01%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20I.docx#_ftn9" name="_ftnref9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> enfrentando e denunciando
aqueles que desejavam manter o controle sobre o povo por meio de um discurso
religioso que oprimia e excluía as pessoas do Reino de Deus;<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-01%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20I.docx#_ftn10" name="_ftnref10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[10]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> subvertendo a lógica das
relações de poder das autoridades vigentes que separavam as pessoas e
desconsideravam os mais pobres, impedindo-os de viver com dignidade suas vidas.<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-01%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20I.docx#_ftn11" name="_ftnref11" style="mso-footnote-id: ftn11;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[11]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Entretanto,
esse caminho custou a Jesus perseguições por parte das classes dominantes de
seu tempo: os grupos aristocráticos sacerdotais do Templo e as autoridades
romanas. Esses grupos tem, direta e indiretamente, algum tipo de poder
econômico, político, religioso-exemplar, policial-militar e, de algum modo,
convergem na perseguição.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Podemos
perceber, nos Evangelhos, que Jesus tinha consciência da hostilidade que
crescia contra ele nesses grupos. Desde o início de sua vida pública, Jesus
enfrentou a oposição<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-01%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20I.docx#_ftn12" name="_ftnref12" style="mso-footnote-id: ftn12;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[12]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> e sua vida já estava sob
ameaça desde cedo.<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-01%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20I.docx#_ftn13" name="_ftnref13" style="mso-footnote-id: ftn13;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[13]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Apesar
dele não ter seguido o caminho da luta armada para instauração do Reino de Deus
como faziam outros líderes que surgiam no meio do povo camponês pobre e
explorado da Palestina, nem ter seguido em conformidade com todas as
expectativas populares sobre o Reino, mesmo assim, os Evangelhos nos permitem
ver que havia uma perseguição real, mantida e progressiva contra ele. Desse
modo, o conflito não é algo momentâneo ou acidental na vida de Jesus, por isso
ele devia ter consciência de um possível desenlace final trágico para sua vida,
especialmente depois do que aconteceu com João Batista.<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-01%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20I.docx#_ftn14" name="_ftnref14" style="mso-footnote-id: ftn14;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[14]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Jesus
sabia que Herodes, o sinédrio e os romanos tinham poder para matá-lo e que a
perseguição contra ele poderia levar a isso. Porém, ele manteve-se firme na
perseguição, mantendo-se fiel a Deus e ao seu testemunho da misericórdia divina
para com os pequeninos. Ele tinha consciência do destino trágico dos profetas
que permaneceram fieis a sua missão e via a si mesmo nesse caminho.<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-01%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20I.docx#_ftn15" name="_ftnref15" style="mso-footnote-id: ftn15;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[15]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">A
morte de Jesus seguiu um processo que revela mais claramente por que o mataram.
Esse processo pareceu dar legitimidade ao que desejavam fazer com Jesus: sua
morte. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Na próxima postagem olharemos esse processo procurando entender por que
mataram Jesus.<o:p></o:p></span></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<!--[if !supportFootnotes]-->
<br />
<hr size="1" style="text-align: left;" width="33%" />
<!--[endif]-->
<br />
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-01%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20I.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Como o objetivo desse blog é desenvolver uma reflexão acessível, não é possível
fazer uma exposição densa sobre todos os pontos desse tema. Porém, coloco a
seguir uma lista bibliográfica a partir da qual essa reflexão se desenvolve.
Fica a dica para a pesquisa dos leitores e leitoras:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- BARBAGLIO, Giuseppe. <b><span style="mso-bidi-font-style: italic;">Jesus, hebreu da Galileia: pesquisa histórica</span></b>. São Paulo:
Paulinas, 2011.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- HORSLEY, Richard A.; HANSON, John S.. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Bandidos, profetas e messias:</b>
movimentos populares no tempo de Jesus. São Paulo: Paulus, 1995.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- REICKE, Bo. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">História
do tempo do Novo Testamento</b>. Santo André: Academia Cristã; São Paulo:
Paulus, 2012.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- SCARDELAI, Donizete. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Movimentos messiânicos no tempo de Jesus</b>: Jesus e outros messias.
São Paulo: Paulus, 1998.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- SEGUNDO, Juan Luis. <b><span style="mso-bidi-font-style: italic;">A história perdida e recuperada de Jesus de Nazaré: dos sinóticos a
Paulo</span></b>. 2ª ed. São Paulo: Paulus, 1997.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- SCHILLEBEECKX, Edward. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Jesus, a história de um vivente</b>. Tradução: Frederico Stein. São
Paulo: Paulus, 2008.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- SCHNEIDER, Theodor (Org.). <b><span style="mso-bidi-font-style: italic;">Manual de dogmática – v.I</span></b>. 2ª ed.
Petrópolis: Vozes, 2002.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- STEGEMANN, E. W.; STEGEMANN, W. <b>História social
do protocristianismo</b>: os primórdios no judaísmo e as comunidades de Cristo
no mundo mediterrâneo. São Leopoldo: Sinodal; São Paulo: Paulus, 2004.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- SOBRINO, Jon. <i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></i><b><span style="mso-bidi-font-style: italic;">Jesus,
o libertador: I – A história de Jesus de Nazaré</span></b>. 2ª ed. Petrópolis:
Vozes, 1992.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
- THEISSEN, Gerd; MERZ, Annette. <b><span style="mso-bidi-font-style: italic;">O Jesus histórico: um manual</span></b>. 2ª
ed. São Paulo: Loyola, 2004.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-01%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20I.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
At 10,38.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-01%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20I.docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Essa é uma transliteração do tetragrama sagrado usado pelos judeus como o “nome
de Deus”, porém, nunca pronunciado por causa da proibição estabelecida na Lei
judaica. Por isso, não se sabe exatamente a pronúncia correta desse nome. A tradução
mais aproximada parece ser “Javé”, mas algumas Igrejas, por motivos de
interpretação, usam também “Jeová”.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn4" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-01%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20I.docx#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Cf. Mc 1,15.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn5" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-01%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20I.docx#_ftnref5" name="_ftn5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Cf. Lc 4,18-19.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn6" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-01%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20I.docx#_ftnref6" name="_ftn6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Cf. Lc 17,21 <o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn7" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-01%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20I.docx#_ftnref7" name="_ftn7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Mt 9,13; Lc 19,1-10; Jo 8,1-11.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn8" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-01%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20I.docx#_ftnref8" name="_ftn8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Mc 1,32-34; Mc 3,1-6.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn9" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-01%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20I.docx#_ftnref9" name="_ftn9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Lc 6,36-38; Lc 10,29-37; Lc 15.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn10" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-01%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20I.docx#_ftnref10" name="_ftn10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[10]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Mt 23,13-28.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn11" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-01%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20I.docx#_ftnref11" name="_ftn11" style="mso-footnote-id: ftn11;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[11]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Mt 20,24-28; Lc 14,7-11; Mc 2,13-17.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn12" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-01%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20I.docx#_ftnref12" name="_ftn12" style="mso-footnote-id: ftn12;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[12]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Cf. Lc 4,24; Mc 6,4; Mt 13,57; Jo 4,44.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn13" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-01%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20I.docx#_ftnref13" name="_ftn13" style="mso-footnote-id: ftn13;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[13]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Cf. Mc 3,6.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn14" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-01%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20I.docx#_ftnref14" name="_ftn14" style="mso-footnote-id: ftn14;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[14]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Provavelmente Jesus pertenceu ao grupo de João Batista antes de seguir seu
próprio caminho. João estava entre os vários líderes populares que reuniam o
povo com sua mensagem profética. Segundo Flavio Josefo, historiador judeu que
viveu no final do século I e início do século II d.C., Herodes Antipas teria
matado João por suspeitar do risco de seu movimento causar problemas. Ver
também: Mt 14,13; Mc 6,30.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn15" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/augus/Dropbox/MEUS%20ESCRITOS/TEXTOS%20PARA%20O%20BLOG/2018-04-01%20Por%20que%20mataram%20Jesus%20-%20parte%20I.docx#_ftnref15" name="_ftn15" style="mso-footnote-id: ftn15;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[15]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Cf. Lc 4, 25-27; Lc 11,50; Mt 23,34.37; Lc 13,34; Jo 10,11.15.<o:p></o:p></div>
</div>
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</div>
Augusto Líviohttp://www.blogger.com/profile/12620257419100663533noreply@blogger.com0